— Eu te amo.
Três palavras que, quando ditas, tem um peso enorme. Um peso que eu não poderia suportar no momento, ainda mais vinda do meu melhor amigo.
— E-eu preciso ir, Jorge. — afastei-me dele lentamente. Jorge me encarou sério e confuso.
Ele confundiu as coisas entre nós e eu deixei. Eu deixei ele me beijar e talvez deixei ele ter esperança que esse ''eu te amo'' seria correspondido. Eu amo ele, mas não daquele jeito.
Jorge me fitava e eu conseguia ver que ele esperava algo, mas eu não tenho coragem de falar nada agora. Tudo que eu não queria é magoa-lo, mas eu já magoei. Por que sou tão burra?
— Mas e nossa maratona de teorias? — Jorge me perguntou depois de perceber que eu não iria falar mais nada.
— Meu pai está me esperando. — apressei-me em pegar meus sapatos e coloca-los — Preciso fazer algo decente para ele comer. Aposto que comeu lanche esses dias todos.
O que era de fato verdade. Meu pai é ótimo em fazer lanches, combinar temperos e molhos especiais, mas fazer um almoço de verdade era impossível para o Sr. Willians.
— Muito obrigada por tudo, nos vemos depois.
Como a medrosa que sou, saio do quarto sem esperar sua resposta.
Agradeci a mãe de Jorge e sai como um foguete daquela casa. Eu não conseguia parar de lembrar a sensação de ter os lábios de Jorge nos meus, o seu perfume me rodeando e suas pequenas e quase invisíveis sardas nas bochechas e no nariz. Me senti culpada ao querer saber se Lucca tem sardas também.
Não faz sentido isso, eu acabei de me reaproximar de Jorge depois de um tempão separados e incrivelmente ele quer me levar ao baile, me beija e diz que me ama. Por que ele fez isso comigo?
Eu caminhava tão distraída na rua que nem notei o carro vindo em minha direção enquanto eu atravessava a rua. Me assustei apenas com a buzina e o cara gritando ''saia da frente, quer morrer?".
Minha mente estava cheia de teorias loucas. As mais prováveis são; Ele está tirando uma com a minha cara e estou sendo castigada pelo destino por mandar mensagens anônimas para o futuro amor da minha vida que nem sabe que eu existo.
...
Em casa estava quase tudo normal. A bagunça que vi semana passada não estava mais ali e a única coisa que me incomodava era o maldito quadro, aquele que sempre quebrava. Coloco o mesmo dentro de uma gaveta e me jogo no sofá. Eu só queria paz!
Meu celular vibrou e uma notificação apareceu no visor: Baile daqui cinco dias.
PAZ, EU QUERO PAZ!
Jogo meu celular no sofá e enfio minha cara no travesseiro. Solto o maior grito da minha vida.
Para tentar me distrair, vou à cozinha preparar o jantar. Não tinha mistura descongelada então preparo um macarrão alho e óleo e espero meu pai chegar para fritar o ovo.
Por mais que eu tentasse focar no preparo do macarrão, o ''eu te amo'' rodeava minha mente e o beijo de Jorge fazia meu coração palpitar pesadamente, com culpa.
Meu celular apita diversas vezes mas não me apresso em olha-lo. Eu queria paz e só, sem contato com ninguém. Mas na quinta notificação, fico furiosa e procuro o aparelho pronta para ativar o silencioso.
Mas meu coração que palpitava culpado acaba de palpitar amedrontado.
Respondo as mensagens anônimas mesmo com o dedo trêmulo. Que brincadeira é essa? Alana está de palhaçada com a minha cara?
O que tem de errado em querer paz!?
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Romance Anônimo - CONCLUÍDA
RomansaLarissa é totalmente apaixonada pelo garoto da escola, mas é tímida demais para poder falar com ele. E então, ela teve a brilhante ideia de mandar mensagens anônimas.