NOVEMBRO DE 1836,
SAM DESCOBRE O PASSADO OBSCURO DE DEAN.
Sam voltara ao velho hábito de sair escondido da cama de Dean antes de o sol nascer, pois ele sabia que o duque não o deixaria sair tão facilmente se acordasse, e Sam tinha planos importantes para aquele dia.
Fazia alguns dias que a duquesa tinha morrido, Dean estava melhorando um pouco e voltando às suas atividades rotineiras depois de alguns dias apenas na antessala dos seus aposentos, que agora Sam sabia ser uma espécie de estúdio de pintura do duque, eles estavam passando todas as noites juntos outra vez e toda aquela casca dura de Dean já não tinha mais efeito sobre Sam, ele ainda arfava quando via aquele olhar de leão, mas sabia que aquele leão se transformava em um mero gatinho se ousassem fazer um carinho em sua juba.
Naquele dia, Sam estava acordando cedo pois iria aos cortiços. Ele tinha decidido finalmente ir atrás de Owen e conversar com o antigo mordomo, descobrir a verdade por trás do passado de Dean e aquele trauma dele que provavelmente era a causa dos seus pesadelos. Então Sam tinha saído de fininho da cama de Dean e ido ao seu quarto, vestido uma roupa discreta e se preparado para a sua segunda-feira de folga com um passeio aos cortiços. Sam estava cansado de ter que esconder-se e mentir, não só sobre sua identidade, mas também sobre sua sexualidade, ele queria poder finalmente ser livre, ir para casa e assumir-se para a sua família. E rezava para que Dean o perdoasse e ainda o aceitasse depois de descobrir a verdade.
Ele viu Oliver subindo a escada com um pacote de correspondências em mãos, então o rapaz estendeu um envelope para Sam e ele sentiu-se ficar tenso.
- Sr. Smith. – Saudou Oliver. – Há uma correspondência para o senhor.
Sam pegou a carta.
- Obrigado. – Sam murmurou, olhando o nome no envelope.
De Calvin Smith. Para Samuel Smith.
Bem, pelo menos não era uma carta de Tessa com o nome verdadeiro de Sam. Ele voltou para o seu quarto enquanto rompia o lacre, pensou em ler a carta, mas ele não tinha uma vela por perto para queimá-la depois, então apenas enfiou-a junto de um monte de papéis sobre sua escrivaninha. Graças à inteligência de algumas pessoas da Coroa, qualquer pessoa que não soubesse o segredo por trás daquela carta veria apenas um papel em branco, sem nenhuma palavra escrita. Sam já sabia o que estaria escrito nela, então não precisava lê-la naquele momento e, com sorte, se livraria de Calvin em breve, se Owen realmente o ajudasse.
Depois de deixar a carta sobre a escrivaninha e tomar seu café da manhã rapidamente, Sam saiu do castelo sem maiores intercorrências.
Os cortiços continuavam idênticos ao que Sam se lembrava, a diferença era que agora uma camada de neve cobria o chão e não havia crianças correndo pelas ruas e nem ganhando doces ou dinheiro do Filho do Diabo.
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O amor do agente
Ficção HistóricaLivro 5 da série Os Hildegart. Determinado a colocar um fim no seu período trabalhando como espião para a Coroa de Egleston, Samuel Hildegart aceita sua última missão em um castelo localizado em um ducado costeiro com ilhas paradisíacas perfeitas p...