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Brasília

Depois de vários pedaços de melancia devorados, estávamos tendo uma conversa até que normal — Pela primeira vez nessa história — O papo era sobre alguns livros interessantes que cada um já havia lido.

E mesmo ele sendo infantil, admitiu com orgulho que já havia lido mais de seis livros grandes. Bem, nem posso dizer que minha reação havia sido de total surpresa sobre isso.

Chernobyl: — Eu apenas parei de ler por conta de alguns problemas que acabei tendo, mesmo assim...Adoraria ler outros livros que, há muito tempo desejei ler — Ele olhava para o chão, e a cada palavra que o mesmo dava, sentia sua tristeza transbordando para fora dele.

Brasília: — Bem, sei que pode ser bem repentino, mas, gostaria de ler comigo em minha casa? Tenho vários livros — Vejo um pequeno sorriso se formando em seu rosto.

Chernobyl: — Eu adoraria ir em sua casa, se não for incomodar — Nossos olhos se encontram por alguns segundos.

Posso dizer que esses segundos se pareceram horas, até que Chernobyl tem a iniciativa de olhar para frente e focar em onde andava.

Chernobyl: — Isso se parece tanto com uma cena de um livro, as duas pessoas passam alguns minutos se olhando, mas para as mesmas, aquilo parecia anos e anos... — Escuto sua pequena risada — Engraçado que no final...Nenhum deles fica junto, e os dois acabam nunca mais se vendo.

Brasília: — Esse é o livro da realidade, melhor ter uma vida boa do que se prender em alguém — Ele para por alguns segundos e me observa.

Chernobyl: — Acho engraçado como odeia o amor, por acaso alguma vez alguém já te decepcionou? — Paro um pouco mais a frente dele, me viro para o olhar.

Brasília: — Nunca tive ninguém, e sei que quando se apega a alguém, tende a fazer tudo errado...Eu não quero fazer tudo dar errado em minha vida, por conta de uma segunda pessoa — Vejo ele vindo até mim.

Chernobyl: — Talvez não seja assim, nem todos os romances são assim...Depende muito da mentalidade das pessoas — Ele passa pelo meu lado.

E mais uma vez, meu coração bate forte pelo mesmo, não é como antes. É como se ele soubesse como mostrar esse outro lado, apenas dizendo palavrinhas mágicas em sua mente.

Balanço a cabeça, para que tudo isso saia rapidamente da mesma, vou atrás dele.

Talvez seja idiota dizer "Eu talvez esteja me apaixonando por você, a cada minuto e segundo que passamos juntos".

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3 semanas depois

E depois de três semanas, lá estava ele, sentado em uma das poltronas de meu quarto lendo um livro, acho fofo o modo que o mesmo lê.

Mudanças repentinasOnde histórias criam vida. Descubra agora