16

102 9 37
                                    

Pripyat

Andava pelas ruas tranquilamente, Lviv me encheu o saco pedindo para que eu comprasse algo para Ozyorsk, que por fim de dúvidas minhas, uma flor já está ótimo demais.

Admito que sou péssimo com presentes, nunca dei um e nunca imaginei em dar um. Infelizmente, minha felicidade sempre dura pouco, e agora estou sendo obrigado a dar algo para alguém, ainda mais ser romântico — Coisa que nunca fui, nem sei como ser.

Mesmo assim, posso tentar ser, um buquê, todos gostam de ganhar flores. Apenas pessoas alérgicas não gostam, Ozyorsk não deve ser alérgico a algo assim — Nem irei perguntar, antes que estrague minha maravilhosa surpresa — Sou tão "romântico" que dá até ânsia de me ver no espelho.

De qualquer forma, escolher algo é bem complicado quando a pessoa não está do seu lado ou...Quando não se conhece nada dela.

Pripyat: — Flores... — E é nesse exato momento que começo a duvidar de minha capacidade de saber algo.

Eu tinha duas opções nesse momento

1- estar na beira da morte.
2- talvez no inferno.

E sim, acabei me perdendo do caminho mais fácil do mundo, isso que dá...Se eu perder um órgão, culpem Rio de Janeiro.

Aquele infeliz dos infernos, vive me enchendo o saco — Só por estar namorando — Minha vontade é de bater nele, mas, como sei que iria manchar minha mão de sangue, perdi essa "vontade".

Ozyorsk: — Pri? O que faz aqui? — Dou uma pequena olhada para trás, e não é que ele estava ali...Ok, isso é um pouco estranho demais para começo de assunto.

As vezes só tenho a leve impressão do mesmo me seguir e sempre esbarrar comigo em ocasiões não muito"agradáveis". Filho de russo, estranho sempre é.

Pripyat: — Eu que te pergunto, anda me perseguindo? — Vejo seus olhos arregalarem.

Ozyorsk: — Por que eu iria te perseguir? Isso é tão cena de filme, andou vendo filmes durante a noite? — Ele uma pequena risada

Pripyat: — Só se for em minha imaginação...Que eu nunca tenho — Dou um pequeno sorriso de canto.

Ozyorsk: — Respondendo sua pergunta, eu estava indo para o campo de flores que tem aqui — É a primeira vez que me sinto feliz por acertar um presente — Gostaria de ir junto?

Pripyat: — Pode ser — Sinto sua mão pegar a minha, nossos olhos se encaravam.

Ozyorsk: — Podemos dizer que esse é o nosso encontro, adiantado — Ele solta uma risada.

.

.

.

Depois de longas conversas aleatórias e passos devagares, parecia muito que não queríamos chegar ao destino, já sabendo que contaríamos as horas para ir embora. Por que não aproveitar um pouco? Mesmo se a noite chegasse, não iríamos parar nosso caminho até chegar em nosso destino.

Mudanças repentinasOnde histórias criam vida. Descubra agora