❅ Alma Nepente ❅

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⚠️ATENÇÃO⚠️

NESTE CAPÍTULO SERÃO ABORDADOS TEMAS QUE PODEM CONTER GATILHO, COMO O ASSÉDIO SEXUAL. CASO SINTA GATILHO, RECOMENDO NÃO LER. E SE VOCÊ CONHECE ALGUÉM QUE JÁ SOFREU OU SOFRE COM ISSO DISQUE 180. NÃO SEJA CÚMPLICE, DENUNCIE!

12 de fevereiro de 2017, 18:37.

O choque ainda estava presente na sala de estar. Ainda sem acreditar, Celine apenas encarava a televisão, sem piscar. Benedict se levantou do sofá e colocou uma das mãos sobre a testa. Não havia lágrimas naquele momento, por mais triste que fosse. O estado de ambos ainda era de choque. Alina e Michael se entreolharam como se se perguntassem o que deveriam fazer.

É muito triste acontecer esse tipo de fatalidade. Apenas 3 pessoas sobreviveram mas estão gravemente feridas no Hospital neste momento… – A apresentadora termina.

E-eu… – Benedict aflito passa as mãos pelo cabelo – eu preciso tomar um ar… – Diz, saindo logo após.

Celine continuou ali, tentando processar o que havia acabado de acontecer. Se virou para a sacada e andou até lá, se apoiando no corrimão. Alina olhou para Michael como se pudesse dizer algo de uma forma silenciosa. E misteriosamente ele entendeu.

A morena deixou a sala e foi atrás de Benedict. Ela sentia que deveria dar apoio aos dois, mas naquele momento, percebeu que ela seria a melhor pessoa para acalmar Benedict, e não Michael. Assim como Michael era o melhor pra tentar acalmar Celine, que parecia extremamente aflita.

Encostada naquele corrimão ela soltou seus cabelos ruivos o deixando livre. Ela não sabia exatamente o que sentir. Se sentia triste por sua mãe, por mais que ela não tenha sido a melhor nos últimos 10 anos. Mas, nenhuma lágrima descia por seu rosto. Seria o choque? Ela ainda teria de processar o que aconteceu?

Enquanto tentava pensar a respeito, olhou para o outro lado da rua. Lá estavam Alina e Benedict, ele estava chorando. Foi então que ela o abraçou para tentar acalmá-lo, era possível ver seu corpo pular com os soluços. Pobre Benedict…

Sentiu uma mão em suas costas, ela sabia quem era, mas ainda sim se manter calada.

Celine… – disse baixinho – E-eu… eu sinto muito que isso tenha acontecido.

Não sinta. – engoliu seco – Foi uma fatalidade… – Ele se manteve quieto – Eu… eu não entendo.

Não entende o que?

Eu… deveria estar com raiva ou magoada… talvez até ressentida. Mas… eu não consigo sentir raiva dela.

Ela nos abandonou por um cara. Ela não me deu apoio quando eu mais precisei. Mas, não consigo simplesmente sentir rancor por ela. Ela ainda era minha mãe… – seu nariz começa a arder levemente.

Michael fez um sinal para que ela prosseguisse. Ela estava tão emocionalmente abalada que nem sequer filtrou o que deveria dizer ou não para ele. Ela só queria tirar aquele peso do peito. Então o observou de canto e voltou seu olhar para frente novamente.

Eu tinha 5 anos de idade quando meu pai morreu. Minha mãe não demorou muito para achar alguém novo nesse meio tempo. O nome dele era John Whitfield, um empresário bem sucedido no Texas. No início, ele nos tratava como seus próprios filhos, éramos inseparáveis… até que… – Parou e fungou, seus olhos já possuíam uma vermelhidão diferenciada.

NepenteOnde histórias criam vida. Descubra agora