Romance Anônimo - CONCLUÍDA

||CAPÍTULO VINTE E NOVE - MÁSCARA CAIU||

Lucca e eu ainda estávamos colados mesmo com o fim do beijo. A música de fundo era animada mas entre nós dois a música era lenta e apenas nos movemos para o lado e para o outro.

— Você nem imagina como eu sonhei com isso. — Lucca suspirou — Você está aqui, na minha frente! E-eu estou tocando em você.

Sua mão passeou por todo meu corpo, me trazendo diversas sensações novas e arrepios pelo corpo. Ah, era um sonho estar ali com ele, agarradinha.

— Nossa dança é daqui a pouco. Pelo menos podemos ficar juntos depois.

Olho em seus olhos e consigo ver um brilho neles. Esse era o momento perfeito para tirar a máscara e contar quem eu sou realmente. Jorge ficaria chateado, mas eu não estava pensando nele o suficiente.

— Por que você não tira essa máscara? — Lucca me perguntou.

Sua mão que estava em minha cintura foi levantando lentamente até chegar em minha máscara. Antes que ele a puxasse, dou um passo para trás.

Eu não tenho coragem.

— Desculpa. — ele pediu — Eu prometi que não tocaria na sua máscara.

Sua mão voltou ao meu rosto e acariciou minha bochecha. Sem nem importar com a intimidade, apoiei a cabeça em sua mão, como um gatinho recebendo cafuné. Lucca riu.

— Próximo grupo, se posicionem. — A diretora pediu.

Lucca segurou minha mão e me puxou para o palco.

A música infantil começou e vi vários adolescentes segurando o riso. De longe, consegui ver Carol, Mathias e Alana.

O passo de dança era uma mistura de valsa e lambada. Os passos ficaram incríveis. Logo, a letra encheu o ambiente.

"Castaways, we are castaways
Ahoy there, ahoy, we are castaways
We're stuck where we are with no house, no car
Castaways, ahoy, we are castaways"

A música é curta então logo acabou e escutamos os aplausos dos outros.

Lucca me puxou novamente, parecia estar com medo de me deixar e eu ir embora.

— Essa música é perfeita. — ele disse — Castaways, we are castaways. — Cantarolou. — Fica na cabeça.

Sinto um cutucão em minhas costas e ao me virar, dou de cara com Carol.

— Que merda é essa aqui? — ela gritou por cima da música enquanto batia os pés.

Estava com um vestido branco de alcinha que ia até o joelho, sua máscara era preta e branca e tinha uma pena grudada no lado esquerdo.

— Lucca, você sabe quem é ela por acaso? — Perguntou cruzando seus braços.

Eu estava nervosa e queria socar a carinha dela, mas isso não ia adiantar nada.

— Isso importa pra você? — ele perguntou — Não se mete na minha vida, Carol.

— Ela está te enganando e brincando com você, não diga que eu não avisei depois! — Carol saiu pisando fundo.

— Desculpem por isso — Mathias disse alguns segundos depois que Carol saiu. Ele estava ofegante e suado. — Ela escapou da minha vista.

— Sem problemas. — Lucca disse.

Me viro novamente para Lucca e seguro suas mãos. A música de fundo era bem agitada e eu estava pronta para trazê-lo para dançar novamente, mas algo atrás dele me chama atenção; Jorge. Ele estava angustiado e parecia ligar para alguém. Acabo me lembrando de meu celular, tinha ficado na van. Jorge saiu de minha vista segundos depois.

— Tenho que ir. — falei alto tentando ao máximo deixar minha voz rouca.

— Já? — ele perguntou.

— Sim, desculpa. — respondi rápido e sai de perto dele, pedindo licença para as pessoas que dançam.

Corri porta à fora e fui em direção a van. Me livro da máscara e do capuz rapidamente para respirar um ar fresco no rosto.

Os últimos minutos passaram em minha mente. Foram tão bom, beijar Lucca, dançar com ele, ficar agarradinha. Ah, como quero mais momentos desses.

Talvez, quando eu contar a verdade a ele, seja assim sempre. Claro que ele não vai me aceitar de primeira, mas com um tempo vai entender meu propósito.

Já imagino nós dois no futuro, contando nossa história de amor para nossos filhos e netos. Caramba, Larissa, você viajou legal.

— Larissa, até que enfim! Você trocou o vestido? — meu transe vai embora rapidamente dando lugar a desespero e altas palpitações de meu coração.

Jorge estava ao lado da van, com o celular na mão e sorrindo para mim. Eu conseguia sentir minha tremedeira e meu suor frio escorrendo nas mãos. E agora? O que eu faço? Não consigo abrir a boca para falar.

Mas, como se não pudesse piorar, escuto passos atrás de mim e logo a voz rouca de Lucca:

— Anônima, espera!

Meu instinto bobo me fez virar em direção ao Lucca, que paralisou e abriu a boca, pasmo.

— Larissa?

F*deu.

...

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