❅ Um momento para a loucura ❅

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31 de janeiro de 2017, 7:55.

Um vento frio adentra a janela do quarto da jovem ruiva que estava amarrotada e desajeitada sobre a cama. Estava dormindo, mas logo foi acordada pelo vento gélido em sua pele descoberta.

Contra sua vontade e com um mal humor explícito em seu rosto. Ela se levantou, sentindo frio, e foi em direção a janela. Estava levemente nublado mas, ela poderia dizer que o dia estava bonito. Algumas pessoas andavam na calçada conversando e pássaros cantavam de vez em quando. Sorriu e fechou a janela. Pegou uma presilha e prendeu seus cabelos, deixando apenas alguns fios desalinhados sobre o rosto. Eram 7:55 da manhã, relativamente cedo, mas para ela já estava tarde.

Calçou os chinelos e pôs um casaquinho fino de lã sobre o corpo. Saiu do quarto indo em direção a cozinha. Passando pela sala, notou a presença de Alina ali. Estava dormindo ainda, mas tinha certeza que não demoraria a acordar com uma ressaca iminente.

Foi aí que uma lâmpada se acendeu sobre sua cabeça. Queria fazer Alina se sentir bem e uma ressaca avassaladora depois de tudo que aconteceu seria a pior coisa que a morena poderia querer....

Celine se dirigiu até o fogão e colocou a água para ferver, pegou gengibre e em alguns poucos minutos, possuía duas canecas grandes de chá de gengibre, para ambas. Colocou o recipiente onde foi preparado o chá, sobre a pia, para lavar depois, e quando se virou, pôde ver Alina sentada no sofá, com um olhar muito distante.

Seus cabelos estavam bagunçados e sua roupa completamente amassada... mas seu rosto estava neutro. Diferente do dia anterior ela não possuía mais as manchas roxas em baixo dos olhos, as olheiras desapareceram. O que era um ótimo sinal.

- Bom dia... - Celine disse baixinho enquanto caminhava e se sentava ao seu lado com as duas xícaras na mão. - toma, beba um pouco desse chá pra curar a sua ressaca...

- hm... o que faço aqui? - coçou a cabeça como se realmente não entendesse.

- como...?

- o que faço nessa... - olhou em volta e suspirou - casa bonita e arrumada? E, porque você está aqui comigo?

- Não lembra do que aconteceu noite passada? - Celine observou ela virar um gole do chá pela garganta.

- Não muito... - encarou a caneca - eu lembro que... estava bebendo em um bar e que comecei a ficar meio tonta... Não consigo me lembrar do que aconteceu depois... - "malditas bebidas", pensou Celine.

- Vou refrescar um pouco sua memória e você me diz se consegue lembrar, ok? - Alina assentiu ainda um pouco confusa.- eu estava voltando pra casa depois de um longo dia, quando eu vi você sentada no bar da esquina dessa rua... Você estava bebendo e já parecia um pouco afetada pelo álcool, não estava me parecendo nem um pouco sóbria. - ela assentiu novamente, estava começando a se lembrar - quando falei com você, me disse que estava sem um lar e não tinha ninguém a quem procurar. Então eu a trouxe até a minha casa já que não iria te deixar de jeito nenhum no frio e na rua.

- ah... - colocou a caneca sobre a mesa de centro - consigo me lembrar agora... - suspirou - eu gostaria de te agradecer, só Deus sabe o que poderia ter acontecido comigo se tivesse ficado lá fora. Muito obrigada.

- Não se preocupe. E se não for me intrometer demais, o que aconteceu pra você ter ido parar naquele bar? - ela suspirou um pouco e seus olhos ficaram sombrios e pesados de repente, mas a curiosidade sobre o que a morena havia dito no dia anterior assolava Celine. - não precisa me dizer se não quiser...

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