SETEMBRO DE 1836,
"EU ACEITO A SUA PROPOSTA."
Naquela noite, Sam não preparara um traje comum para o duque vestir no dia seguinte, como era de costume, nada de calças de camurça e camisas de linho bem passadas, sem gravatas ou lenços caros. O que Sam tinha nas mãos conforme subia para os aposentos do duque eram algumas das roupas da sua própria mala, ainda não eram tão simplórias, pois ele era irmão de um conde e a sua mãe o mataria se soubesse que ele andava maltrapilho por aí, mas eram roupas que Sam usava quando não queria ser notado, geralmente quando investigava alguém na rua. Era provável que a camisa ficasse um pouco apertada nos braços do duque e talvez no peitoral, já que Sam não tinha um corpo tão esculpido e ombros tão largos quanto os dele, mas deveriam servir.
Ele bateu à porta e esperou, mas não houve resposta, então bateu outra vez e aguardou mais. Quando não teve resposta pela segunda vez, Sam girou a maçaneta e abriu uma fresta da porta, o quarto estava iluminado por velas, mas não tinha sinal do duque ali. Ele entrou e caminhou até a cômoda do duque, o local onde sempre deixava as roupas preparavas para o dia seguinte, e olhou ao redor para ver se havia sinal do duque, mas o quarto estava completamente vazio.
Sam tinha acabado de deixar a roupa no lugar e se preparava para sair quando sentiu a presença de alguém atrás de si. Seu corpo reagiu antes da sua mente, retesando-se e arrepiando-se, ele sabia quem ia encontrar ao virar-se.
- Vossa Graça. – disse ele, seus olhos encontrando os do duque.
Ainda trajando suas roupas formais e diurnas, o duque estava muito próximo de Sam. Os olhos dele estavam, como sempre, cheios de seriedade e um brilho de perigo, de tentação.
- Obrigado pelas roupas. – O duque falou, dando mais um passo na direção de Sam.
- Espero que sirvam. – falou ele, dando outro passo para trás para tentar fugir.
Sam tinha pensado na proposta do duque desde que saíra do escritório dele, ele estava tentado a aceitar aquela proposta e satisfazer sua curiosidade, milhares de perguntas lhe rondavam a mente, mas Sam ainda estava resistindo. O seu plano era prender o duque e não ser preso por ele, mesmo que os objetivos fossem diferentes. Sam já tinha ouvido falar sobre aquelas coisas que o duque falara, tinha lido o início de A filosofia na alcova, de Sade, há alguns anos, quando descobria seu interesse por homens e a sodomia, mas aquilo parecera demais para Sam e ele acabara desistindo. Agora, tudo que ele pensara sobre si mesmo e seus gostos parecia estar sendo testado, talvez ele até gostasse de ter aquelas grandes mãos do duque lhe dando uns tapas e fazendo outras coisas com ele.
- Elas servirão. – Afirmou o duque, dando outro passo na direção de Sam.
Ele recuou outro passo e se viu contra a parede. Seu olhar recaiu sobre os lábios do duque no momento em que ele passava a língua por eles e os umedecia. Então ele se viu preso à parede pelas duas mãos do duque, uma de cada lado da sua cabeça, e Sam sabia perfeitamente o que aconteceria a seguir.
Um beijo, ele imaginava. Mas o que aconteceu foi que as mãos do duque se abaixaram e pegaram os pulsos de Samuel, levantaram-nos, e ele os prendeu contra a parede, sobre a cabeça de Sam, segurando os dois pulsos com apenas uma das mãos enormes. A outra ele usou para segurar seu queixo, raspando na barba por fazer, e então as bocas dos dois estavam a centímetros uma da outra, e tudo que Sam queria era que não existisse espaço nenhum entre eles. Seu coração estava acelerado e seu corpo quente.
Com um leve repuxar de lábios, o duque finalmente beijou Sam. Os lábios quentes e cheios do Filho do Diabo encontraram os dele e a língua pediu passagem, que foi imediatamente cedida pelos lábios de Sam. Aquele beijo não tinha nada de calmo ou carinhoso, o duque estava devorando-o com a língua, torturando-o com aquele sabor de pecado e perigo, e Sam queria mais. As estocadas fundas do duque eram rápidas e o instigavam, então ele recuava e concentrava sua atenção nos lábios. Um gemido escapou da garganta se Sam e pareceu encorajar ainda mais o duque.
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O amor do agente
Tarihi KurguLivro 5 da série Os Hildegart. Determinado a colocar um fim no seu período trabalhando como espião para a Coroa de Egleston, Samuel Hildegart aceita sua última missão em um castelo localizado em um ducado costeiro com ilhas paradisíacas perfeitas p...