Capítulo 4

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Divirtam-se..
;)


Desperto com o sol entrando no quarto e refletindo em meu rosto. A luz forte a princípio me deixa um pouco tonta e cega, mas logo recupero o sentido e faço menção em levantar do meio desses lençóis enrolados de forma bagunçada em cima de minha cama. Olho para o canto e percebo que meu convidado também dormiu estranhamente igual a mim, estava com a blusa de frio embolada debaixo da cabeça numa espécie de travesseiro enquanto o corpo se estendia jogado na poltrona. Calço meus sapatos e subo o zíper do moletom até em cima.

Aguardo alguns instantes esperando que ele acorde, mas isso não será feito sozinho se não o despertar. Cutuco seu ombro sem retorno, então mexo em sua cabeça, o que o faz levantar rápido e segurar meu punho de forma apertada. Fico impressionada no momento apenas encarando seus olhos, e assim deve ter percebido que já está me machucando, pois estou fazendo força para me soltar de sua pegada. Desço a manga da blusa para não lhe deixar incomodado por ver que deixou meu braço um pouco vermelho.

- Vou lá embaixo buscar um pouco de suco e bolo para você.

- Não precisa, já devia ter ido há muito tempo, não sei como pude cair no sono sem ver.

- Estávamos bastante cansados, é normal isso acontecer. Mas não vá embora sem antes comer ou beber algo, por favor. Não quero que você passe mal ou desmaie por aí sem que eu possa tirar proveito da causa um pouco.

- Seu sarcasmo é contagiante, Mellany.

- Já volto com seu suco, espere só um minuto aqui, calado de preferência. - Desço as escadas e vou até a geladeira buscar pelo líquido. Encho dois copos, um para mim e outro para ele. Tento andar o mais rápido que posso para que ninguém veja, mas sou surpreendida por meu pai que está vindo bem em minha direção. Ainda bem que passou com a cabeça baixa concentrado no jornal que tinha nas mãos e nem percebeu que levava dois copos.

- Bom dia, filha.

- Bom dia, até mais.

- Se cuida, hein!

- Pode deixar.

Abro a porta do quarto com o pé esquerdo e entrego o que fui buscar pro hacker, que parece estar com sede, já que bebeu rápido o suco enquanto ainda estou na metade do meu. Tenho que continuar com minhas atitudes hoje e ainda não sei por onde vou começar. Devo pensar com quem vou falar agora.

- Me passe a mochila? Vou descer a beirada e depois te encontro lá embaixo.

- Tem uma porta, sabia? Porque não passa por ela, desde ontem que está com essa coisa de subir e descer janela.

- Não quero que ninguém me veja, e para isso deve ser cauteloso.

- Tá se escondendo é? Qual é o motivo de não querer ninguém te vendo? O capuz só te deixa mais suspeito ao subí-lo.

- Isso é outra coisa que não precisa saber agora, mas talvez conte mais tarde. Podemos ir logo com isso?

- Você que decide, espera eu pegar minhas coisas. - Saio logo após ele, mas pela porta da frente, não tenho problemas com as pessoas me virem ou saberem quem sou. O encontro no canteiro do jardim olhando para a rua me esperando. O combinado é que eu vou seguir com o que devo fazer e ele vai para o seu lugar arrumar as coisas através de uma tela que se fosse eu passaria o dia todo com dor de cabeça, mas não se importa com isso e já está bem acostumado pelo que pude notar ontem enquanto descriptografamos juntos.

Hoje é uma quarta-feira movimentada e agradável para um passeio a mais no centro, o que me leva a pensar que devo fazer uma visita a Richy que com certeza se encontra em sua oficina e por mais que eu não saiba onde fica posso pesquisar na internet seu estabelecimento, já que deve estar registrado em algum lugar da internet seu endereço para as pessoas irem consertar seus carros. Opto para a opção mais simples, o guia básico dessa cidade que minha mãe obrigou-me a baixar assim que aqui chegamos. É um pouco longe de casa e posso ir de uber, assim não ficará muito caro e não me cansarei de andar tanto igual ontem a tarde.

Duskwood: Crime EleitoOnde histórias criam vida. Descubra agora