Malditas Mãos

Eu não acredito em você.

 Decimo Sétimo Capítulo

Eu não acredito em você.

Mesmo que ele me odeie depois, que não queira mais acreditar em mim, aquela era a melhor escolha. Ele poderia o manter em segurança, Severus pensava enquanto andava em direção ao Lorde. Havia pensado sobre a segurança de Harry e de todos os lugares mais confiáveis, só havia um lugar que Dumbledore não tinha coragem de ir.

- Milorde. - Severus falou se ajoelhando com uma perna, ele manteve a cabeça baixa e pode ouvir o riso do Lorde. Ele se manteve calmo, precisava para conseguir convencer ele.

Sim, só havia um lugar que Dumbledore não iria, onde o Lorde estivesse. Por que apesar do que diziam, Dumbledore temia o Lorde das Trevas.

- Percebeu que eu ganharia no final e voltou com o rabo entre as pernas, Snape? - O Lorde se levantou e andou até ele, ele olhava para o mais novo, uma magoa contida, que era visível nos olhos dele. - Te dei tudo, te protegi daquele homem, te salvei daqueles trouxas e o que me deu em troca? Se tornou um espião da ordem e me traiu, você era a pessoa que eu mais confiava, e teve coragem de me apunhalar pelas costas.

- Eu não o traí por causa de Dumbledore ou a ordem...

- Não? Foi por quem então? Por quem você teve coragem de matar comensais e vir contra mim.

- Por Harry. - Falou e o Lorde pareceu mais irritado. - Tem algo sobre ele que que você precisa saber. Então você entendera, por que eu fiz o que fiz.

- Diga Severus. - O Lorde parou na frente dele, Severus ergueu a cabeça, olhando diretamente para os olhos vermelhos.

- Harry Potter é uma horcrux.

...

- Mas... é o seu quarto... Severus...

- Eu não entendo, por que tem isso aqui? - Se perguntou e olhou para Harry, o garoto parecia assustado, ele se afastou um pouco – Harry... - Eles ouviram um barulho e vários aurores entravam pelo corredor, eles ficaram em volta de Severus, apontando a varinha para ele.

- Severus Snape, entregue sua varinha. - Um dos Auror falou e Harry olhou desesperado para eles, Severus apertou a varinha. - Você será detido e encaminhado para Azkaban, enquanto aguarda por julgamento.

- Harry...

- Peço que se afaste jovem Potter, nos cuidaremos disso de agora em diante. - Falou sério, Harry olhou para eles, um Auror o segurou e ele tentou se soltar, enquanto gritava o nome do professor, ele foi puxado para longe e sua varinha tomada ao tentar se defender. Harry sentiu seu coração se partir, ao ouvir a varinha de Severus ser quebrada e então o Auror voltar a falar.

- Você está sendo acusado... - Harry ouvia ao longe, enquanto era arrastado para a sala do diretor, ele viu no caminho, Hermione, que olhava preocupada, ela tentou parar os Auror, mais foi afastada.

- ME SOLTA. - Gritou puxando o braço e se encolheu, enquanto sua magia se soltava violentamente em volta. Harry sentiu algo o atingir e então para seu desespero seu corpo ficou fraco e começou a ficar sonolento, ele começou a entrar em mais desespero, por sua mente foi inundada de memorias e mais memorias.

Após chegar na sala do diretor, Harry foi solto e colocado em uma cadeira, ele ainda estava fraco e sonolento, sua mente tentava processar o que acontecia em volta, enquanto as memorias continuavam vindo, e ele olhou em volta, havia algumas pessoas, e alguns membros conhecidos da ordem, como Olho-tonto e a Tonks. Ele se afastou de todos, quase caindo ao sair da cadeira, ele olhou desesperado em volta. Ele respirou fundo, limpando o rosto e viu Severus ser trazido, Dumbledore se levantou ao ver ele.

- Um passarinho me disse o que está acontecendo, Severus. - Falou o velho e Snape o olhou com nojo.

- Um passarinho? Tem certeza? - Falou e Dumbledore olhou para Harry com pena. - Eu sei o que você...

- Você sabe Harry, por que Snape nunca me contatou para contar sobre isso? - Falou cortado o professor. Harry olhou para o professor e depois diretor. - Ele teria se entregado. - O garoto sentiu um aperto e olhos nos olhos negros do professor, que o olhava, Harry baixou a cabeça.

- Não... ele não fez isso... não pode ter sido ele...

- Eu temia que algo assim acontecesse depois de tudo o que ele passou, me diziam que ele ficaria perturbado devido a sua adolescência, mas eu preferi acreditar que não. - Falou de forma triste, ele olhou para Severus. - Eu preferi acreditar que ele era uma pessoa confiável.

- Seu velho des...

- Eu devia ter ouvido eles.

Um dos Auror acabou afrouxando o aperto e Severus conseguiu se soltar, ele correu até Harry e se abaixou na frente dele. - Olha para mim. - Harry o olhou, Snape segurou seu rosto. - Eu te amo. - O garoto arregalou os olhos e mais lágrimas vieram. - Você sabe que eu jamais faria isso, por favor, vá para a mansão Malfoy, não fique aqui. Procure o Draco, ele vai te tirar daqui. - Falou baixo.

Os dois Auror o puxaram, Harry continuou olhando para o Professor, até quando ele foi puxado e então tirado de lá. O garoto ficou parado, olhando para o nada.

- Me diga Harry... por que não veio até mim? Eu sou o diretor, teria o ajudado. - Dumbledore disse com aquela voz de bom avô.

- Eu... - Harry olhou para onde Severus foi levado por Aurores. - Por que eu confio nele, ele me protegeu durante meus 6 anos aqui, ele nunca deixou que algo acontecesse e quase morreu por mim. Ele salvou Sirius, por que sabia que ele era importante para mim. Não havia ninguém que eu confiasse mais do que nele aqui.

- Mas Harry...

- Você sabe tudo o que acontece aqui, não é diretor, então por que demorou tanto para vir ao meu socorro? Quando eu precisei, ninguém além dele veio me ajudar.

- Claro que ele viria, ele sabia o que estava acontecendo...

- Severus não fez isso, eu não acredito em você. - Harry olhou para o ele. - E eu senti que você não era confiável. Agora entendo por que. - Falou pegando a varinha que estava na mesa do diretor, ele olhou para os dois outros Auror, que faziam parte da ordem.

- Harry...

- Eu preciso ficar sozinho.

- Mas isso é...

- Perigoso? Vocês já o prenderam, não é? Não há mais o que temer. - Falou irritado e saiu de lá. 

....