24. Volte comigo

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NOVEMBRO DE 1836,

"EU ACREDITO EM NÓS."

Obrigando-se a dar outro passo para dentro da sala de jantar, Sam sentiu seu coração acelerar e a tensão tomar conta do seu corpo.

Ele passou o olhar pela sua mãe, Nate, Sarah e Elisa ali, e Sam sabia que não terminaria nada bem com a presença de Margot para aquele encontro.

- O que faz aqui? – ele indagou depois de engolir em seco e buscar sua coragem.

- Precisamos conversar.

- Não há nada para conversarmos. – Sam se manteve sério, recusando-se a ceder. – Tudo já foi esclarecido na nossa última conversa.

Sam ainda não acreditava nos seus próprios olhos. Não era possível que o Filho do Diabo em pessoa estivesse parado no meio da sala de jantar da sua família, elegantemente vestido em um traje diurno e com um chapéu sobre a cabeça, seu olhar de leão que fazia as pernas de Sam tremerem brilhando nos olhos negros. Não era possível que ele pedisse para conversar com Sam.

Você não me ama, Samuel, você só me admira porque o tornei uma puta. Apenas isso bastava para que Sam se lembrasse do seu ódio por ele, apesar de passar as últimas semanas pensando em Dean.

- Você sabe que temos, sim, o que conversar. – Ele disse daquele seu modo imponente de sempre. – Eu só estou pedindo dez minutos em particular, depois irei embora.

Sam não podia lhe dar dez minutos em particular, porque seu corpo poderia ceder nesses dez minutos e ele poderia acabar nos braços de Dean, sendo, mais uma vez, o amante que ele queria que Sam fosse, aquele que se esconde durante o dia e aquece a cama do duque durante a noite. E Sam não iria aceitar mais aquilo.

- Samuel Alexander. – Margot entrou na discussão. – Pode nos explicar de onde conhece o duque de Hovedan?

Sam soltou um suspiro e se virou para a mãe. Agora Margot falava com ele, depois de passar a manhã toda dando um gelo nele e ignorando-o durante o almoço?

- Sua Graça estava ligado à minha última investigação, mãe. – falou ele. – E não terminou muito bem.

- Exatamente. – Dean concordou. – Mas estou aqui para mudar algumas coisas.

O coração de Sam acelerou-se freneticamente com essas palavras, mas o seu lado racional esmagou o emocional e jogou-o de volta em um canto.

- É melhor conversarem em particular. – Sugeriu Nate. – Usem meu escritório, no fim do corredor.

Não havia nada que Sam pudesse fazer, apesar de seu lado racional não querer, ele ainda se sentia curioso para saber o que diabo o duque de Hovedan viera fazer ali. Seu lado sentimental tinha uma opinião sobre aquilo, mas o racional o desferia um novo golpe a cada vez que ele tentava falar que Dean estava ali para resolver as coisas.

Sam não seria amante novamente.

Não. Seria.

Ele soltou um suspiro e pediu que o duque o seguisse enquanto caminhava pelo corredor. O escritório de Nate era um dos cômodos mais iluminados da casa devido à sua disposição, era um ambiente claro demais e permitia que Sam estudasse completamente as feições de Dean, que agora tirara o chapéu. Ele tinha olheiras sob os olhos ainda, a barba estava por fazer há pelo menos uma semana e ele parecia um pouco apreensivo, de um modo que só alguém que o conhecia há algum tempo poderia notar. E foi só naquele momento que Sam notou algo que ele carregava, um tubo comprido e enrolado que ele levava sob o braço.

O amor do agenteOnde histórias criam vida. Descubra agora