"Então somos amigos e depois... Quem sabe?"
Sorri ao lembrar dessa frase que Lucca me disse aquele dia no parque e logo senti uma onda nostálgica.
Me encarei no espelho: eu estava com um vestido vermelho florido de alcinha e uma sandália no pé. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto por conta do calor que eu estava sentindo.
O colar em meu pescoço brilhava lindamente e trazia um sorriso em meu rosto, era o colar que Lucca me deu na noite anterior.
Costumávamos sair todas as noites depois do dia no parque afim de tornarmos amigos e nos conhecermos realmente.
E isso acabou virando rotina, tanto que todas as noites nós estávamos em algum lugar diferente comendo alguma coisa e falando sobre assuntos aleatórios. Hoje é mais uma noite que vamos fazer isso.
Desço as escadas assim que meu celular mostra a notificação de Lucca avisando que chegou.
— Nem preciso repetir não é, Lari? — minha mãe alertou quando coloquei a mão na maçaneta para abrir a porta.
— Não, não precisa. Sei que não devo voltar tarde, um beijo, mãe.
Corro até Lucca e abraço o mesmo, recebendo um beijo na bochecha em seguida.
— Boa noite, minha dama da noite.
Sorrio envergonhada.
— Boa noite, Lucca.
Apesar de estarmos tendo todos esses momentos juntos eu ainda sinto muita vergonha de estar com ele. Acho que o sentimento de timidez nunca saiu de mim mas o meu amor por ele cresce a cada dia.
Lucca rodeia meu ombro com seu braço e caminhamos juntos até a sorveteria próxima da minha casa. Estava trinta e cinco graus e nem um vento sequer para refrescar a gente, portanto, decidimos tomar um sorvete.
Pelo caminho, conversamos coisas aleatórias como por exemplo como foi a aula, o quanto Carol está insuportável pela nossa aproximação e como ele morre de medo de aranha e eu já comi ração de cachorro em um desafio, quando eu era pequena.
Adentrandona sorveteria que estava lotada, Lucca se virou para ficar frente a frente comigo, sua mão foi até a minha bochecha e mexeu lentamente, me fazendo um carinho.
— Vai querer sorvete de que?
— Tô pensando em pegar chocolate, mas a cor não é tão bonito quanto seus olhos... — abri um sorriso enorme — então quem sabe morango para eu ter um pouco do rosa das suas bochechas no sorvete?
Revirei os olhos e ri.
— Você tenta arrumar cantada em cada palavra que fala, isso é tão...
— Romântico? — ele fez uma careta divertida ao chutar a palavra.
— Bobo.
Rimos juntos e sua mão desceu de minha bochecha até minha cintura, me puxando para si e me abraçando fortemente.
— Vocês são namorados?
Mal percebi que estava em transe olhando em seus olhos até alguém me "acordar". Esse alguém é uma criança pequena cheio de sardas.
— Não, não... nós não...
Acabo me atrapalhando com as palavras, logo mando um olhar nervoso para Lucca que apenas observava a cena com um sorriso brincalhão no rosto.
— É, garoto... — Lucca começou a negar com a cabeça enquanto tirava uma nota de cinco reais do bolso — aparentemente perdi essa.
Lucca entregou a nota para o garoto, que sorriu alegre e saiu de perto de nós.
— O que foi isso? — questiono confusa.
— Queria saber se você iria dizer que somos namorados ou não.
— Mas nós somos?
Antes que ele pudesse responder, fomos chamados para fazer nosso pedido.
Lucca resolveu pegar um sundae de morango e eu peguei um de chocolate.
Demorou uns dez minutos até sairmos juntos da sorveteria e caminhamos até uma praça ali perto.
Estava um silêncio tanto quanto estranho, todavia parecia que era só eu que estava sentindo essa tensão já que Lucca estava comendo o sorvete com um sorriso no rosto, como uma criança de cinco anos de idade.
Sentamos em um banco e algo gelado tocar em minha bochecha, só percebi que era sorvete quando vi Lucca rindo e limpando o dedo com a língua.
Revirei os olhos e ri, tentando sujar ele também. Porém, Lucca prendeu meu braço com sua mão me impedindo de sujá-lo e um sentimento forte fez meu coração bater forte.
Lucca se aproximou de mim lentamente, meu corpo se arrepiou e avançou lentamente como ele até nossos lábios se encontrarem. Sua boca tocou a minha e logo nossas línguas estavam dançando lindamente e de forma sincronizada.
Terminamos o beijo - contra a minha vontade - alguns minutos depois.
— Aceita ser minha, anônima? Quer ser minha namorada?
Dei uma risada que contém sentimentos inusitados, alegria, confusão, vergonha...
— Sim, é claro que aceito!
Novamente nossos lábios se encontraram deixando todo o meu corpo e minha mente em êxtase, eu amo o Lucca mais que tudo e saber que ele me ama também faz esse ser o dia mais feliz da minha vida.
— Então é aqui que começamos nossa história de verdade, nosso "para sempre".
O sorriso que surgiu em meu rosto foi o mais verdadeiro possível, eu nao me importava com o sorvete, com o horário ou se tinha outras pessoas ao nosso redor. Tudo o que eu queria era beijar Lucca e foi o que eu fiz, me entreguei totalmente ao seus beijos e carícias, os carinhos do meu namorado.
----------------------------
Oii, gente!!
Esse é um capítulo extra de um fim alternativo de Romance Anônimo. Algumas pessoas me pediram para fazer o final onde eles ficam juntos então resolvi escrever essa curta.
Espero que tenham gostado!!
Beijos <3
VOCÊ ESTÁ LENDO
Romance Anônimo - CONCLUÍDA
RomanceLarissa é totalmente apaixonada pelo garoto da escola, mas é tímida demais para poder falar com ele. E então, ela teve a brilhante ideia de mandar mensagens anônimas.