Capítulo 9

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Boom dia...
Me desculpem a demora para postar. Não estava muito bem e precisava de um tempo para pensar na melhor continuação desse enredo também, porém aqui estamos..
De primeiro contato, não esqueçam de ir agora beberem água..
Boa leituraa ;)



O cabelo voa com o balanço do vento que percorre de um lado para o outro. Costumávamos correr todas essas planícies e depois nos jogar ao chão como se não houvesse mais nenhuma hora do dia para que fôssemos responsáveis. Era magnífico observar as nuvens e ver que cada uma parecia um gato de espécie diferente, mas as cócegas ainda estão aqui para me lembrar de como é sorrir com o lampejo de vida simples que podemos levar. Eles estão sentados no banco e parecem conversar sérios por algo que sem entender sorrio e me jogo aos braços mais perto de mim. A minha sorte é que hoje não está chovendo, assim não teríamos vindo para o dia "da família" como semana passada. Isso me deixou muito triste, então papai preparou minhas panquecas favoritas, e aos meus irmãos o que mais gostavam de sobremesa.

Nós quatro percorremos incansavelmente a volta do lago até o mais novo cair e ralar o joelho. Uma pena, a brincadeira me parecia legal e tudo o que queria era sentir a velocidade que meus cabelos poderiam voar. Não parei. A água tinha um reflexo lindo e podia ver alguém correndo na mesma direção que a minha, algo surreal e belo ao mesmo tempo. Não era a mim que refletia a imagem, mas sim outra pessoa. Como os olhos dela eram lindos. O sorriso meigo e travesso que me dava raiva, mas ao mesmo tempo inveja por não ser como ela. Era perfeita em todos os sentidos e todos que a conheciam primeiramente já sentiam um forte sentimento por sua pequena pessoinha. Então, na verdade, ela estava no lago. Era ela que percorria a margem e deixava aquele lindo reflexo ser levado pelas pequenas ondinhas que os meninos faziam jogando pedrinhas negras e sujas ao fundo.

Sentada admirando de longe, a esta altura não corria mais, e observava a melhor forma e o ângulo perfeito para captar aquela pequena menina de cabelos soltos claros. Ao meu redor as gramíneas arrancadas faziam um mini círculo. Minha proteção, e a única companhia bem vinda que eu desejava. Parada admirava o interior de minha mente e via a lua aparecer no céu noturno. Estava cansada de a ter por perto e queria permanecer o mais afastada possível. Eu precisava me manter afastada, não queria fazer nada, mas sabia que poderia.

- Devia entrar, ou prefere dormir junto com tudo de ruim que tem aqui fora? Eu posso pedir pra ele e você sabe que ele concorda comigo.

- Porque não concorda que é uma dissimulada, chata e insuportável?

- Não ouse falar assim! Sabe que eu passo por muitos problemas e deve ser boazinha comigo para não me fazer sofrer mais.

- Que se dane! Eu não me importo com seus problemas, se você perdeu seus pais ou sei lá o que mais inventa para todos terem dó de você, mas eu sei que não é essa menina meiga que todos acreditam.

- Que pena que todos não acreditam em você, vai recorrer a quem?

- O Alan acredita em mim, e por mais que você tente o persuadir contra mim não dará certo. Agora me deixe em paz e vá cuidar somente da sua vida.

- Sempre cuido daquilo que me interessa, e você verá daqui uns tempos o que pretendo fazer.

É nessas horas que respiro fundo para não voar em seu pescoço e lhe fazer confessar todas as suas atrocidades que encobre debaixo dos panos para ninguém suspeitar de nada, como sempre. Observo ele atravessar o jardim segurando alguma coisa nas mãos que não distingo de longe. O dormitório dele é do outro lado, porquê está indo para o oposto? Não vou seguí-lo, seria errado de minha parte. Muito errado só em pensar em fazer isso. Encosto as costas nos tijolos logo atrás de mim que forma o banco e deixo passar sem que me note. Geralmente é isso o que faço, deixo todos passarem sem que notem minha presença que muita das vezes é insignificante. E assim os dias percorrem, um após o outro. Monótonos, chatos, e invariáveis. Sobe sol e esconde a lua e permaneço por aqui sempre encostada no banco de tijolos duro.

Duskwood: Crime EleitoOnde histórias criam vida. Descubra agora