Dançar com Jorge não foi um sacrifício tão grande quanto pensei. Mas, apesar de ter os passos decorados, eu tinha o corpo duro para dança.
Os passos dessa dança tem que rodopiar muito o que em meu caso é horrível. Pisei no pé de Jorge três vezes e vi sua careta cada vez pior.
A próxima dança seria quase uma lambada e um pouco mais animada. A única coisa "ruim" - não é tããão ruim - é que é uma música infantil. No caso da minha turma, todos caíram na risada quando descobriram que música seria. Por outro lado, a música é curta então a dança seria bem rápida.
Como o combinado, eu e Jorge dançamos mais uma música juntos e dez minutos depois meu celular tocou.
— Vou atender o celular. — grito para Jorge, que concorda com a cabeça e continua a dançar e comer.
Como a Cinderela, saio correndo do pátio e encontro Alana na saída.
— Carol está cantando vitória. Não entendo, se ela sabe que você é você, por que está animada?
— Ela acha que desisti da história da anônima. — respondo quase sem fôlego. Correr de salto-alto é horrível.
— Queria que você tivesse mesmo desistido. — Alana suspira enquanto pega a chave da van.
— Já disse, depois de hoje irei me afastar dele.
— Não quero que apenas se afaste do Lucca, Larissa, eu quero que você conte a verdade pra ele. — Alana brigou comigo. Revirei os olhos.
— Eu vou contar já falei. — suspirei nervosa.
Juntas, entramos na van e com minha dificuldade troquei de vestido.
O meu novo vestido também era tomara que caia e também é preto, mas diferente do outro que é apenas preto, esse tem véus e detalhes em dourado. Sua parte de cima tem rendas floridas pretas enquanto o tecido de trás e dourado o a saia dourada.
Minha máscara é dourada também, combinando com o vestido e meu cabelo eu apenas tirei as tranças e deixei ele ondulado, por causa do penteado anterior.
Mudei a cor do batom para um vermelho-vinho e coloquei outro salto-alto também dourado. Essa noite meu pé enche de bolhas.
Com ajuda de Alana, saio de dentro da van e dou uma voltinha.
— E aí? — pergunto.
— Coloca o capuz.
Mexo a cabeça e coloco algumas mexas do cabelo para frente, logo levanto o capuz - feito pela costureira ao meu pedido - também dourado na cabeça. Com esse detalhe a mais, seria difícil me reconhecer.
— E agora? — pergunto.
— Tá menos Larissa. — Alana me analisou. — Vou entrar primeiro e dizer ao Jorge que você teve que sair e volta logo. Não demora como anônima e não esqueça de modificar a voz.
— Okay, combinado. — vejo Alana se afastar e o frio na barriga aumenta.
Você não vem? - aparece a mensagem no visor do meu celular. Respondo para Lucca - estou chegando - e guardo o celular.
...
Entrar naquele salão novamente como outra pessoa me causou um grande desconforto. Tinha medo de ser revelada a qualquer momento naquele lugar.
Mesmo com o frio na barriga, me julgo a multidão e procuro por Lucca. Vejo de longe Alana conversar com Jorge, que parecia cabisbaixo. Do outro lado do local, estava Lucca apoiado com o pé na parede tomando algo em seu copo. Seu terno vermelho era tão lindo e tão destacante que por segundos esqueço como andar e respirar. Sou lembrada com alguém esbarrando em mim.
Tropeço em frente a Lucca, que me olha e seus olhos brilham.
— É você mesma? — Perguntou desacreditado — É a dona das mensagens anônimas?
Com a cabeça, digo que sim.
— E-eu só posso estar sonhando.
Em um piscar de olhos, Lucca me puxa para si e cola nossos lábios. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. O Lucca está me beijando!
Meu coração palpitava forte enquanto nossas línguas dançavam juntas em sincronia. Eu pouco me importava com o sabor de vodka que sua boca tinha, ou com as pessoas ao nosso redor, a única coisa que me importava era beijá-lo e curtir o momento.
Talvez isso seja realmente um sonho coletivo.
...
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Romance Anônimo - CONCLUÍDA
RomanceLarissa é totalmente apaixonada pelo garoto da escola, mas é tímida demais para poder falar com ele. E então, ela teve a brilhante ideia de mandar mensagens anônimas.