Capítulo 20

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Boa tarde..
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Eles permanecem sentados à minha frente esperando que eu diga tudo o que estou fazendo. Querem saber sobre a minha busca pela verdade que todos aqui nesta cidade parecem fechar os olhos e tapar os ouvidos para não serem condenados ao mesmo fim. O meu mini interrogatório, após a volta do meu irmão, pode ter sido um tanto quanto precipitado, mas era necessário naquele momento e continua sendo atualmente. A expressão séria e um pouco persuasiva que deixam escapar em seus rostos não pode me intimidar e nem me fazer pedir desculpas por uma coisa que achei totalmente necessária.

A poltrona range com o afundamento do corpo na almofada conforme meu pai chega para trás para se encostar, e eu continuo em pé. Parada no meio da sala observando cada pequeno detalhe que nunca havia parado para reparar ainda. As persianas são de um tom um pouco mais escuras que as cortinas expostas nas janelas, mas isso contribui para os sub tons que aqui se encontram presentes, fazendo destacar, separadamente, cada um. Olho para o casaco de minha mãe, os brinquedos de meus irmãos e os sapatos de meu pai, na verdade, sendo mais direta, eu olho para as barras da calça do meu pai. Isso me parece importante. Fito um pouco mais o olhar para me certificar que não estou sendo enganada por mim mesma, até me inclino um pouco, mas retorno a minha postura rapidamente, antes que pudessem ao menos terem notado. Coloco as mãos para trás das costas e enquanto permaneço calada minha mãe continua murmurando e resmungando algumas palavras quaisquer do quanto eu posso estar arriscando todos nós. Isso inevitavelmente pode ser uma verdade, mas não me responsabilizo por quaisquer circunstâncias geradas devido a isso.

- Você está passando dos limites, Mellany. Primeiro ficamos sabendo naquilo que estava metida, através de um vídeo feito por uma menina por aí, agora anda perguntando coisas pro seu irmão. Até onde vai com isso? - meu pai pergunta alterado, mas não consegue olhar em meus olhos.

- Até eu pegar o responsável por isso, e lhe garanto que não falta muito.

- Isso é um caso de sequestro e pode ser até mesmo assassinato, a polícia existe para isso. Fique quieta aqui e tudo será resolvido.

- Nem você e nem ninguém poderá me fazer ficar trancada nessa casa e me proibir de ir atrás de respostas. Eu entrei nisso tudo por um propósito e pretendo ir até o fim com isso. Podem pedir quantas vezes quiserem para que eu crie bom senso e juízo, mas não será o bastante para poder me parar.

- Você está ficando louca. Menina ingênua. - Alex se vira para mim, já que até então estava focada em algo presente no chão e vocifera com um tom grave a acentuado demonstrando por quase completo sua raiva, e eu até entendo, afinal, um filho dela já foi vítima desse sequestrador que está por aí.

- Eu já consegui muitas coisas, eu posso citá-las. Cartas que Hannah deixou mostrando que na verdade foi um sequestro premeditado há muito tempo, uma lenda local que o responsável por esse crime está copiando apenas para desviar o nosso foco. Nada disso é de verdade. Se o medo de vocês é que ele possa vir atrás de nós e nos matar isso não vai acontecer. Ele tem suas vítimas certas, e para todas elas havia um motivo muito bem específico. - digo por fim quase perdendo o ar do tanto que falei rápido e de uma só vez.

- Como pode ter certeza disso? - eles perguntam quase que em um uníssono; realmente não compreendem todas as provas que já tenho, e diante a isso esboço um sorriso preguiçoso e taciturno.

- Tudo bem, eu explico. Não precisam ficar com essas caras que nada parece fazer sentido. Primeiramente a Hannah é sequestrada por alguém que ela já conhecia, isso é comprovado por uma carta que deixou em sua nuvem - a qual tive acesso com uma pequena ajuda. Segundo, o sequestrador da Hannah, o mesmo que levou meu irmão, depois de algum tempo me fez ameaças evasivas e devolveu a pobre criança indefesa. Pela descrição que consegui e para que conseguisse levar a menina desaparecida precisava ser um homem, e isso é comprovado porque errou no ponto em que ele conversou com seu filho. Ele não o machucou, mas deu comida, assim como não me machucou ainda e nem veio até nossa casa, apesar de saber onde fica. Porém, matou Richy, amigo de Hannah, na minha frente; outro erro, pois só confirmei algumas suspeitas que já tinha.

Duskwood: Crime EleitoOnde histórias criam vida. Descubra agora