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No dia seguinte

Já em um novo dia, que já comecei odiando o mesmo, acordo com mais uma música de sofrência.
Por incrível que pareça, eu sei diferenciar quem botou a música.

Brasil = Música de sofrência misturada com sertanejo e um forró.

Rio de Janeiro = Música de sofrência apenas.

São Paulo = Sertanejo

Minas Gerais = Música de corno, mais conhecida como música de gente chata.

E por o que estou vendo, essa música é de meu pai, Alemanha quando está triste me bota uma música alemã, velha, com o som péssimo — No último volume, que é para deixar todos surdos, possivelmente a vizinhança também vai junto — Depois fica xingando as vizinhas de ficarem fofocando dessa casa.

O óbvio tá aí, daqui a pouco vai todo mundo para um hospício, e eu não faço questão de ficar no mesmo quarto que um deles — Muito menos com Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro: — Bora acordar? Tem visita — Olho Rio com certo...Receio.

Brasília: — Quem é? — Ele se encosta na parede e me olha com um largo sorriso, vi a merda que ganhei.

Rio de Janeiro: — Seu doentinho, vai rápido antes que papai encha aquele menino — Me levanto da cama, mostrando que eu durmo de blusa.

O que nessa casa é quase uma piada você utilizar blusa de manga comprida para dormir, não me importo com isso.

Rio de Janeiro: — Uii, que menininha linda, eu pego — Olho ele com uma cara não muito amigável.

Brasília: — Aí São Paulo, sou seu cãozinho de estimação, vivo atrás de você, me dá um beijinho — Faço uma pose bem constrangedora.

Chernobyl: — Bra- — Paro de fazer a pose, encaro Chernobyl, aponto um dedo para ele.

Brasília: — Você não viu nada! — Vejo ele escondendo o rosto.

Mais uma coisa que não posso ser perto dele, grosso. Se um dia eu tiver que fazer algo com ele, já sei que devo fazer uma lista do que fazer e não fazer perto dele.

Caminho até o mesmo, o abraço e faço carinho em seu cabelo, que por sinal tava cheirando melancia...Ok, senti uma enorme vontade de comer melancia agora.

Rio de Janeiro: — Pai o Brasília tá namorando — Jogo minha carteira na cara dele — Tu é idiota mesmo em — E ele sai com minha carteira.

Coitado, mal sabe ele que tá toda vazia. Mudei de carteira ontem, só deixei um bilhete dizendo "Otário".

Quando se trata de eu e Rio de Janeiro, ainda temos uma grande e chata guerra por conta do dinheiro que ele sempre me rouba — Só que diferente de uma guerra comum, a nossa é apenas com palavrões e tapas.

Mudanças repentinasOnde histórias criam vida. Descubra agora