Quem é?

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Sexto Capítulo

Quem é?

- Não é nada. - Falou baixando os olhos, ele se afastou. - Eu... eu não... eu queria saber sobre seu parceiro.

- Oh... você realmente queria saber sobre isso. - Falou e sorriu sem graça. - Não acho que esteja pronto para essa conversa.

- Por que? - Sirius olhou para o chão. - Quem era? - Sirius hesitou, vendo o olhar confuso dele. - Sirius?

- Seu pai, Harry. - O garoto abriu a boca surpreso, sem entender.

- Mas por que? Então por que?

- É uma longa história. - Falou e chegou mais perto do garoto, ele passou a mão nos cabelos dele. - Durante as férias conversamos sobre isso, ok?

- Tudo bem. - Harry segurou a mão dele e puxou para baixo, apertando e se aproximou mais de Sirius encostando a testa no ombro dele. - Estou feliz de te ver novamente Pad, fiquei tão triste quando não pude ir para Grimmould Place ficar com você.

- Eu também estou feliz Harry. - Falou levando a mão até atrás da cabeça dele e o puxou mais para si, então abraçou o garoto.

...

Sirius deitou o garoto que dormiu em seu colo enquanto chorava. Ele suspirou cobrindo-o e se afastou, olhando para ele, ele sorriu passando os dedos pelo cabelo dele. Harry havia começado a chorar quando o abraçou, e não parou até dormir, Sirius não havia entendido nada, e decidiu esperar para conversar com ele sobre aquilo.

- Sinto muito, mas eu preciso ir Harry. - Falou triste, enquanto fazia carinho nos cabelos dele. - Prometo vir te ver logo. Não vou demorar, meu bem.

...

Harry se mexeu desconfortável, reconhecendo aquelas sensações. Ele parou de tentar lutar, enquanto a pessoa o tocava, a mão o apalpava. Ele sentiu os lábios cobrir cada centímetro do seu corpo. Ele soltava sons estranhos as vezes, enquanto lágrimas escorriam pelo rosto e Harry pedia que voltasse a dormir logo.

Ele sentiu a pessoa tirar sua calça e se sentiu mais desesperado, as mordidas pela coxa e então ele sentiu a boca em seu membro, ele tentou se mover, tentando pedir para parar, ele conseguiu mover a mão, enquanto tentava gritar, ele conseguiu segurar o cabelo, tentando puxar, sua mão deslizou entre os fios e caiu de volta no colchão.

O choro começou a aumentar e Harry começou a tentar se debater, a pessoa se afastou, percebendo que o efeito da droga estava passando.

- Terei que aumentar a dose. - Sussurrou, Harry tentou olhar para a pessoa, mas não conseguia se mover direito, ele ouviu sons e então tudo ficou em silencio, ele conseguiu se encolher, enquanto chorava.

...

Apesar de se sentir acabado, Harry não conseguiu ficar no quarto, cada vez que olhava para os lados as lembranças vinham em sua mente, e aquilo só estava aumentando seu desespero. Então optou por aproveitar que era sábado e foi para a torre de astronomia, onde se sentou e acabou dormindo.

Quando ele acordou, havia uma coberta sobre ele e um travesseiro embaixo da cabeça, ele se sentou confuso e olhou em volta, Harry viu o professor Snape encostado na barra de segurança da torre de astronomia. Harry se sentou e se olhou, reparando agora que estava com uma blusa de mangas curtas e calças.

Não havia passado as pomadas ainda, então as marcas estavam todas expostas.

- Não deveria dormir em lugares como esse. - Severus falou e Harry baixou a cabeça.

- Eu não conseguia ficar naquele quarto. - Falou se encolhendo, Snape se virou, olhando para ele. Ele apertou a barra irritado, olhando para as marcas nos braços do garoto.

- Eu vou te perguntar de novo. - Severus falou sério. - Você deu consentimento para a pessoa que tem te deixado desse jeito? - Harry abraçou os braços se encolhendo mais.

- Já disse que...

- Por favor Harry... - O garoto olhou para ele, então para as mãos, ele se encolheu mais.

A mente dele voltando para as mãos que viu. Ele precisava descobrir quem era, ele precisa fazer alguma coisa, mas para quem ele pediria ajuda? E se contasse a pessoa errada? E se ele acabasse deixando a pessoa saber? Ele não podia contar a Snape, e se fosse ele? E se ele estivesse fingindo todo esse tempo?

Harry sentiu seu desespero aumentar e olhou para o professor. E se Severus estivesse o tratando daquele jeito por que a noite estava fazendo aquilo?

"- Você é igualzinho seu pai." - Harry se apertou mais. As mãos não se parecem, Harry constatou enquanto olhava para elas. Então não tem como ser ele, certo?

Ele não faria isso, eu sou só a cópia do homem que ele mais odeia. Mas eu também tenho os olhos da mulher que ele mais amou, não é? Ele não teria coragem de fazer aquilo, não é?

- Eu não preciso de ajuda. - Falou se levantando, Harry saiu de lá, com o único pensamento de encontrar aquelas malditas mãos.

Eu não posso confiar em ninguém, disse para si mesmo enquanto olhava para os lados, toda vez que via um aluno do último ano ou um professor, seus olhos iam automaticamente para as mãos. Seu dia todo foi assim, até se cansar e se sentar embaixo de uma arvore.

- Olá Harry. - O Potter levantou os olhos confuso, Sirius estava parado ali, ele sorriu para o garoto e se aproximou, Harry o abraçou assim que Sirius se sentou.

- Padrinho. - Sussurrou o apertando mais, Sirius sorriu mais apertando Harry.

- Você está bem? - Perguntou e Harry balançou a cabeça em negação, Sirius puxou o rosto dele pelo queixo, aquilo fez Harry se afastar assustado, as mãos do garoto começaram a tremer. - Harry?

- Eu... eu quero ir para o quarto, podemos ir? - Harry se levantou, e Sirius também, ele estendeu a mão e Harry pegou, ele puxou o garoto em direção ao castelo, Harry baixou a cabeça.

Severus que olhava de longe estreitou os olhos, ele olhou para o mais velho, que por alguns segundos olhou em sua direção, antes de sorrir e voltar a conversar com Harry. Snape puxou um vidrinho do bolso e olhou para o cabelo, ele suspirou irritado e jogou fora, sem acreditar naquilo.

- Desgraçado. - Sussurrou irritado, assuntando quem estava no caminho, que corria para longe.  



...


Então???

Malditas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora