❅ Querido Benedict Constance Hooper ❅

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11 de junho de 2018, 9:00.

Mais uma vez, o dia aparentava estar agradavelmente fresco ao lado de fora. Celine estava deitada em sua cama, coberta com um cobertor macio feito lã, com os cabelos bagunçados e espalhados sobre o travesseiro, enquanto ria alegre conversando com seu consagrado homem, mais conhecido como Benedict Constance Hooper.

- Benedict, estou rindo, mas ainda estou brava com você. - Fechou a cara forçadamente.

- Ué, mas por quê? Não está feliz em conversar comigo depois de tanto tempo? Ainda fiz uma xícara de chá em comemoração ao seu sucesso, ruivinha. - Ele estreitou os olhos bebendo um gole do chá.

- Ah, vamos fingir que você não fez isso. - riu - Por que não me disse que pediria a mão de Alina? Me senti rejeitada e alienada da situação.

- Bom... sem querer ser grosso com você, mas esse é um momento privado de um casal, que é composto por mim e Alina. - Celine pôs a mão sobre o coração se sentindo ofendida - Sério, e vai por mim, se ela não aceitasse com absolutamente ninguém sabendo, não seria uma completa humilhação. - Deu de ombros.

- Mas eu sou sua irmã, Benedict! - balançou a cabeça negativamente.

- E demorou séculos pra me dizer que estava de volta e criar vergonha nessa sua cara pra me ligar. - sorriu debochado. - Mas, eu ia te contar, tá? Só pretendia fazer isso pessoalmente, pra ver sua reação. - bebericou o chá.

- É bom saber disso. - Ela sorriu - Aliás, estava pensando em ir ver você hoje, estamos na mesma cidade e ainda sequer nos vimos desde a minha volta.

- Seria ótimo, mas hoje eu estou trabalhando. - ele olhou para baixo um pouco decepcionado antes de mudar sua expressão para a de quem acabou de ter uma ideia - Mas, isso não significa que você não pode vir até o meu trabalho.

- Ir ao seu trabalho? Benedict, não acho que seja uma boa ideia. Que tal amanhã?

- Amanhã será pior, vai por mim. - revirou os olhos - Olha... você nunca pisou neste lugar, não faz ideia de como é. Você adora arte desde quando éramos crianças, eu realmente adoraria te mostrar diversas das coisas que existem por aqui.

- Eu ainda acho-

- E além disso, também tem algo que quero que você veja com os próprios olhos. - sorriu travesso.

- E o que seria isso?

- Só vindo até aqui pra descobrir e passarmos o dia juntos, como nos velhos tempos. E aí, o que me diz? - Celine olhou para cima como se pensasse um pouco e enfim...

- Ok, eu vou. Mas se tentar me culpar por ter ido parar no olho da rua, vou te estrangular. - Ele gargalhou.

- Senti falta do seu senso de humor ácido, maninha. - ele sorriu novamente - Agora eu tenho que ir. Nos vemos às... 14:30?

- Fechado.

Eles desligaram a chamada. Celine possuía o sorriso mais alegre de todos no rosto. Benedict sempre conseguia animar a ruiva mesmo quando estava triste, afinal de contas, ele era seu irmão e de longe, seu melhor amigo. Ele conhecia todas as falhas e todos os traumas escondidos em seu coração, e sabia perfeitamente como ameniza-las.

A tela do celular iluminou-se mais uma vez, exibindo a caixa de mensagens. Era Michael, e havia enviado uma foto. Ao abrir, percebeu que se tratava de uma casa, provavelmente de Indiana, onde estava naquele momento e onde morou por longos anos.

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