||CAPÍTULO VINTE E CINCO - PLANO||

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Eu mandei muitas mensagens para Alana vir me encontrar em casa. Eu precisava contar para ela que a Carol que estava me ameaçando e eu precisava parar ela.

Mas, mesmo sendo óbvio ainda não encaixava direito. Como ela descobriu que eu sou a anônima? Não tem sentido.

Meu pai fechou a lanchonete e fomos juntos para casa, eu estava tão pensativa que apenas lembrei que ele quer falar comigo quando chegamos em casa.

— Larissa, eu quero conversar com você. — me chamou antes que eu possa subir para meu quarto.

— Claro, pai, eu me esqueci. É sobre o que?

Meu pai coçou a nuca como se estivesse envergonhado, isso me deixou preocupada.

— É que... Há um tempo atrás eu ouvi sua conversa com sua mãe sobre criar um personagem para atrair o rapaz que gosta... Algo assim. — ele parecia tão confuso como eu.

— Onde quer chegar? — perguntei querendo cortar a enrolação.

— E eu juntei algumas coisas como por exemplo, a compra de um novo celular, dois vestidos para o baile, você sempre grudada no celular...  — Meu pai continuou — E eu queria saber se o que eu estou pensando é verdade.

— Depende — tentei disfarçar — O que você está pensando?

— Estou pensando... — meu pai suspirou — Estou pensando que você está mandando mensagens fingindo ser outra pessoa.

Por sorte consegui paralisar minha expressão e não revelar a verdade de cara igual aconteceu com Alana.
Mas mesmo assim ele está esperando minha resposta, eu não sabia o que falar. Nunca fui boa em mentiras e de um jeito ou de outro ele descobriria. Dizer a verdade então? Falar ao meu pai que estou pensando nudes na internet?

Alana abre a porta de casa e nem percebe o clima do ambiente. Ela está acostumada a entrar em casa sem bater quando estou em casa.

— Oi, gente. — cumprimenta e só então percebe o clima — Atrapalho alguma coisa?

— Não, claro que não. Meu pai está achando coisas — falei sem pensar, fazendo meu paizinho abaixar a cabeça envergonhado.

Isso é injusto, eu que deveria estar envergonhada de mentir assim para ele.

— Vem, precisamos conversar. — puxo Alana para meu quarto sem nem olhar para meu pai. Eu acabaria confessando tudo se olhasse por mais tempo em seu rosto triste e preocupado.

Fecho a porta e encaro Alana como um pedido de socorro. Ela me entendeu rapidamente.

— O que aconteceu?

— É a Carol! Mas que merda, sempre foi ela. Ela estava embaixo de nossos narizes esse tempo inteiro e não percebemos!

— Calma lá também, não estamos numa novela. — Alana me freou — Ela não estava aqui o tempo todo, chegou agora.

— Mas mesmo assim estava na cara: Ela apareceu junto com as ameaças.

— E quais são suas provas? A fonte é sua cabeça? — perguntou — Não duvido que seja essa filhote de naja, mas mesmo assim precisamos de provas e, mesmo com as provas, não podemos fazer nada. É você ou ela.

— Preciso fazer alguma coisa! Eu não quero ficar sendo ameaçada.

— Tá, vamos pensar em algo.

Nós nos sentamos em minha cama para pensar, mas antes de qualquer coisa, minha obrigação de melhor amiga falou mais alto.

— E você e o Mathias? — pergunto calmamente, tentando não ser invasiva.

— Ele acreditou em mim e me pediu em namoro — sorrimos juntas — Mathias é um cara que no suporta mentiras, eu contei pra ele da noite das meninas e ele me perdôo.

— Que bom, amiga. Menos mal.

O silêncio no quarto voltou e a única coisa que eu conseguia pensar era em falar logo a verdade. Se eu acabasse com a mentira não seria mais ameaçada por ninguém e tiraria esse peso de minhas coisas. Mas o baile é daqui uns dias.

— Tenho uma ideia, mas não sei se você vai gostar...

— Estou aceitando qualquer coisa! — garanti e me ajeitei na cama, pronta para ouvir o plano de Alana.

...

Romance Anônimo - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora