Capítulo 11

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Bom noite..
Aproveitem este capítulo..
E tenham todos uma ótima semaninha..
;)



"Quando era menor fui desafiado a vir aqui a noite. Claro que havia mais três crianças levadas, que na época eram meus amigos. É meio que um ritual. Para entrar no grupo deles deveria ir até a porta daquela pequena casinha e bater três vezes devagar e não se virar rápido e sair correndo. Sei que é uma coisa estúpida vista pelo ponto de vista de agora, mas eu devia cumprir o que me foi proposto e assim eu fiz. Saí da beirada da rua e vim caminhando devagar até chegar aqui onde paramos e olhei se compensava a iniciativa. Eles diziam que aqui morava um velho senhor ranzinza que odiava crianças. Mas eu não duvido. Imagina todo dia você ser interrompido de algo que está fazendo por ouvir batidas repetidas de criaturinhas que não tem mais nada o que fazer!"

"Depois de um curto intervalo de tempo desci e parei aqui debaixo dessa área e olhei ao redor. Estava tudo tão enegrecido, obsoleto de densa vastidão preta. Só quis gritar no momento, porém me mantive firme e enquanto isso criava coragem para ir mais perto da porta. Meus amigos não desceram até aqui comigo, o combinado era que eu devia ir e voltar sozinho. Isso era o ponto mais horrível. Arrumei a manga de minha blusa de frio, puxando-a mais para baixo até cobrir a palma de minha mão e bati três vezes. Não foi rápido. E ainda esperei mais uns dez segundos olhando fixamente. Talvez esperasse que alguém saísse de lá de dentro, ou outra coisa do tipo. Eu só não sei o que esperava que acontece."

"Ninguém saiu, e isso me deixou aliviado. O que eu faria se o velho ranzinza existisse de verdade? Começaria a gritar e meu pavor só aumentaria, com certeza. Me virei, dando as costas para aquela casa desbotada que agora você vê e torcia para que a porta não se abrisse. Não queria ouvir o barulho do ranger das dobradiças velhas. Mas eu acho que isso aconteceu. Não me olhe assim Mellany! Do jeito que você também é curiosa, teria até mesmo se virado para ter certeza se havia alguém ali parado te vigiando ir embora, ou não. Porém eu não me virei. Não me esqueci da promessa do ritual."

"Andei firme e resoluto até chegar ao pé da estrada de frente ao hotel da senhora Sully, que eu acho que você já deve conhecer. Não tinha nenhum amigo meu ali me esperando mais, mas não estava tão tarde para eles irem embora. Como uma criança assustada, e assim eu estava, sentei ao meio fio e comecei a chorar e soluçar ao mesmo tempo. Fiquei muito aflito e nervoso com o que eu havia acabado de fazer. Foi nesse momento que eles saíram de trás das árvores e me assustaram. Dei um salto de onde estava e queria bater em cada um por causa dessa brincadeira que se repercutiu como história engraçada até nós terminarmos o ensino médio. Mas de um modo geral, foi aventura de criança, isso favorece para que seja um história engraçada, contudo até hoje não tinha conseguido voltar aqui e ver essa casa de novo. Foi demais para mim. Ei, não sorria. Está achando engraçado?"

"Foi por isso que te chamei para me acompanhar. Mas não vale me deixar mais nervoso sorrindo por causa de um pequeno medo que tenho. E eu quero descer até lá e bater de novo naquela porta. Talvez tenha algo lá agora. Pode ser um esconderijo, um covil de vilão secreto ou uma casinha de bonecas. Se isso fosse uma casinha de bonecas seria hilário. Propício para aquelas histórias de terror com casinhas fantasmagóricas e bonecas assassinas. Quem iria adorar isso era a Jessy. Ela parece toda meiga e certinha, mas por dentro adora essas coisas macabras. Certo, venha comigo e tente não fazer muito barulho. Só espero que o mal não esteja aqui. E não vale se virar rápido para sair correndo depois e muito menos gritar."

- Alguém mais sabe disso?

- Além de você só os meninos que estavam em minha companhia naquela noite, e creio que todos já saíram da cidade para trabalharem em algum grande negócio.

Duskwood: Crime EleitoOnde histórias criam vida. Descubra agora