Cheiro.

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 Decimo Quarto Capítulo

Cheiro.

- Harry Potter? - Perguntou confuso, Sirius mordeu o lábio e fez um sinal, para que ele continuasse lendo, Severus continuou, até chegar na parte dos pais e então parou ali, ele levantou os olhos.

- Eu sei que você ainda desconfia de mim, devido a tudo..., mas... eu precisava te falar. - Severus continuou o olhando surpreso.

- Black...

- Harry é meu filho com James.

Sirius começou a se preocupar depois de alguns minutos, Severus continuava em silencio, ele levantou os olhos, vendo a feição fria de Severus de volta ao rosto. Aquilo fez seu estomago se revirar, se perguntando, se Severus estaria com mais raiva dele ainda, agora. Ele baixou os olhos novamente, tentando acalmar o nervosismo, não adiantaria nada ficar daquele jeito, em um momento como esse.

- Ele..., mas os olhos... os olhos de Lillian. - Falou e se afastou, até se sentar, ele deixou o pergaminho na mesa e juntou as mãos, levando ao rosto, ele respirou fundo, tentando digerir aquilo.

- Eu não sei o que ele e Lillian fizeram, mas não foi mudado nada nos papeis, James não queria me deixar colocar meu nome nele, mesmo depois de eu ter implorado por isso. Ele estaria muito mais seguro se James tivesse me deixado leva-lo para Grimmould Place. - Sirius olhou para a porta que dava para os aposentos pessoais. - James estaria vivo, Harry teria tido uma infância normal, eu poderia ter protegido os dois.

Sirius respirou fundo, ele engoliu o aperto que se fez, enquanto se encostava na mesa, ele olhou para o professor. Ele pensou sobre a época de Hogwarts, da época que Severus era seu, que ele o amava.

- Eu... depois que você me deixou, Hogwarts chegou ao fim e... eu fui morar fora por um tempo, fiquei quase dois anos sem ver ele, então quando eu voltei, acabou acontecendo. E o Harry veio.

- Está me dizendo que tudo o que eu ouvi, tudo até agora era mentira? Harry é seu filho...? Seu... Quem sabe sobre isso?

- Ninguém. - Falou olhando para chão. - As únicas pessoas que sabiam, estão mortas. Só eu e você agora. Sev...

- Ele... ele sofreu a vida toda, achando que os pais morreram quando tinha um ano e você nunca pensou em contar a ele? Ele... Sirius... ele merece saber que... ele te você como um, não entende como ele ficaria feliz se você contasse a ele? - Severus o olhava irritado.

- James me fez jurar, eu não posso contar a ele Severus, James me fez fazer um juramento magico, ele disse que não me deixaria ver Harry se eu só pensasse em contar que eu era o pai.

- Aquele... Mesmo depois de morto, aquele desgraçado continua fazendo as pessoas a sua volta sofrer. - Falou se levantando, Sirius se aproximou dele.

- Você não pode contar a ele.

- Mas Sirius...

- O que... que aconteceu? - Os dois olharam para o lado, Harry estava na porta, os olhos meio fechados e parecia confuso, Severus se aproximou dele.

- Não é nada, estávamos conversando apenas. - Falou e quando parou em frente a ele, para sua surpresa, Harry se encostou nele, colocando o rosto no peito dele.

- Sev... eu estou com frio. - Sussurrou e Snape hesitou, antes de passar os braços pelo ombro dele, abraçando o garoto, que chegou mais perto.

- Vem, vamos para a sala, eu acendo a lareira. - Falou o levando, Sirius ficou olhando, ele suspirou e seguiu os dois.

Harry se sentou em frente a lareira, um copo de chocolate quente entre as mãos, ele aproveitou o calor que ainda sentia, Severus olhou para Sirius de canto, vendo o Black olhar para Harry com um sorriso. Severus soltou um suspiro, tentando entender aquilo, eram coisas de mais para um dia. Harry era então filho de Sirius, ele olhou para Harry.

Isso não mudava nada. Ele ainda era o Harry, o garoto por quem ele criou uma forte afeição e vontade de proteger e mais tarde... mais tarde sentimentos que não deveriam ser pensados agora.

O que importa, era que aquilo não mudava nada, ele pode até ser filho de Sirius, e ele pode até ter protegido ele no início por causa dela..., mas já havia deixado de ser por ela a muito tempo. Era por Harry, Severus olhou para o garoto, ele deixou um pequeno sorriso de canto aparecer. Era por ele, e por quem Severus sabia que ele era, um garoto incrível. Não tinha nada a ver com quem foram seus pais, ou quem o criou.

Era somente sobre ele.

- Vou chamar o Remus. - Sirius falou, Harry se afastou, se sentando no sofá. Ele olhou para Severus, que parecia ter parado de viajar nos pensamentos e estava outra vez sério, olhando para a lareira.

Não demorou para que Sirius conversasse com o Lupin através das chamas, então Severus permitiu a passagem, para que o lobo entrasse nos aposentos. Ele viu Remus, com aquela aparência cansada, entrar e sorrir ao ver Sirius, mas ele sorriu mais ao ver Harry.

- Oh, nos encontramos antes das férias, Harry. - O garoto sorriu, meio amarelo.

- Parece que sim, professor. - Falou e Severus o olhou sério, e apenas maneou a cabeça, em um cumprimento.

- Remus, eu preciso te perguntar uma coisa, e você precisa ter certeza sobre a resposta. - O Lupin ficou sério, sem entender.

- O que?

- O dia em que foi me chamar nos aposentos do Harry, eu fui até o banheiro e você ia dizer algo... o cheiro, sobre o cheiro em Harry. - Falou sério, Remus pareceu ficar desconfortável. - De quem era o cheiro em Harry?

- Acho que essa é uma conversa que devíamos ter sozinhos Sirius. - Falou sério.

- Só responda à pergunta, Lupin. - Severus falou seco, Remus o olhou, então respirou fundo, ele olhou de canto para Harry, que bebia algo na caneca.

- Ele estava com o cheiro do Sirius. - Falou, Severus arqueou a sobrancelha.

- Eles estavam deitados juntos, obvio que o cheiro do Sirius estaria nele. - Falou irritado, Remus olhou para baixo, parecendo constrangido.

- Não era um cheiro normal... bom... o cheiro quando... quando, você sabe...

- Não Lupin, eu não sei. - Falou mais irritado.

- Quando duas pessoas fazem... eu sei que Sirius e Harry não fariam isso, eu devo ter... - Ele parou, ao ver o olhar irritado de Severus. - Eles cheiravam a sexo. 



...

Malditas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora