Terceiro Capítulo
Poção
Harry não sabia mais como diferenciar realmente um sonho de um não sonho, e aquilo estava o atormentando. Parecia que tudo a cada segundo começava a piorar. Até quando aqueles malditos pesadelos continuariam? Ele se sentia angustiado com aquilo. Harry não entendia por que estava tendo aqueles pesadelos, mas precisaria com certeza de poções, Voldemort devia estar realmente tentando o enlouquecer, devia estar desesperado.
Naquela manhã ao chegar no grande salão, Harry se viu hesitando em andar em direção a todas aquelas pessoas. Seus olhos percorreram a mesa da grifinório e seu corpo não o obedeceu, ignorando sua ordem para andar e o mantendo longe das pessoas.
Automaticamente seus olhos começaram a correr pelas mãos e se sentiu cada vez mais angustiado, seu corpo começou a tremer e suas pernas pareciam que iriam ceder.
Então quando ele sentiu uma mão em seu ombro, Harry descarregou a magia e se virou assustando, afastando a mão assustado. Ele respirava pesado e olhou para o professor, Snape o olhava surpreso. A magia de Harry havia jogado ele para trás.
- Sinto muito professor. – Falou abaixando a cabeça envergonhado.
- Eu não deveria tê-lo tocado assim. – Severus falou e tossiu, olhando para o lado. – Sua poção está pronta. Venha, tem que tomar em um lugar vazio.
- Ok... obrigado.
- Já tomou café da manhã? - Perguntou ao perceber como ele parecia tenso.
- Ainda não. – Falou baixo, seguindo o professor, logo estavam no laboratório pessoal do professor.
- Vou pegar algo para você comer antes de tomar. – Severus estranhou a forma como o garoto se encolhia, toda vez que falava algo ou se aproximava.
Harry ficou observando o lugar, até o professor entrar e entregar uma bandeja com pães e sucos. Ele comeu em silencio, mas em nenhum segundo conseguiu desviar os olhos das mãos do professor. Snape reparou naquilo, mas ficou em silencio.
- Você vai imediatamente sentir um cheiro, se houver algum cheiro para sentir. - Severus falou entregando a poção. - Eu preciso sair daqui, senão meu cheiro confundira a poção e vai fazer acreditar que eu sou seu parceiro. - Falou e ele suspirou.
- Professor?
- Hum?
- Por que eles ficam tão felizes com isso? Com ser destinado a alguém?
- Por que eles não entendem o que é ter que fazer tudo de acordo com planos a vida toda, eles nascem com liberdades de escolhas desde que nascem, então algo assim para eles, é incrível, e não uma prisão mágica.
- Eu gostaria de poder escolher ao menos isso. - Harry falou baixo, olhando para o chão. - Eu gostaria de fazer ao menos uma escolha na vida.
- Assim que eu sair, limpe o ar com um feitiço, então tome, e... Harry. - O garoto o olhou, o professor deu um sorriso pequeno, pegando Harry de surpresa. - Boa sorte.
- Obrigado professor.
Harry fez o que foi instruído, mas hesitou na hora de beber, e se ele sentisse um cheiro? Ele viveria seguindo esse cheiro? Tentado encontrar alguém em algum canto do mundo? Ele apertou o vidro, tinha que fazer aquilo, pensou e virou o vidro, bebendo de uma vez.
Ele fechou os olhos e prendeu a respiração, com medo, quando não conseguiu prender mais deixou vir, se sentindo tão assustado, mas nada veio e seu coração acelerou, ele abriu os olhos feliz, sem acreditar naquilo, esperou os 5 minutos instruídos e levantou da cadeira, ele correu até a porta, abriu com tudo, assustando o professor do lado de fora, que o olhou preocupado.
- Eu não... não senti nada. - Falou e então sorriu, Severus se sentiu feliz por dentro, era a primeira vez que via alguém tão feliz por aquilo.
- Que bom que está feliz Potter. - Falou e se aproximou, ele levou a mão aos cabelos dele, mas hesitou, se lembrando do que aconteceu perto do refeitório, ele recolheu a mão, saindo do espaço pessoal do garoto. - Sinto em dizer que seus amigos não vão te compreender e...
- Eu não me importo. - Falou e olhou para ele, os olhos brilhavam, não parecia o mesmo garoto de alguns minutos atrás. - Você entende, não é?
- Sim, Potter, eu entendo – Harry sorriu.
- Então tudo bem. Se alguém entende, é o suficiente. - Falou com um sorriso feliz. - Eu tenho que escrever para o PadFoot. - Falou e saiu correndo, Severus ignorou a sentimento ruim que aquele nome trouxe, aproveitando a felicidade que o garoto estava emanando.
...
Naquele mesmo dia, Sirius respondeu a carta, dizendo que ficava feliz por Harry se sentir bem com não ter um parceiro, e preferiu não responder quem havia sido seu parceiro, já que os dois já não estavam juntos mais.
Harry decidiu que perguntaria de novo pessoalmente e estava feliz demais para se importar com qualquer outra coisa, naquela noite ele foi dormir feliz e acordou na manhã seguinte animado.
Os pesadelos haviam acabado e ele poderia ser livre e escolher se realmente queria ter alguém ao seu lado. Ele não precisava de ninguém, então não tinha que se preocupar com esse tipo de coisa. Não no momento. Não tão cedo.
Harry estava mais feliz e isso ficou visível para todos, principalmente para o professor que ficou observando ele o dia todo.
De repente, Harry se viu bem de mais, e então ele pensou, aquilo era real? Por que tudo de repente estava dando certo? Apesar dos pensamentos, tudo que Harry quis, foi aproveitar, já que era a segunda noite sem nenhum pesadelo, então havia acabado? Eram realmente, só pesadelos?
Harry sorriu ao se jogar na cama, nada estragaria seu dia, pensou olhando para o teto. Animado ele se levantou e se arrumou. E com a mesma animação saiu do seu quarto e foi para a comunal, onde cumprimentou todos com um sorriso e saiu de lá, ignorando os olhares confusos.
Ao chegar nas portas do salão principal, ele sorriu, enquanto olhava para dentro e prestava atenção em todos aqueles alunos, ele de repente estava com muita fome.
...
Então??
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Malditas Mãos
RomanceCoisas estranhas começam a acontecer em seu sétimo ano em Hogwarts. Várias coisas boas acontecem com seus dezessete anos, como a maioridade magica, as heranças magicas, e um quarto só para você em Hogwarts. Talvez o ultimo não tenha sido tão bom...