❅ Meros Sinais ❅

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14 de abril de 2017, 16:57.

Já faziam dois meses desde o episódio na sacada da casa de Benedict. O dia seguinte após a notícia não foi muito fácil. Ambos se manteram fortes durante todo o tempo, eles precisavam, já que agora só possuíam um ao outro. Naquele velório apareceram apenas 10 pessoas, 8 deles eram da família de John, o canalha fingido.

O funeral durou 2 horas no total. Naquele dia ventava frio, era como se o mundo entendesse a dor de ambos, por saber que agora, não tinham mais ninguém além deles mesmos. Ficaram hospedados cerca de 1 semana no Texas, em um hotel 3 estrelas. Logo após voltaram, e retomaram suas vidas normalmente. 

Porém, por mais estranho que pareça, Celine e Michael ainda não haviam se visto. Michael resolveu não ir em sua casa pois, segundo o mesmo, achava que ela precisava de um tempo para processar tudo. Ele não estava errado. Foram semanas até finalmente processar o que havia acontecido.

Porém, nem por um instante, Michael havia saído dos pensamentos da ruiva. Toda bendita noite antes de dormir, flashes do momento na sacada vinham a sua mente. O calor de seu corpo, o aperto gostoso de seu abraço, aquela colônia adocicada e o beijo que ardia em sua testa. Foram aqueles gestos, aquelas palavras, que tornaram tudo mais fácil. Tornaram sua alma ressentida em uma alma pacífica.

Neste momento, em exatos 2 meses e 2 dias após o acontecido, ela fecha sua bolsa para finalmente ir para casa. A maioria da classe já havia saído, apenas ela e Dr.LeClerc se encontravam na sala. Com um olhar cansado e levemente desbotado ela pega sua bolsa e se direciona a saída da sala.

Celine. – Dr.LeClerc diz calmamente – Pode vir aqui um instante? – a ruiva assentiu e andou até ele – Eu fiquei sabendo o que aconteceu… Sinto muito.

Não sinta… Foi uma fatalidade. E onde ela está ela poderá ser feliz para sempre. – Sorriu fraco e ele espelhou seu ato.

Me desculpe como te tratei antes. Não era necessária minha extrema grosseria.

Não vou discordar de você. – Riram.

Eu… vou tomar cuidado com minhas palavras a partir de agora. Mais uma vez, peço desculpas pelos meus modos…

Tudo bem. – colocou a mão sobre o ombro do homem – todos erram. E fico feliz que tenha aprendido o certo. 

Trocaram sorrisos tímidos e Dr.LeClerc assentiu. Em silêncio, ela apenas acenou e se retirou da sala. Felizmente, sua antipatia por ele havia desaparecido e a dele por ela também. Pelo corredor ela caminhava com um breve sorriso no rosto, não pelo que acontecera há pouco, mas pelo que aconteceria em mais ou menos 15 minutos.

Depois de 2 meses, ela finalmente estava pronta para vê-lo novamente. Embora tenham conversado algumas vezes por mensagem, ela não queria deixar transparecer sua tristeza e pesar, ele não merecia ver seu lado sombrio.

Decidida e com um sorriso ao menos feliz em seu rosto ela saiu do prédio da faculdade. Os tênis brancos destacavam o jeans escuro da calça e combinava com o branco da blusa. O vento fresco e úmido roçou seu rosto a fazendo fechar os olhos para apreciar o momento de paz.

Dentro de alguns poucos minutos, lá estava ela, em frente ao estúdio com o número 777 em dourado. Exitante levou a mão até a porta, mas não bateu. E se ele estivesse ocupado agora? Talvez ele não pudesse a ver agora.

Celine? O que faz aqui? – com um sotaque carregado o homem baixinho disse animado.

Louie!

NepenteOnde histórias criam vida. Descubra agora