||CAPÍTULO DOIS - A CONVERSA||

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Put*.Que.Pariu! 

O que eu acabei de fazer? Deus! Se alguém descobre o que eu fiz eu estou lascada, frita e cozinhada. Tudo que eu mais queria é a droga de um buraco para me enterrar e nunca mais voltar a ver ninguém.

— LARISSA! — Minha mãe me chama. Troco a roupa rapidamente e tiro o chip do celular, trocando pelo meu original.

Vou arranjar o jeito de comprar outro celular.

— Oi, mãe. — digo assim que chego onde ela está, na sala.

— Pega o controle ali para mim, faz favor. — reviro os olhos e entrego o controle — Obrigada.

Me jogo no sofá e volto para meu whatsapp normal. Percebo que já fui adicionada no grupo escolar.

TERCEIRO ANO C

Você foi adicionada

Entre as mensagens, tinha um print do meu número fake, quem enviou foi o Lucca. Engoli em seco e li a conversa.

Lucca: Gente, alguém conhece esse número? (foto)
Alana: Não. Anônima gostosa?
Prof. Mário: Lucca, não se deve conversar com estranhos. Muito menos chamar com essa palavra obscena.
Alana: Gostosa é obsceno?
Prof. Mário: Alana, por favor.
Jorge: O que tem a anônima gostosa?
Lucca: Me mandou mensagem do nada, foto dos peitos.
Alana: EITAAAA
Jorge: Encaminha pra mim!!!!
Prof. Mário: Dos peitos?
Prof. Mário: Chega, esse grupo é da escola.

Desligo o celular e o jogo no sofá ao meu lado. Suspiro pensativa.

O que foi que eu fiz? Se alguém me descobrir eu estou ferrada. Mas, ver a reação dele e o jeito que ele salvou o número me deixou radiante. Talvez se eu tivesse muito cuidado, eu poderia continuar com minha pequena farsa. Mas para isso eu preciso de outro celular urgentemente. 

— Mãe, sabe se o papai está precisando de ajuda na lanchonete?

...

Termino de passar o pano no balcão e espero algum cliente para ir atender.

Meu pai está desconfiado, pois, nunca quis ajudá-lo na lanchonete - a não ser quando queria dinheiro. Eu não revelei o motivo de querer dinheiro, já que eu sempre gaguejo quando minto e eu não poderia simplesmente dizer ao meu pai que queria outro celular para mandar fotos sexy para um garoto da escola.

Meu pai aparece em minha frente e se apoia no balcão. Como sempre, eu estava distraída e assustei-me. 

— Mesa cinco, Lari. — assenti e pego o tablet. 

Fui a mesa cinco e assusto-me novamente ao ver quem está lá. Lucca, Jorge e Mathias.

— Aqui tem as melhores comidas, amo vir aqui — Mathias diz aos outros.

Limpo a garganta ao me aproximar.

— Boa tarde, já vão pedir? — disse-lhes tentando não embolar as palavras.

— Larissa? Trabalha aqui na Will's? — Mathias pergunta surpreso. Dou um meio sorriso.

— Só as vezes, aqui é a lanchonete do meu pai. Bom, querem sugestões? — deslizo o dedo rapidamente pela tela do tablet — O lanche do chefe é o que mais sai.

— O que vem nele, Lari? — Jorge perguntou-me.

— Dois hambúrgueres, sendo um de frango, tomate e alface, maionese, um molho especial feito pelo chefe, queijo e cebola. — Digo-lhes lendo. 

Quando criança, meu pai levava este hambúrguer para casa e jantávamos ele. Eu nunca, na vida, consegui comer um inteiro.

— Vou querer esse — Lucca disse — E batata frita com cheddar e bacon e um suco de laranja. 

— As bebidas você quem pega, Lucca. — Mathias explica e eu concordo, satisfeita por não precisar falar. 

— Quero um x-salada mesmo, vou aguentar isso tudo não — Jorge diz e seguro-me para não rir. 

— E você, Mathias? 

— Quero o x-bacon, por favor, Larissinha.

Saio de perto deles e vou entregar o pedido ao cozinheiro. Pego o pedido da mesa quatro e levo para eles. Os meninos estavam conversando sobre o número anônimo então demorei para sair de perto para poder escutar.

— Você nem me mandou a foto — Jorge disse-lhe.

— Claro que não. Acha que sou idiota de sair espalhando a foto da menina? — Lucca respondeu e eu quase me derreto ainda mais por ele, se é possível.

Termino de atender a mesa quatro e resolvo sentar próximo a mesa deles para poder escutar a conversa melhor. Coloco os fones de ouvido para disfarçar. Eles continuaram:

— Mas quem é ela? — Mathias perguntou.

— Se eu soubesse não salvaria como anônima! — Lucca respondeu e Mathias revirou os olhos. — Eu quero muito descobrir quem é ela e espero não ser trote.

— O que você vai fazer quando descobrir quem é? — Jorge perguntou-lhe.

Lucca pensou por alguns segundos e, quando ia responder, tive que ir atender outro cliente que havia chegado.

Droga! Eu queria tanto a resposta dele.

Suspiro e volto ao trabalho.

...

Romance Anônimo - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora