||CAPÍTULO DEZ - O MISTÉRIO||

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— NÃO! — Jorge levanta-se rapidamente e puxa Lucca para trás com tudo.

Tudo acontece bem rápido. Lucca, assustado, empurrou Jorge.

— Que isso, cara? — Lucca perguntou.

— Você quer beijar a menina em um desafio? Você acha que estamos aonde? Em uma porra de filme clichê onde o cara popular beija a tímida da sala? — Jorge explode. Ninguém falava nada, só olhava a briga.

Eu estava totalmente sem ar. Lembrei-me de respirar quando tudo começou a girar.

— Jorge, mantém a calma! Por que você está tão nervoso? — Lucca pergunta, indignado.

— PORQUE EU SEI A DROGA DO SEU PASSADO E NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FAZER COM A MINHA AMIGA O QUE VOCÊ FEZ COM A CAROL!

Lucca afastou-se de Jorge como se tivesse tomado um tapa na cara.

O que aconteceu com a Carol? O que o Lucca esconde?

Lucca engoliu em seco e encarou Jorge:

— Eu errei com ela mas...

— MAS NADA, LUCCA! VOCÊ IA ERRAR DE NOVO. — Jorge gritou — EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ MAGOAR A LARISSA ENTENDEU?

Mathias levantou-se do chão e entrou no meio dos garotos e afastou eles.

— Respirem, manos. Lucca, o Jorge tem razão, cara e Jorge, se acalme. Vamos conversar lá fora ok? — Mathias puxou os meninos para fora da sala.

O silêncio continuou por longos minutos. Ninguém falava, ninguém se movia, ninguém se quer se encarava. O clima de brincadeira tinha acabado de um jeito triste e misterioso.

Eu me lembro de Carol. Ela era uma menina meiga e simpática, tão tímida quanto eu. Porém, onde passava, encarava. Ela amava desenhar e já ganhou troféus pela sua arte.

Carol era uma menina encantadora e nada mais!

Eu me lembro de uma história, ela envoveu-se com um rapaz em um desafio. Eles ficaram e o rapaz continuou com ela, o resultado: ela apaixonou-se. Porém o rapaz não.

O restante da história ninguém sabe, até porque são boatos. Coisas que começaram a espalhar quando Carol apareceu chorando e, um dia depois, saiu do país.

Ninguém sabe dela e todos já haviam esquecido.

Isso é impossível! Lucca não pode ser o cara de uma história escolar. Algo está escondido aí, eu sei. Ele não é um cara ruim.

O Lucca é encantador e apaixonante.

— Nossa, o professor não veio mesmo. — Alana comentou, quebrando o silêncio

Isso me lembrou de uma coisa...

— EU VOU TE MATAR SUA VACA! — pulei em cima da Alana, que desviou e levantou-se depressa, tropeçando nos próprios pés.

Corro atrás de Alana até fora da sala, preparada para arrancar seu pescoço fora.

...

Lucca

Mathias nos arrastou para o jardim da escola, geralmente ali ficava vazio.

Eu ainda estava em choque. Jorge estava ofegante, seu peito subia e descia e ele parecia tentar se acalmar.

Tudo o que ele jogou na minha cara machucou profundamente. Ele sabia mais que qualquer pessoa que eu não queria ter machucado a Carol.

Mathias parou e ficou em silêncio nos encarando.

— Vamos resolver isso como quase adultos que somos? — Mathias cruzou os braços — Lembrem-se, temos quase dezoito e não somos virgens. — Mathias tentou quebrar o clima, mas não deu certo.

— Você sabe a verdade, Jorge. — disse-lhe ríspido.

— Sim, eu sei. Sei toda a verdade e sei que a culpa é sua! Se não tivesse beijado a Carol naquele desafio e iludido ela...

— EU NÃO A ILUDI, EU AMEI ELA! NÃO ABRE A PORRA DE UMA FERIDA DE VOLTA!

— EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ MAGOAR MINHA AMIGA E PONTO.

Mathias entrou em nossa frente novamente.

— Gente, chega! O beijo não rolou, entendeu Jorge? E você não teve culpa da Carol ir em bora, ela precisava daquilo.

Jorge suspirou e passou a mão nos cabelos.

— Você gosta dela. — declarei. Jorge me olhou.

— Eu a considero uma irmã, apesar da distância. Eu nunca me apaixonaria por ela, sou incapaz disso.

— Chamou ela para o baile — rebati

— Eu sinto falta dela! — declarou. — Desculpa, Lucca... Eu... Eu vi a Carol na Lari.

Balancei a cabeça concordando, sem dizer nada.

Eu fui errado, eu ia cometer o mesmo erro novamente.

— Isso mesmo, fazem as pazes, docinhos. — Mathias sorriu.

— Eu errei. — declarei — Mas você exagerou.

Dou as costas para meus amigos e corro para um lugar distante.

Tive que desviar do diretor e dos inspetores da escola algumas vezes até chegar na quadra. Sentei-me no banco e suspirei.

Eu não queria chorar, mas as lágrimas não me obedeceram.

Carol está por aí, no mundo, longe de mim. Em partes a culpa era minha, mas eu não fiz por mal.

— Não podemos ficar juntos, Carol...

Passo as mãos no cabelo. Meu coração palpitava rápido demais e eu tive medo.

— Lucca, eu amo você, por favor! Vamos tentar...

Aperto as mãos na cabeça com muita força, quase arranco meus cabelos.

Eu não tive culpa...

Sem pensar duas vezes, pego meu celular e abro o aplicativo de mensagens. Como se eu tivesse no modo automático, entro no contato da Anônima e digito rapidamente. Envio a mensagem e torço para ela ver.

Guardo o celular no bolso e fico relembrando o passado.

...

Oi, oi pessoal. Tudo bem? Espero que sim.
O capítulo foi feito rapidamente pois estou ATOLADA de coisas para fazer, então, perdoem-me.

Se der, daqui a pouco sai mais um.

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Até o próximo!



Romance Anônimo - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora