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Minas Gerais

Olhava profundamente nos olhos de cada filho do senhor Japão, Mato Grosso fazia o mesmo. Não estávamos gostando daquela ideia de dividir a casa com eles durante uma tempestade.

Mato Grosso: — Você também acha que eles são mortos vivos? — Ela me olha, faço o mesmo.

Minas Gerais: — Se eles são mortos vivos...Eu não quero ser o primeiro a testar isso — Ela acena que também não queria.

Uma voz doce chama pelos nossos nomes, viramos nossas caras para a figura que nos chamava.

Tóquio: — Se puderem parar de nós olhar, eu estaria agradecido — Ele abraça um de seus irmãos e olhava para nós dois.

Mato Grosso: — Silêncio morto vivo! Você não vai comer nossa carne — Bato na cabeça da menina, ela logo coloca uma das mãos no lugar onde bati.

Minas Gerais: — Eles falam como pessoas, não são mortos vivos — Me viro para entrar no quarto novamente.

Mato Grosso: — Tá apaixonado!? — Paro na porta do quarto e olho para ela.

Minas Gerais: — O que é amor para você? — Continuo a olhando esperando sua resposta que talvez nunca fosse dada.

Mato Grosso: — Quando uma pessoa ama a outra? — Sorrio, viro meu rosto para frente e volto a andar para o quarto.

Ceará: — O pão de cada dia e dividido, literalmente — Escuto Ceará falar aquilo, e antes de travar nas palavras dele, fecho a porta e encaro Rio de Janeiro procurando algo.

Minas Gerais: — Não me diga que anda escondendo maconha em nosso quarto — Vou até ele.

Rio de Janeiro: — Claro que não! Não sou tão burro assim! — Olho a cara dele é faço que sim com a cabeça.

Minas Gerais: — Tá procurando a coragem de falar que ama o SP? — Solto uma risada e subo na minha cama.

Rio de Janeiro: — Eu tenho cara de gostar de chatice? — Fico sentado e observo o garoto ainda procurando as coisas.

Minas Gerais: — Sim, tem cara até de pegar seu irmão — Ainda sorrindo, mostro a língua para ele.

Rio de Janeiro: — Você não comece a me irritar! — Ele para de procurar o que queria e aponta um dos dedos para mim, vem em minha direção ainda apontando o dedo.

Minas Gerais: — Espero que esse dedo seu caia — Desfaço meu sorriso no rosto e deito na cama.

Rio de Janeiro: — Se cair eu te mato! — Depois de um tempo em silêncio, escuto a porta se abrindo e fechando novamente.

Mudanças repentinasOnde histórias criam vida. Descubra agora