13. O jogo

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SETEMBRO DE 1836,

SAM DESCOBRE O QUE ACONTECE NO PORÃO DE BOYCE CASTLE.

Duas semanas tinham se passado, Sam completava quase um mês em Boyce Castle e ainda não tinha nada de concreto. Bem, algo estava se concretizando dentro dele, mas isso não tinha nada a ver com a investigação.

Por fora, Sam continuava sendo o mesmo, mas por dentro ele estava uma verdadeira bagunça. Dean o tinha levado para os seus aposentos todas as noites, Sam não tinha saído escondido antes do amanhecer e o jantar do duque tinha sido servido no quarto nas duas últimas noites, então Dean fizera Sam sentar-se e comer com ele, para depois os dois irem juntos para a cama e realizarem todos os tipos de atividades imagináveis. Sam estava percebendo que aquela história de Filho do Diabo talvez fosse a maior mentira que ele já ouvira, Dean não tinha nada de ruim e não se parecia com um chefe do tráfico, a hipótese mais provável para Sam era que tinham jogado uma pele de lobo sobre o duque e transformado ele em um monstro que não condizia com a realidade, então ele vestia aquela pele quando lhe convinha. Dean sabia ser mal, principalmente entre quatro paredes, isso Sam admitia, e ele também era grosseiro de vez em quando, mas ele não era de todo uma pessoa ruim. Sam estava aprendendo a gostar do duque e desejando passar mais tempo perto dele.

A estufa estava toda verde com as flores novas, a duquesa parecia estar passando por uma onda de claridade mental e fazia passeios matinais entre os canteiros com a companhia do filho. Sam e os criados estavam limpando e redecorando as salas do castelo e algumas já estavam prontas, o que tinha começado como algo para despistar a atenção do duque e dos criados tinha se tornado algo que Sam estava gostando de fazer. Oliver estava feliz com as incumbências de cuidar das roupas do duque e guarda-las na escala de cores, poupando Sam da humilhação de ter que contar ao duque que fizera a maior bagunça com as casacas porque não enxergava as cores como as outras pessoas.

Sam ainda não tinha desistido da sua investigação, ele sabia o propósito de estar ali. Ele fora mais três vezes ao porão e investigara tudo que havia chegado naquelas semanas, mas não havia nada ilícito, então ele passara a ouvir as conversas de Dean com seus homens atrás da porta, mas também não ouvira nada que ajudasse a incriminá-lo. Naquela última semana, Sam tinha ficado tão desesperado que resolvera escutar a conversa de Dean com seus homens durante a reunião que aconteceria naquela noite, era quarta-feira e eles se reuniriam naquele salão do porão, como todas as quartas-feiras. Ele tinha ficado sozinho nas últimas quartas-feiras, quando Dean tinha aquela reunião com os homens, e não admitiria se alguém perguntasse, mas tinha se sentido um pouco abandonado, mas então Dean aparecera na porta do seu quarto nos dois dias que aquilo acontecera e tinha levado Sam para os seus aposentos.

- Precisa de mais alguma coisa? – Sam indagou de modo prestativo ao terminar de servir o jantar do duque no quarto dele.

Dean ergueu o olhar para ele e arqueou uma sobrancelha.

- Não vai comer comigo? – indagou ele.

- Infelizmente, não posso. – Ele fingiu-se de triste por isso. – Tenho um compromisso.

A testa de Dean se franziu.

- Tem? – indagou ele. – Qual?

Bem... Sam não tinha pensado em uma desculpa. Hayley e Liam tinham partido da cidade na semana anterior depois que a investigação dela foi inconclusiva, então ele não tinha essa desculpa.

- Eu vou... visitar um amigo na cidade. – Mentiu Sam.

- Um amigo. – Dean pareceu desconfiado.

- Sim, um amigo. – Confirmou ele, então resolveu aumentar ainda mais a mentira. O segredo para fazer uma pessoa acreditar em uma mentira era torna-la grande e complexa. – Ele está de passagem pela cidade, indo para a casa da sua noiva depois de servir ao Exército de Sua Majestade por alguns anos.

O amor do agenteOnde histórias criam vida. Descubra agora