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São Paulo

Era exatamente algumas horas da tarde, e eu estava jogado no sofá olhando o teto maravilhoso que Rio de Janeiro havia prometeu para o papai que iria pintar. Porque segundo Rio, ele era ótimo em rebocar e pintar.

Só não era bom em arrumar a própria zona de perigo, que se um dia alguém arrumar aquele lugar, com certeza vão achar uma bomba nuclear ativada ali.

Rio de Janeiro: — Da um espaço aí feio — Evito contato visual com o segundo capeta que conheço.

São Paulo: — Tem outro sofá ali praga — Aponto para o outro sofá que ficava do lado do que eu estava jogado.

Rio de Janeiro: — Mais eu quero ficar aqui — Olho ele.

São Paulo: — Não tá vendo que eu tô deitado aqui desgraça do capeta!? — Ele ri e aproxima o rosto dele do meu, bato no rosto dele com minha mão — Tenho cara de suas negas agora?

Rio de Janeiro: — Tem até a plaquinha na tua cara — Suspiro, sabia que ele queria me irritar, e que isso só era para chamar atenção do papai.

São Paulo: — Se quer tanto chamar a atenção do papai, coloca uma melancia na cabeça e sai correndo pela chuva gritando "Eu sou a Barbie butterfly!" — Tento imitar a cena.

Rio de Janeiro: — Combinou com você — Ele riu de minha cara.

São Paulo: — Combinaria mais com quem quer chamar atenção, agora me deixe — Me viro de lado.

Solto um pequeno suspiro antes de sentir algo me empurrando para o chão gelado. Antes que pudesse pelo menos olhar para a cara do animal idiota que haveria me derrubado sem muito esforço — O que já estava óbvio — Dou de cara com o chão, levanto minha cabeça para ver Rio de Janeiro que ria de mim.

São Paulo: — Uma vez na sua vida, vê se cresce — Me levanto com calma, um pouco tonto por conta da batida forte em minha cabeça.

Levo minha mão até minha testa, tentando aliviar a dor — Sem olhar para quem causou tudo isso — Respiro novamente fundo e saio da sala.

Dando o que o Rio sempre quis, aquele sofá idiota.

Rio de Janeiro: — Você é um fraco São Paulo — Viro meu rosto para ele, seu sorriso estava me irritando.

São Paulo: — Eu só não irei te dar o que quer tanto, me desculpe Rio...Mas a época de criança já acabou — Volto a olhar para frente e vou para a cozinha.

Pego rapidamente alguns cubos de gelo e coloco em um pano, embrulho e levo a cabeça.

Soltava alguns gemidos de dores, já que estava doendo a recém batida.

Mudanças repentinasOnde histórias criam vida. Descubra agora