❅ Querido Michael Joseph Jackson ❅

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16 de junho de 2018, 9:10.

- Ah mãe, você não sabe o quanto eu estou empolgado com a minha parceria com Bryan... - ele suspirou bebendo um gole de chá preto ao leite e com um pouco de mel.

- É claro que eu imagino, Michael. Estamos todos muito orgulhosos e sabemos que será um grande sucesso. - Kate riu baixinho do outro lado do telefone - Eu adorei a música, e tenho certeza que é uma das melhores que já ouvi em toda a minha vida. - ela parou - Janet está mandando um beijo.

- Obrigado mãe, mande outro pra Janet. - ele riu enquanto escutava sua mãe dizer algo para a irmã.

- Enfim, me conte um pouco mais sobre sua volta. Fez uma boa viajem? Demorou pra chegar? Ficou enjoado ou ansioso?

- Mãe! - ele gargalhou - Sim. Não. Não. E obrigado por perguntar. - agora foi a vez da mãe rir.

- Certo, acho que exagerei um pouco. E Celine? Quero conhecer minha nora! - ela disse entusiasmada enquanto Michael sentava-se na cadeira novamente.

- Bom... nós estamos recomeçando. - suspirou - Ela estava estranha depois que voltou da faculdade. Fiquei um pouco confuso com essa "nova Celine" achei que eu tivesse feito alguma coisa de errado, não sei. Mas, eu jamais faria isso por querer, sabe?

- Eu sei disso filho.

- Mas então, ela me pediu desculpas e disse que apenas precisava de um tempo para se reorganizar e voltar ao normal. Você sabe... foram longos meses de pressão sobre ela 24/7. E eu entendo, isso desgasta qualquer um. Saúde mental também é importante... - deu de ombros - Mas, de maneira mais resumida, estamos indo devagar com o relacionamento, não quero que ela sinta que estou forçando ela a "melhorar" depressa. E... estamos muito bem com isso. É sério! Ela até cozinhou pra mim quando eu voltei da viagem. Fez bolo de cenoura e até suco de laranja natural! Acredita nisso?

- Eu fico tão feliz em escutar isso, Michael. E fico feliz que tenha sido maduro e cavalheiro o suficiente para compreender o lado dela.

- Conversamos praticamente a noite toda sobre coisas aleatórias. Ela me contou todos os detalhes sobre seus últimos meses naquela cidade. Estava muito animada pra conversar comigo sobre tudo. Como se estivesse empolgada ou apressada... mas eu nem me incomodei em interromper o que ela falava, se eu pudesse ficaria ali pra sempre, ouvindo ela falar por horas a fio com aquela voz que só ela tem... - ele suspirou mais uma vez, maravilhado - Eu a amo tanto mãe... quero que ela permaneça ao meu lado para sempre. Não me imagino sem ela mais...

- E porque não toma uma atitude sobre isso, Michael? Você fala dela como se fosse a coisa mais maravilhosa do mundo, então, porque não se casa com ela? - o mulato riu.

- Já penso nisso faz um bom tempo, mamãe, mas acho que devo ter mais paciência quanto a isso. Ela ainda está se adaptando à antiga rotina e como eu disse antes, não quero sufocá-la.

- Compreendo, Michael, me sinto ainda mais orgulhosa por saber que criei meu filho como a pessoa mais compreensiva e tranquila possível. - ela riu - Foi realmente ótimo falar com você de novo, meu filho, mas preciso ir agora.

- Tudo bem, mãe. Até uma outra hora.

Eles então desligaram a chamada e Michael bebeu o último resto de seu chá, que a este ponto já estava frio e sem gosto, mas ao menos permanecia doce. Ele rapidamente se dirigiu a cozinha e pôs-se a lavar as louças para que tudo ficasse limpo e organizado, como ele sempre gostou que fosse. Mas a verdade, é que apesar de seu corpo estar presente ali, na cozinha, sua mente vagava para outro lugar mais distante, especificamente para a outra rua, na mesma casa em que curiosamente - ou não - Celine morava.

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