❅ A coisa certa ❅

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8 de junho de 2018, 16:00.

Olha, eu realmente não sei pra onde está me levando agora, mas isso tudo parece suspeito pra mim… – a ruiva pronunciava sem poder enxergar absolutamente nada por conta das mãos da amiga em seu rosto.

E por que seria suspeito?

Porque você nem ao menos me deu uma pista de onde pode estar me levando. Se eu fizesse isso com você, o que pensaria a respeito?

Pensaria que talvez estivesse me levando para um lugar sem nome, em outra cidade, outro estado, outro país. – Celine riu.

Então sabe exatamente o que eu estou sentindo agora… – Celine continuava a caminhar com calma – Eu ainda queria estar cavalgando ao ar livre com aqueles adoráveis cavalos…

Acho que descobriu um novo hobbie. – Elas riram e então pararam de andar – Chegamos. Pronta?

Assim que você me permitir voltar a enxergar. – Alina sibilou algo como "idiota" antes de retirar as mãos que estavam sobre os olhos da amiga. Ela piscou algumas vezes para ajustar a visão, diminuindo o embaçado – Uma loja de doces no meio da cidade? Tá de brincadeira comigo… – Celine disse abismada.

Não, eu não estou zoando com a sua cara e você não está sonhando. – Alina deu um pequeno beliscão em seu braço.

Ai, caramba! Já entendi. – ela passou a mão pelo local – E o que você planeja que façamos aqui?

Não é óbvio? Vamos comprar doces! – disse entusiasmada – Eu quero que experimente cada um dos novos da coleção, e não aceito não como resposta.

Minha glicose já pede arrego. – Elas riram uma para a outra – Têm certeza que isso é uma boa ideia? Não prefere ir comprar roupas ou fofocar sobre cada ser humano dessa cidade?

Não, de maneira nenhuma. Experimentar coisas novas ao seu lado é um dos tópicos da minha lista de melhores amigas.

Você tem uma lista de tópicos para melhores amigas? – Celine arregalou os olhos sorriram desacreditada – Não acredito.

Pois, acredite. Ainda temos muito o que fazer juntas. – Alina a puxou pelo braço para dentro da enorme loja de doces.

As portas de vidro se fecharam atrás delas assim que adentraram o lugar. O cheiro familiar – ou nem tanto – de marshmallows preencheu as narinas de Celine ao mesmo tempo, acariciando seus pulmões com o mais doce cheiro de infância e dos bons tempos passados.

A loja possuía uma aparência bastante convidativa, com as paredes em cores do arco-íris e o teto em gesso maciço, mais branco que a própria neve. Haviam também alguns leds coloridos em algumas partes daquele grande lugar, que possuía por sua vez, gigantescos monumentos com os mais variados tipos de doces e guloseimas à varejo. 

Posso ajudar? – Uma mulher de meia idade se aproximou vestida em um vestido verde com um avental branco. Quase como uma cozinheira de restaurante, versão infantil.

Oh, claro mi hija… – Alina começou a imitar um sotaque diferenciado assim que pôs-se a falar, deixando Celine confusa – Viemos aqui pra comprar doces típicos do Arizona, mi tia disse-nos que aqui estão expostos os melhores do estado.

Oh, se ela mesma disse talvez seja verdade… – A atendente disse – É hispanohablante?

Sim, sou do México. – Alina sorriu e encarou Celine com um brilho perverso no olhar – E ela é Germânica.

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