não é o fim

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Atenção: Este capítulo contém informações retiradas do site Manual MSD sobre Incompatibilidade de RH. Todas as informações contidas aqui, podem ser acessadas no site da instituição www.msdmanuals.com//. Lembrando que tudo nessa história é fruto da imaginação e não condiz com a realidade. Os personagens são fictícios e a situação abordada aqui é somente para fins de entretenimento, sem a intenção de ferir ou prejudicar alguém.

capítulo vinte e três

⛱️

Dois meses depois

Eu estava sentado na mesa do Velence fitando a janela sem conseguir focar no dia lá fora. Estava fazendo calor, mas eu não sentia nada além da ponta dos meus dedos gelados sobre a pele exposta sendo atingida pelos raios que reluziam sobre a mesa. Desde o dia em que descobri que Win tinha deletado tudo, não tendo maneiras de encontra-lo enquanto tudo acontecia sem uma explicação, eu me fechei.

Passei dias na cama, afundado no quarto escuro vivendo meus dias patéticos de sofrência. Todos, absolutamente todos os meus amigos, tentaram me ajudar. Tentamos localizar Win de todas as formas, mas o que descobrimos no fim era que ele estava ocupando o cargo do pai, que era diretor de um hospital em Bangkok. O pai tinha morrido dias depois de perdermos o contato e ele assumiu os negócios. Foi tudo que me contaram e eu não sabia o que fazer.

Ir até lá já tinha passado por minha cabeça inúmeras vezes, mas por algum motivo eu não conseguia ir. Em alguns momentos de lucidez, quando não estava dopado de remédios para dormir, eu ia até o aeroporto, mas antes de entrar acabava desistindo ou sendo impedido por algum dos meus amigos. Eu não tinha condições de fazer muita coisa, pois havia me tornado uma pessoa fraca.

Eu emagreci, pois a comida não tinha gosto. Eu trocava o dia pela noite, ganhando olheiras profundas, além da melancolia que me dominava na maior parte do tempo. Quando me questionava sobre o que poderia fazer ao encontrar com ele, meu peito disparava. Ir até lá significava ouvir da boca dele que não tinha mais espaço para mim em sua vida. Ele nem ao menos terminou comigo, não me disse nada, desaparecendo por completo da minha vida como se eu nunca tivesse existido.

Aqueles pensamentos me mostravam o quanto eu me humilharia indo até lá, pedindo explicações que já não faziam mais sentido. Ele deu abertura para que eu imaginasse as piores coisas sobre ele, e talvez no fundo, o que quer que ele viesse a me falar, não teria importância. Eu estava decepcionado com ele ao ponto de não confiar mais em quem ele era. O Metawin que eu idealizei na minha cabeça, jamais faria isso comigo. Mas o real fez, ele me deixou sozinho.

Sentado ali, depois de enfrentar mais uma ida até o aeroporto e volta para casa, minha cabeça vagava por todas as dolorosas lembranças do último mês. Era assim que eu passava os dias, horas e semanas agora. No começo eu não estava fazendo nada para sair daquela situação, mas agora eu tentava, com todas as minhas forças, sair daquele péssimo estado, mas nada era o suficiente.

Quando tentava sair de casa como agora, acabava voltando logo em seguida envergonhado com as crises de choro do nada. Nani e Dew tentaram ficar ao meu lado, mas tudo o que eles faziam, conseguia me ajudar muito. Apesar disso, agradeci e me desculpei pelas grosserias que acabava cometendo enquanto eles tentavam me salvar de mim mesmo.

Tia Jennie apenas tinha me deixado quieto depois que eu implorei para ela não insistir em me tirar de casa, eu faria isso quando estivesse pronto. Ela dizia que era melhor eu não demorar, pois ela não queria ficar em cima de mim, mas estaria sempre ali pronta para me levantar daquela cama e me expulsar de casa. Depois de um tempo, eu passei a me esforçar para dar a ela a falsa esperança de que estava me recuperando. Mas eu não estava. Os episódios se repetiam todos os dias. Eu saia e voltava quase que imediatamente para o quarto, onde passava horas e horas deitado, sem ânimo.

Estrela do mar ⭐ {Parte I}Onde histórias criam vida. Descubra agora