21. A revelação

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NOVEMBRO DE 1836,

SAM VOLTA PARA A CAPITAL PRONTO PARA SER ELE MESMO.

Um dia e uma noite de vigem depois, Sam estava entrando de volta em Lamero. Assim que saíra dos aposentos do Grandessíssimo Filho de Uma Puta e do Diabo, como Sam vinha chamando-o durante a sua viagem, ele tinha enviado um bilhete para um dos membros do Serviço de Inteligência na cidade e pedido um cavalo, então tinha juntado sua única mala e partido em poucas horas, sem nem se importar em receber o que o duque lhe devia.

Sam tinha viajado pelas estadas nevadas e passado a noite em uma hospedagem ruim de beira de estrada, não dormira durante toda a noite por conta do quarto frio e de tudo que precisava fazer antes de chegar ao escritório de Calvin.

Ele tinha junto de si o relatório detalhado sobre a investigação, com todas as pistas e provas, onde a conclusão apontava Dean Malcolm Dexter James Boyce Hadley de Hovedan, o décimo sexto duque de Hovedan, como um traficante de drogas medicinais não autorizadas para dentro do país, tinha como prova um dos frascos da droga que era aplicada na duquesa e indicava a palavra do médico sob ameaça do duque também como prova.

Além de tudo isso, Sam ainda tinha uma grande quantidade de raiva para jogar aquele relatório sobre a mesa de Calvin e ver Dean sendo preso, apesar dos seus sentimentos pelo duque.

Você não me ama, Samuel, você só me admira porque o tornei uma puta. Fora o que ele dissera, então Sam não tinha porque se sentir culpado em vê-lo sendo preso.

Sam entrou em Lamero e seguiu direto para Harper Street, onde seguiria por toda a extensão da avenida até o Castelo Real e o complexo da Coroa nos andares inferiores, onde ele encontraria o escritório entulhado de Calvin com o cheiro de queixo e mofo. O cavalo estava cansado pelo longo dia de viagem, o sol já estava quase se pondo, mas Sam não diminuiu o ritmo e nem desmontou, o animal poderia descansar nos estábulos reais.

Quando a imponente construção de pedras brancas se agigantou e Sam se viu do lado de dentro dos muros, ele desmontou do cavalo e entregou as rédeas à um cavalariço que se aproximou, então pegou sua mala e arrumou a sua bolsa de ombro ao lado do corpo, já se pondo a caminhar para dentro do castelo.

Alguns outros agentes reconheceram Sam e o cumprimentaram pelos corredores, mas ele não dedicou mais do que um assentir de cabeça para eles, indo direto para o escritório de Calvin para resolver logo aquilo. Ele deu duas batidas na porta e recebeu autorização para entrar, encontrando o homenzinho baixo e careca na sua sala entulhada de papéis e ainda mais abafada do que da última vez que estivera ali.

- Samuel! – exclamou Calvin, levantando-se com um sorriso no rosto.

Sam não se abalou ao parar de frente para a mesa do homem e cumprimenta-lo com um aperto rápido de mãos.

- O que tem para mim? – perguntou Calvin com um leve sorriso.

- A investigação foi concluída. – Sam declarou.

- E onde está o relatório e o prisioneiro?

Sam soltou um suspiro irritado.

- Não vai funcionar assim, Calvin. – falou ele. – Primeiro vai assinar minha exoneração, depois vou lhe dar o que tanto quer.

O homenzinho não pareceu feliz com isso.

- Mas...

- Você quase fodeu com a minha missão ao enviar aquela merda de carta me ameaçando. – Sam disse entredentes, sem se importar por estar falando palavrões na frente do seu superior todo educado. – E eu não estou com paciência para os seus joguinhos. Assine essa merda ou não vou te dar o que quer.

O amor do agenteOnde histórias criam vida. Descubra agora