||CAPÍTULO DEZOITO - CHANTAGEM||

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— Eu te amo.

Três palavras que, quando ditas, tem um peso enorme. Um peso que eu não poderia suportar no momento, ainda mais vinda do meu melhor amigo.

— E-eu preciso ir, Jorge. — afastei-me dele lentamente. Jorge me encarou sério e confuso.

Ele confundiu as coisas entre nós e eu deixei. Eu deixei ele me beijar e talvez deixei ele ter esperança que esse ''eu te amo'' seria correspondido. Eu amo ele, mas não daquele jeito.

Jorge me fitava e eu conseguia ver que ele esperava algo, mas eu não tenho coragem de falar nada agora. Tudo que eu não queria é magoa-lo, mas eu já magoei. Por que sou tão burra?

— Mas e nossa maratona de teorias? — Jorge me perguntou depois de perceber que eu não iria falar mais nada.

— Meu pai está me esperando. — apressei-me em pegar meus sapatos e coloca-los — Preciso fazer algo decente para ele comer. Aposto que comeu lanche esses dias todos.

O que era de fato verdade. Meu pai é ótimo em fazer lanches, combinar temperos e molhos especiais, mas fazer um almoço de verdade era impossível para o Sr. Willians.

— Muito obrigada por tudo, nos vemos depois.

Como a medrosa que sou, saio do quarto sem esperar sua resposta. 

Agradeci a mãe de Jorge e sai como um foguete daquela casa. Eu não conseguia parar de lembrar a sensação de ter os lábios de Jorge nos meus, o seu perfume me rodeando e suas pequenas e quase invisíveis sardas nas bochechas e no nariz. Me senti culpada ao querer saber se Lucca tem sardas também.

Não faz sentido isso, eu acabei de me reaproximar de Jorge depois de um tempão separados e incrivelmente ele quer me levar ao baile, me beija e diz que me ama. Por que ele fez isso comigo?

Eu caminhava tão distraída na rua que nem notei o carro vindo em minha direção enquanto eu atravessava a rua. Me assustei apenas com a buzina e o cara gritando ''saia da frente, quer morrer?". 

Minha mente estava cheia de teorias loucas. As mais prováveis são; Ele está tirando uma com a minha cara e estou sendo castigada pelo destino por mandar mensagens anônimas para o futuro amor da minha vida que nem sabe que eu existo.

...

Em casa estava quase tudo normal. A bagunça que vi semana passada não estava mais ali e a única coisa que me incomodava era o maldito quadro, aquele que sempre quebrava. Coloco o mesmo dentro de uma gaveta e me jogo no sofá. Eu só queria paz!

Meu celular vibrou e uma notificação apareceu no visor: Baile daqui cinco dias.

PAZ, EU QUERO PAZ!

Jogo meu celular no sofá e enfio minha cara no travesseiro. Solto o maior grito da minha vida.

Para tentar me distrair, vou à cozinha preparar o jantar. Não tinha mistura descongelada então preparo um macarrão alho e óleo e espero meu pai chegar para fritar o ovo.

Por mais que eu tentasse focar no preparo do macarrão, o ''eu te amo'' rodeava minha mente e o beijo de Jorge fazia meu coração palpitar pesadamente, com culpa.

Meu celular apita diversas vezes mas não me apresso em olha-lo. Eu queria paz e só, sem contato com ninguém. Mas na quinta notificação, fico furiosa e procuro o aparelho pronta para ativar o silencioso.

Mas meu coração que palpitava culpado acaba de palpitar amedrontado.

Respondo as mensagens anônimas mesmo com o dedo trêmulo. Que brincadeira é essa? Alana está de palhaçada com a minha cara?

O que tem de errado em querer paz!?

...

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Romance Anônimo - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora