#Yoon

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O turno da tarde estava desanimado. Quem iria querer lanchar numa universidade em pleno o sábado quando poderia estar se divertindo em outros lugares com os amigos? Yoon olhou enfezado para as poucas pessoas que estavam lhe dando algum trabalho. Tudo o que ele queria era estar jogado em casa, curtindo uma fossa e se preparando para superar aquela história.

Ainda não tinha engolido a brincadeira inconveniente que Talay tinha feito com ele. E, para piorar, tinha mandado uma mensagem para Perth, querendo saber se tudo tinha corrido bem na conversa dele com a mãe, mas o garoto também tinha ignorado sua mensagem.

De repente, tudo fez sentido. Os dois estavam juntos. Talay tinha finalmente escolhido entre um dos dois: e a resposta havia sido o mais novo. A visão dos dois juntos era excitante e excruciante ao mesmo tempo, e Yoon não conseguia explicar aquele sentimento. Ele havia perdido. O gosto amargo em sua boca era quase insuportável, mas esse era o preço por se abrir a uma possibilidade de amar.

Talvez, no fim das contas, a experiência fosse dolorosa, mas valesse a pena. Ele agora havia despertado o seu coração, podia estar pronto para uma nova história quando ela se apresentasse. Yoon resolveu que não tentaria mais. Tinha tentado o suficiente, agora era hora de seguir em frente.

Quando estava saindo da lanchonete, pensou em convidar Peerawich para os dois irem comer alguma coisa. Ele não queria ficar em casa sozinho. Mas o amigo estava com uma nova namorada e disse que os dois tinham compromisso para aquela noite de sábado. Ótimo! Até o seu melhor amigo tinha lhe abandonado.

Mas ele sabia quem poderia lhe fazer companhia.

Yoon evitou pensar em todo o caminho. Bateu na porta e aguardou. Alguns segundos depois, MD abriu a porta, e sua expressão foi quase ao pânico ao ver quem estava em sua porta. Desde o incidente na festa, os dois ainda não tinham se falado e Yoon tinha certeza de que MD vinha lhe ignorando.

— Até quando você vai ficar sem falar comigo? — Yoon perguntou, cruzando os braços.

Para a surpresa do estudante de engenharia, MD começou a chorar. A cena pegou Yoon completamente desprevenido e a única coisa que ele conseguiu pensar em fazer foi abraçar o amigo, que retribuiu lhe abraçando com bastante força.

— Ei, o que aconteceu?

Mas MD não estava em condições de responder nada naquele momento. Yoon deu alguns passos para frente, ainda mantendo o abraço, e fechou a porta. Não queria que o amigo fosse constrangido daquela maneira em um local onde podiam vê-lo. Parecia um momento muito pessoal para ser exposto daquela maneira.

Yoon levou MD até o sofá e sentou-se com o amigo. Aos poucos, a respiração de MD foi voltando ao normal e ele pareceu tomar conhecimento da situação que estava vivenciando. Se afastou apressadamente de Yoon.

— Ei, o que houve, Ai'MD?

O outro se recusava a olhá-los nos olhos.

— Yoon... eu... Eu sinto muito!

— Ei, foi uma festa... Você não fez nada de errado, amigo. A gente estava bêbado e não estava pensando direito.

— Mas eu passei dos limites...

— MD, presta atenção, você não me obrigou a fazer nada. Você estava afim, eu estava afim e o seu amigo também estava. Mas nós estávamos bêbados e não estávamos pensando direito. A bebida faz isso com as pessoas, como você pode pensar que eu iria te culpar de alguma forma?

— Mas eu não só queria porque estava bêbado... — Ele respirou fundo, como se finalmente tivesse tomado coragem de fazer algo que vinha se segurando há algum tempo. — Eu sou apaixonado por você, Yoon.

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