||CAPÍTULO VINTE E OITO - BAILE parte 2||

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Dançar com Jorge não foi um sacrifício tão grande quanto pensei. Mas, apesar de ter os passos decorados, eu tinha o corpo duro para dança.

Os passos dessa dança tem que rodopiar muito o que em meu caso é horrível. Pisei no pé de Jorge três vezes e vi sua careta cada vez pior.

A próxima dança seria quase uma lambada e um pouco mais animada. A única coisa "ruim" - não é tããão ruim - é que é uma música infantil. No caso da minha turma, todos caíram na risada quando descobriram que música seria. Por outro lado, a música é curta então a dança seria bem rápida.

Como o combinado, eu e Jorge dançamos mais uma música juntos e dez minutos depois meu celular tocou.

— Vou atender o celular. — grito para Jorge, que concorda com a cabeça e continua a dançar e comer.

Como a Cinderela, saio correndo do pátio e encontro Alana na saída.

— Carol está cantando vitória. Não entendo, se ela sabe que você é você, por que está animada?

— Ela acha que desisti da história da anônima. — respondo quase sem fôlego. Correr de salto-alto é horrível.

— Queria que você tivesse mesmo desistido. — Alana suspira enquanto pega a chave da van.

— Já disse, depois de hoje irei me afastar dele.

— Não quero que apenas se afaste do Lucca, Larissa, eu quero que você conte a verdade pra ele. — Alana brigou comigo. Revirei os olhos.

— Eu vou contar já falei. — suspirei nervosa.

Juntas, entramos na van e com minha dificuldade troquei de vestido.

O meu novo vestido também era tomara que caia e também é preto, mas diferente do outro que é apenas preto, esse tem véus e detalhes em dourado. Sua parte de cima tem rendas floridas pretas enquanto o tecido de trás e dourado o a saia dourada.

Minha máscara é dourada também, combinando com o vestido e meu cabelo eu apenas tirei as tranças e deixei ele ondulado, por causa do penteado anterior.

Mudei a cor do batom para um vermelho-vinho e coloquei outro salto-alto também dourado. Essa noite meu pé enche de bolhas.

Com ajuda de Alana, saio de dentro da  van e dou uma voltinha.

— E aí? — pergunto.

— Coloca o capuz.

Mexo a cabeça e coloco algumas mexas do cabelo para frente, logo levanto o capuz - feito pela costureira ao meu pedido - também dourado na cabeça. Com esse detalhe a mais, seria difícil me reconhecer.

— E agora? — pergunto.

— Tá menos Larissa. — Alana me analisou. — Vou entrar primeiro e dizer ao Jorge que você teve que sair e volta logo. Não demora como anônima e não esqueça de modificar a voz.

— Okay, combinado. — vejo Alana se afastar e o frio na barriga aumenta.

Você não vem? - aparece a mensagem no visor do meu celular. Respondo para Lucca - estou chegando - e guardo o celular.

...

Entrar naquele salão novamente como outra pessoa me causou um grande desconforto. Tinha medo de ser revelada a qualquer momento naquele lugar.

Mesmo com o frio na barriga, me julgo a multidão e procuro por Lucca. Vejo de longe Alana conversar com Jorge, que parecia cabisbaixo. Do outro lado do local, estava Lucca apoiado com o pé na parede tomando algo em seu copo. Seu terno vermelho era tão lindo e tão destacante que por segundos esqueço como andar e respirar. Sou lembrada com alguém esbarrando em mim.

Tropeço em frente a Lucca, que me olha e seus olhos brilham.

— É você mesma? — Perguntou desacreditado — É a dona das mensagens anônimas?

Com a cabeça, digo que sim.

— E-eu só posso estar sonhando.

Em um piscar de olhos, Lucca me puxa para si e cola nossos lábios. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. O Lucca está me beijando!

Meu coração palpitava forte enquanto nossas línguas dançavam juntas em sincronia. Eu pouco me importava com o sabor de vodka que sua boca tinha, ou com as pessoas ao nosso redor, a única coisa que me importava era beijá-lo e curtir o momento.

Talvez isso seja realmente um sonho coletivo.

...

Romance Anônimo - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora