❅ Ainda há esperança? ❅

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16 de junho de 2018, 20:35.

Michael já havia chegado em casa àquela altura. Estava sentado no sofá vestido em um suéter cinza escuro e uma calça preta mais larga. Entretanto, apesar de parecer calmo, sua perna esquerda não parava de se mexer.

Estava certamente ansioso, nervoso ou preocupado com algo enquanto assistia a TV à sua frente. Sua preocupação aumentava de 5 em 5 minutos em que resolvia checar seu celular, atrás de algum sinal de vida de Celine, qualquer um que fosse. Por mínimo que fosse.

Tudo estava confuso. Michael não conseguia pensar em qualquer resposta que fosse para o que tinha acontecido mais cedo naquele dia. Não entendia o que tudo aquilo poderia significar e porque parecia misteriosamente uma despedida.

Retirou então a foto de dentro de seu bolso para olhar mais uma vez. Havia um brilho estranho no olhar de Celine. Ela parecia genuinamente feliz, é claro, mas ao mesmo tempo parecia haver algo a mais bem ali. Algo que Michael não conseguia perceber claramente, mas que estava lá.

O que havia feito com que ela agisse daquela maneira? Por que ela saiu chorando e correndo para longe dele? Ela não estava tão feliz quanto queria demonstrar para ele? O que diabos estava acontecendo? Por que ela estava estranha? O que havia acontecido em Los Angeles? Eram tantas perguntas ao mesmo tempo que elas pareciam simplesmente saltar por seus olhos.

Então, seu celular começou a vibrar sobre o sofá marrom aveludado. Michael praticamente se atirou sobre ele, pensando que talvez ela tivesse lhe dado o tão aguardado sinal de vida, mas na realidade, era apenas uma chamada de Bryan.

Michael revirou os olhos um pouco frustado ao perceber que não era exatamente quem ele desejava que fosse, mas mesmo assim atendeu à chamada. Não queria que ele se sentisse rejeitado apenas uma semana e algumas horas do lançamento de sua música.

Boa noite, quem deseja? – Michael disse em um tom cansado e levemente desapontado.

Olá Michael, meu camarada. Como vai? Você me parece cansado.

Vou bem, apenas um pouco pensativo. Vou lhe poupar disso… – não pôde evitar sorrir – E quanto a você?

Ansioso. Mal posso esperar para ver a reação do público…

Se acalme, tenho certeza de que será um sucesso e de que seremos conhecidos por essa obra de arte.

Assim eu espero. – ele bufou – E Celine?

Vai bem. Perguntou sobre você esses dias.

Fico feliz. Ela é muito gentil e simpática, combina perfeitamente com você, camarada. – ele parou por um instante como se pensasse – Isso me fez pensar que podemos sair qualquer dia desses em um encontro duplo. O que acha? Eu levo a minha esposa e você leva Celine, talvez elas possam até se tornar amigas!

De fato uma ótima ideia Bryan, acho que ela adoraria. – parou assim que uma lâmpada se acendeu sobre sua cabeça – E sabe… você acabou de me dar uma ideia.

Mesmo?

Sim. Me desculpe, mas eu realmente preciso desligar agora. Vejo você no lançamento de HYERLAW?

Definitivamente.

Então, eles desligaram aquela chamada. Michael checou pela última vez a caixa de mensagens em sua conversa com Celine e ela ainda não havia visto. Mas, porque sentar e enviar mensagens se poderia simplesmente andar até a outra rua e visitá-la como um cavalheiro?

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