Nepente

❅ Chega de vinho ❅

26 de maio de 2017, 19:34.

Lá estava ele, em sua extrema elegância, com as mãos dentro do bolso da calça e um sorriso mais do que perfeito exibido em seus lábios carnudos e escuros. Uma visão tão perfeita e inédita quanto a do paraíso. A roupa mais social deixava-o elegante e simples, da mesma maneira em que Celine se encontrava.

Como sempre, vestido em roupas escuras com alguns detalhes dourados em algumas partes. A calça preta definia ainda mais seu corpo esbelto e bonito, destacando as coxas grossas daquele belo homem. Seus cabelos estavam devidamente penteados para trás, com apenas algumas poucas mechas desorganizadas na frente. 

Ele estava tão elegante vestido casualmente, estava tão… único. Celine percebeu após alguns segundos o porquê aquele sorriso de Michael havia se tornado em uma breve risada, a lindinha estava de queixo caído com a visão mais do que estonteante.

– Acho que valeu a pena ter feito um esforço a mais hoje. – Ele disse olhando para os pés enquanto Celine ria envergonhada.

– Desculpa é que eu… – colocou uma mecha atrás da orelha – Eu só… Quem eu quero enganar? Você está maravilhoso.

– Estou maravilhoso? – franziu as sobrancelhas de uma forma engraçada para ela que se arrependeu de ter dito aquelas palavras no mesmo momento. 

– Uh… É, talvez. – deu de ombros.

– Apenas um talvez?

– Ai, Michael não enche! – riu.

– Se serve de alguma coisa, Sunshine. – se aproximou mais e mais chegando seus lábios perto o suficiente de sua orelha – Você também está maravilhosa. – sussurrou fazendo a garota corar.

– Quer parar de fazer isso, Michael? – sorriu já corada e puxou a porta, Michael riu daquela situação, era divertido ver o efeito que ele causava nela.

– Acho adorável quando fica tímida, Sunshine. – ele continuava a rir. – Vamos, dama? – estendeu o braço para ela.

– Vamos. – ela riu de volta.

Eles se voltaram para a rua e finalmente juntaram os braços. Pareciam um jovem casal, apesar de não serem um, oficialmente. Antes de descerem aqueles poucos degraus, Michael a observou de soslaio. Estava tão maravilhosa… tão… única. Um pequeno sorriso bobo brotou em seus lábios enquanto desciam aquelas escadas, e Celine percebeu enquanto começavam a caminhar.

– Do que está rindo? – ela perguntou com as sobrancelhas franzidas.

– É que tem uma coisa na sua boca. 

– O que? Onde? Ai meu Deus… – abaixou a cabeça envergonhada, mas ele a puxou de volta fazendo-a encara-lo.

Naquele momento um meio sorriso apareceu nos lábios do homem. Um sorriso diferente. Um sorriso, ladino e engraçado. E foi com aquele bendito sorriso que ele juntou ambos os lábios pela primeira vez naquela noite, mas não pela última.

– Agora não tem mais. – ela riu baixinho, tímida – Apenas o troco de mais cedo, espertinha. 

– Isso não é justo.

– O que não é justo?

– Não importa. – voltaram a caminhar devagar – Você é estranho, sabia?