O amor do agente

4. A duquesa

SETEMBRO DE 1836,

"NAQUELE MOMENTO, O QUE ELE QUERIA ERA SAMUEL SMITH."

Dean Malcolm Boyce Hadley, o décimo sexto duque de Hovedan, no auge dos seus vinte e oito anos, não era conhecido por ser paciente ou bondoso, ele já tinha passado por muito na sua vida e tinha superado muito. Quando Dean queria algo, ele não pedia, ele não esperava, ele ia lá e tomava, pegava para si e não se importava com as consequências que isso poderia gerar. Ele tinha tomado o controle da sua vida e das suas escolhas aos nove anos, tinha tomado a sua felicidade e a sua liberdade para si aos dez anos, tinha se tornado duque aos dez anos e não se arrependia de nada que fizera durante toda a sua vida, só se arrependia de ter demorado tanto para decidir ser ele mesmo e tomar aquilo que queria.

No dia anterior, Dean tinha visto a forma como Samuel Smith olhara para ele quando Jane invadiu seu treino com o candidato à mordomo na sua cola, o pobre coitado mal conseguia desviar os olhos dele e Dean tinha se aproveitado um pouco daquilo. Ele também tinha ficado de olho no novo mordomo no dia anterior, sua atenção presa nele e em Jane perambulando pelo castelo, pelo pátio abaixo da janela do seu escritório. O rapaz era bonito e tinha uma bunda redonda que deixava Dean louco, ele via pouco de Samuel Smith naquele uniforme de mordomo, mas apostava que havia um corpo muito bom por baixo daquilo. E ele não tinha medo de admitir que se sentia atraído por Samuel, o fato de preferir deitar-se com homens e deseja-los ao invés das mulheres já era algo superado para Dean desde os seus nove anos.

Ele não era bondoso, ele não era carinhoso, ele não era bom com palavras. Dean tomava aquilo que queria. E, naquele momento, o que ele queria era Samuel Smith, mas ele não tomaria nada de Samuel.

- Responda a minha pergunta. – Ele exigiu. O rosto à centímetros dos lábios do mordomo e dos seus olhos azuis que pediam por um beijo ardente.

Apesar de todo o seu espirito impetuoso e difícil de se lidar, Dean sabia que existiam coisas que não podiam ser tomadas. E uma dessas coisas era a escolha de uma pessoa em se deitar ou ser beijada por outra pessoa do mesmo sexo que o seu. Ele não tinha intenção de violar as escolhas pessoais do novo mordomo, não tomaria aquilo dele se ele não quisesse. Mas, se Samuel dissesse o que ele queria ouvir, se dissesse possuir interesse em Dean, então ele tomaria tudo que o mordomo pudesse dar. Não importava o que tinha levado Samuel Smith até ali, o que ele ouvira a respeito do duque antes de chegar até o castelo, Dean estava pronto para provar a ele que era muito pior do que os boatos sugeriam a seu respeito e que nem sempre isso era algo ruim, ele estava pronto para mostrar que cada uma das coisas perversas que diziam que o duque fazia eram realmente verdade.

- Sr. Smith. – Chamou Dean, divertindo-se com aquela situação. Seu corpo estava tenso de desejo com aquela proximidade e o cheiro do mordomo, seu pau estava duro nas calças e pedindo por alívio. – Se não quer ser beijado por mim, precisa dizer agora mesmo que não deseja isso.

Dean não se importava se ele já tinha ou não sido beijado por outro homem, não se importava se já tinha levado outro para a cama ou sido levado, ele até preferia ser o primeiro e poder ensinar ao seu modo como fazia as coisas, mas Samuel não parecia ser do tipo que concordaria com as práticas dele na cama.

- Eu... – ele hesitou. Dean viu a garganta dele oscilar quando Samuel engoliu em seco. – Já beijei outro homem.

Uma sensação de alívio percorreu o corpo do duque ao ouvir aquilo, mas aquela era uma resposta que não bastava. Ele precisava saber se Samuel queria ser beijado por ele, apesar de todos os sinais que o corpo do mordomo estava passando naquele momento, como seu olhar que não desviava dos lábios de Dean e que ele mordia discretamente em um sorriso provocativo.