25. As condições

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NOVEMBRO DE 1836,

"VOCÊ É INCOMPREENDIDO."

Por fora, Dean estava como sempre fora, ele supunha, mas estava uma confusão tão grande por dentro que ele mal sabia começar a descrever. Pela primeira vez na sua vida, Dean sentia seu coração bater aceleradamente e sentia medo de não conseguir o que tanto almejava.

- Por favor, Sam. – Ele pediu em voz baixa.

Dean estava pronto para ajoelhar-se e implorar quando o olhar de Sam finalmente se ergueu até o dele.

- Me perdoe. – disse ele. E o peito de Dean foi apertado como se um cavalo o pisoteasse, ele sabia o que viria a seguir. – Eu não posso fazer isso.

- Por que não? – Dean indagou, apoiando as mãos na mesa e inclinando-se na direção de Sam. – Me dê um motivo, ao menos. Sei que seu coração quer isso, Sam... a menos que tenha mentido sobre me amar.

- Eu não menti. – falou ele. – Mas, em primeiro lugar, você mal me conhece, quem garante que vá me amar se me conhecer de verdade?

- Eu garanto! – Dean afirmou com convicção. – Sam, eu fiquei dois dias dentro de uma carruagem, fui até o seu apartamento na capital, então depois fui até a casa da sua irmã, consegui um endereço na capital de Gruffin e vim para cá, não o encontrei lá, o mordomo de lá me mandou para cá. Eu viajei por mais de uma semana para chegar até aqui e encontrar você, acha que eu faria isso se realmente não o amasse?

- Isso parece um pouco de loucura, mas não prova que me conhece. – Sam argumentou, inatingível.

Dean suspirou pesadamente e fechou os olhos por um momento.

- Seu nome completo é Samuel Alexander Hildegart, você nasceu em vinte de dezembro de 1810, tem vinte e cinco anos. Possui uma anomalia óptica pouco conhecida e sem tratamento ou cura que causa uma alteração na sua percepção de cores. – Dean falou, recitando tudo que Fred e Munro descobriram, o que pareceu surpreender Sam e o fez arregalar os lindos olhos azuis. – Quer que eu diga mais, como o número de casos que foi responsável pelo Serviço de Inteligência, ou o tanto de pessoas que você tirou a vida em missão, ou o motivo que o levou a servir à Coroa?

- Como sabe tudo isso? – Sam indagou, bastante surpreso.

- Você não é o único que faz investigações. – Dean deu de ombros. – O que estou querendo dizer é que eu conheço você e o amo, assim como você me conhece e me ama. Então me dê um motivo plausível para não ficar comigo.

- Por que eu não quero. – Declarou ele.

- Mentira. – Rebateu Dean. – E um motivo muitíssimo fraco.

Sam soltou um suspiro de cansaço.

- Dean, quando saí de Boyce Castle, eu disse que estava cansado de ter que me esconder. Eu voltei para casa e contei para toda a minha família quem sou, meus irmãos me aceitaram, mas minha mãe mal olha na minha cara desde que ficou sabendo, nesta mesma manhã, que sou homossexual. Não enfrentei tudo isso para você aparecer agora e pedir que eu aceite ser seu amante de novo e passe meus dias me escondendo e mentindo para os outros.

- Amante? – Dean indagou, confuso.

A resposta de Sam foi apenas assentir enquanto enrolava o tecido pintado e o enfiava de volta no papel. Dean permaneceu olhando-o, sem entender.

- Quem disse algo sobre ser meu amante? – ele indagou e Sam ergueu o olhar novamente, uma sobrancelha arqueada.

- Você. – falou ele.

O amor do agenteOnde histórias criam vida. Descubra agora