Nepente

❅ Simples palavras ❅

11 de fevereiro de 2017, 14:57.

– Mãe? – Uma risadinha rigidamente sínica ecoou do outro lado da linha.

– Olá, Celine. Como vai você?

Lá estava ela… Era ela… Mandy Constance. Ela era uma mulher alva, de pele extremamente clara e de cabelos ruivos escuros. Uma Celine versão mais velha. Sua voz estava mais diferente do que da última vez, parecia… mais velha. Era bom ouvir sua voz mais uma vez, mas… ao mesmo tempo ela sentia uma certa amargura de tudo o que havia acontecido no passado.

– Estou bem. – respondeu seca.

– Como vai a faculdade? – disse em uma falsa animação.

– Bem. Mas, não sei se você se importa tanto quanto fez parecer agora. – disse.

– Porque está dizendo isso? – Celine parou de andar e suspirou.

– Por nada mãe, por nada. – "você sabe o que eu quis dizer", acrescentou mentalmente e balançou a cabeça negativamente para o nada e voltou a andar.

– Bom, de qualquer maneira, liguei pra avisar que iremos para Phoenix amanhã então, esteja em casa. – Mas como ela ousa?

– "Iremos"? – franziu as sobrancelhas.

– Eu e seu padrasto.

– Que? 

– Isso que você ouviu, e acho bom você estar em casa para nos receber.

– "Nos receber"? Não mãe, eu posso te receber, mas quero distância desse… Homem.

– Ainda com aquilo na cabeça Celine? – Ouviu um suspiro de reprovação.

– Eu não sei como você pôde, virar as costas para sua própria filha, e ficar do lado de um… – um nó se formou em sua garganta – De um assediador.

– Não fale assim do John, ele jamais faria algo assim.

– Ah é? e como pode ter tanta certeza?

– Ele é o homem da minha vida, e você mente para que eu fique contra ele, só porque simplesmente não aceita o fato de que ele substituiu seu pai. – seu estômago embrulhou. Anos se passaram e sua mãe não havia mudado nada. Estava carrancuda e asquerosa como sempre.

– Escute bem, ele jamais substituirá meu pai, porque meu pai tinha um coração bom, ele era um homem incrível. John não passa de um manipulador assediador, você não vê?

– O que eu vejo é que você é idêntica ao seu pai, uma mentirosa, sangue ruim. – parou de andar novamente, aquilo havia sido pior que uma facada. Os olhos da ruiva se encheram de lágrimas – Bom, sairemos daqui amanhã no vôo 202, esteja em casa para nos receber. – Celine ficou quieta – Celine?

– Não.

– O que disse?

– Eu disse que não. Então era pra isso que me ligou? Para ofender meu falecido pai e me forçar a recebê-los em uma casa que você não apoiou que eu tivesse? Não pense que me ligar depois de um tempo irá consertar o passado. Não ligo para suas ofensas em relação a mim. Depois que conheceu o meu Merdrasto você ficou assim, horrível. Mas não se convença de que é bem-vinda na minha casa depois de ofender a alma gentil do meu pai. Se eu tenho o sangue ruim, tenho certeza que puxei a você, e não ao meu pai. – Duas lágrimas de pura raiva e indignação escorreram pelo seu rosto.