Capítulo 7

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Boa noite leitores..
Espero que aproveitem este capítulo e tenham uma ótima noite..
Não esqueçam de beberem água, hein!..
;)




Após voltar para casa e ter falado com a Cleo sobre a nossa visita às pessoas que poderiam ter nos ajudado, me juntei com minha família para jantar. Meu pai tinha chegado mais cedo do trabalho e passou na delegacia para saber se tinham novidades do paradeiro de meu irmão, mas nada de novo a polícia havia descoberto. E é por isso que o clima está tão tenso e pesado, ninguém se atreve a dizer nada, e eu farei o mesmo. Pego minha comida e sento na cadeira que fica do lado da vazia. Meu copo de suco está pela metade logo à minha frente. Dá para ouvir tudo o que se passa à volta, desde os carros e motos até o bater das pequeninas asas do mosquito.

Incomodada abaixo a cabeça para levar o garfo até a boca com a comida e me viro um pouco para observar o lugar sem ninguém, que geralmente estaria agora me enchendo para que desse o meu pedaço de torta para ele. Queria dizer que sentia muito por não ter dado todas as vezes que me pediu caso estivesse aqui agora. Melhor me concentrar na refeição e não deixar esses pensamentos me tomarem por completo. Meu pai a cada respirada inspira fundo como se algo estivesse entalado em sua garganta e a qualquer momento poderia sair para fora. Sua expressão me incomoda, e minha mãe...Não consigo encará-la.

Faço menção de que vou esticar o braço para pegar meu suco, mas o acabo derrubando, molha o forro e após rolar até a beirada se estilhaça pelo chão. Não consegui pegar a tempo antes que quebrasse. O coração já está disparado a essa altura e minhas mãos tremem indicando que estou nervosa com o que acabou de acontecer. Me adianto levantando e indo pegar um pano que estava em cima da pia para enxugar o molhado e recolhendo todos os cacos que estavam no chão. Com o segundo estilhaço me corto e o sangue começa a escorrer. Jogo o garfo em cima da mesa e me leva a levantar rápido do chão assustada. Está muito irada comigo, tenho certeza. Seus olhos penetram em meu machucado recente e logo suas sobrancelhas são franzidas. O frio na barriga percorre por mais tempo do que gostaria de admitir.

- O que você fez, Mellany? - pergunta séria e com a voz firme.

- Desculpe, foi um acidente. Não quis..

- Você tem noção do que fez? Não consegue prestar atenção em um copo? Onde está sua cabeça? (Ela está nos meus problemas) Nunca consegue fazer nada direito, não é mesmo? Eu estou cansada de ter que levar tudo nas costas sozinha, sendo que você devia me ajudar já que é mulher e a mais velha de seus irmãos, mas nem para isso posso contar com a sua responsabilidade. - meus olhos se enchem de água e posso já senti-los lacrimejando. Permaneço no mesmo lugar e calada apenas deixando que tudo aquilo lhe faça significado de algum modo, já que essas palavras só fazem doer mais aqui dentro - Devia ajudar mais, não faz nada além de ficar sentada ali a manhã toda estudando e depois do almoço desaparece ficando trancada naquele quarto, que eu não sei o que tanto faz lá que não desce para nada. Deixe isso aí no chão e vá cuidar do corte para que não piore mais e infeccione.

É mesmo inexplicável como as pessoas não percebem que certos tipos de palavras doem apenas de serem ouvidas. Machucam não só superficialmente, mas lá no fundo do coração. Deve ser por isso que ele fica tão apertado quando não aguentamos mais e desabamos, porque o limite de ser forte chegou ao fim. Encosto a cabeça contra a parede e hoje é um dos dias de não ser forte, mas não quero chorar de tanta raiva que estou sentindo. Ela me consome e não deixa que nenhuma lágrima caia para molhar meu rosto. Mas não posso permanecer aqui também se não vou começar a pensar demais e agora é o que eu não quero fazer. Desço pelo mesmo lugar que Jake utiliza para entrar no meu quarto e só tento pensar em um lugar para onde pudesse ir e ninguém me conhecesse para ficar cuidando do que não é da conta deles.

Duskwood: Crime EleitoOnde histórias criam vida. Descubra agora