Nepente

❅ Nenhuma vassoura por aqui ❅

31 de janeiro de 2017, 20:01.

Com um sorriso no rosto, Celine finalmente abre a porta de casa. O dia havia sido produtivo e pelo menos uma parte dele, muito divertido. Ela sorriu se lembrando um pouco das últimas horas.

Michael e ela dançaram muito, como dois amigos que se conheciam a muito, muito tempo. E ele estava tão sorridente, uma alegria que a contagiava. Ele lhe mostrou também um projeto no qual estava trabalhando, era uma música com belos arranjos de violão e chocalhos. Era uma demo mas tinha muito potencial. Ele não revelou o nome da música, mas ela sentia que era algum tipo de canção romântica.

Ele também disse que estava trabalhando muito duro com o cantor e que seria um dos projetos mais criativos que iria lançar. Após isso eles se despediram e Celine voltou para casa. Desta vez, sem a companhia dele, que resolveu ficar até um pouco mais tarde.

Abrindo a porta de casa, viu apenas uma luz acesa. A luz da cozinha iluminava brevemente a sala logo ali também. Não havia ninguém em casa, Alina não estava ali.

Deixou sua bolsa no sofá e chamou por Alina, na esperança de que ela respondesse. Um silêncio ensurdecedor se fez presente. Estranho...

Foi em direção ao seu quarto, talvez ela estivesse por lá. Abriu a porta e mais uma vez, apenas concretizou que estava só. A casa estava tão limpa quanto um diamante recém lapidado, e cheirava a lírios, um cheiro suave. Mas.... Onde estavam os livros que ela havia deixado sobre a cama mais cedo? Onde estavam suas roupas no candelabro? E onde está Alina?

Naquele momento sua desconfiança e paranóia foram multiplicados por mil, e ela só conseguia pensar em uma alternativa. Havia sido furtada.

Com raiva saiu batendo a porta do quarto, como ela pôde? Depois de tudo que Celine fez por ela? Depois de tudo o que conversaram? Depois de dividir seu lar? E porque ela roubaria livros e roupas?

Apertou as mãos contra os cabelos enquanto bufava, era possível sentir sua raiva e decepção a quilômetros. Até que a porta da frente bateu.

- Olá Celine, voltou mais tarde do que eu esperava... - Alina? O que ela faz aqui?

- V-você... onde estava?

- Eu saí pra comprar alguns ingredientes e preparar o jantar. Gosta de lasanha? Eu adoraria lhe mostrar minhas habilidades culinárias, afinal vamos conviver juntas por um tempinho... - confusa Celine sacudiu a cabeça tentando processar as coisas - algum problema? Se não gosta de lasanha, podemos cozinhar outra coisa...

- Não, é que... Onde estão meus livros? Minhas roupas?

- Os livros eu coloquei na estante, não se preocupe, eu os ordenei e não desmarquei nenhuma página. E sua roupa está dobrada na gaveta do seu guarda-roupa. Porque?

- é que... eu achei que... bom... eles tinham sumido e...

- não achou que eu iria lhe furtar, achou? - Celine ficou quieta lhe demonstrando o que a morena menos queria acreditar. - Sente-se, Celine. Por favor. - Ela obedeceu e logo Alina se sentou ao seu lado, encarando seriamente a ruiva. - Olha... você confiou em mim, me deu um abrigo, um lar... Eu sei que ainda somos praticamente estranhas, mas não precisa desconfiar de mim.

- desculpa é que eu...

- não - interrompeu - eu entendo, não se deve confiar em todo mundo hoje em dia. Mas comigo você não precisa ficar desconfiada. Você me ajudou e eu sinto que tenho uma dívida gigantesca com você, eu jamais faria algo que pudesse te prejudicar. - Celine assentiu.