(TALAY ON)
Durante a semana seguinte, eu continuei conversando bastante com Perth. Depois que trocamos o nosso Line, começamos a conversar por lá quase todos os dias. Era muito fácil de falar com ele e não havia grandes confrontos – a gente tinha pensamentos parecido sobre muitas coisas. Era mais fácil falar com ele do que com Poy, por exemplo, que eu conhecia já há algum tempo e era Nong em minha faculdade.
Chegou finalmente a sexta-feira seguinte, dia da viagem do nosso grupo de pesquisa. Para esse trabalho, nós íamos nos juntar com os alunos de outro grupo de pesquisa, que trabalhava com planejamento de casas para pessoas mais pobres. Aproveitaríamos e iríamos falar para as pessoas sobre como usar itens da flora local na alimentação, seja em saladas, chás ou outras receitas. Esse era um movimento que tinha crescido bastante nos últimos tempos no ambiente da nutrição.
Para garantir economia – essas viagens são muito caras – nós iríamos dividir o ônibus com o pessoal do outro grupo de pesquisa. Sairíamos no começo da noite e voltaríamos na tarde do domingo. Não teríamos muito tempo para brincadeiras, porque passaríamos o sábado inteiro trabalhando. Cansativo!
Entrei no ônibus acompanhado de Sosave e Cooper. Eles sentaram juntos e eu tive que sentar sozinho no banco de trás. Malditos, que sempre me deixavam para trás quando tinham a oportunidade. Duvido que Poppy fizesse isso comigo se estivesse participando daquele grupo de pesquisa.
- Veja se não vai dormir aí atrás. – provocou Cooper, fechando a cortina de sua janela e inclinando um pouco o seu assento para trás.
- Cuidado para não esmagar as minhas pernas. – reclamei, dando dois socos nas costas do assento dele.
- Por favor, não vão brigar até lá, né? Eu quero sossego. – apaziguou Sosave.
Deitei um pouco o meu próprio assento, coloquei um fone de ouvido e comecei a ouvir um álbum de música alternativa, que me ajudavam a dormir à noite. Achava bem mais traquilo do que ouvir alguma coisa mais agitada. Percebi que alguém sentou ao meu lado, mas não me dei ao trabalho de abrir os olhos para saber quem era e nem cumprimentar essa pessoa.
Em poucos minutos, o ônibus partiu. Seria uma viagem de quase duas horas, então eu teria tempo suficiente de descansar um pouco antes de chegar em nosso destino. Estava no meio de uma música muito boa, quando ouvi o barulho de uma notificação em meu celular. Abri os olhos e vi que era uma mensagem do Perth.
Perth: Boa viagem e bom trabalho! Espero que se divirta bastante.
Talay: Obrigado! Aviso quando chegar lá... boa noite!
Fui guardar meu celular e fechar os olhos novamente, quando percebi que conhecia a pessoa que estava sentada ao meu lado. Só poderia ser uma espécie de provocação. O que o Yoon estava fazendo aqui?
Olhei para ele, tentando usar a minha expressão mais irritada que conhecia e resolvi provocar.
- Você anda me seguindo agora?
Ele nem sequer estava olhando para mim, mas quando ouviu minha provocação começou a rir, o que foi o oposto da reação que eu estava esperando. Ele estava rindo de mim? Como se atrevia? Por que gostava tanto de me provocar daquele jeito?
- Nem em mil anos eu iria correr atrás de uma pessoa chata e mimada como você. – ele me respondeu, de maneira bruta e irônica.
Eu respirei fundo, porque a alternativa era socar aquele rosto bonito dele. Eu disse bonito? Quis dizer irritante. Mas tinha professor lá na frente do ônibus, e se eu procurasse alguma confusão daquele jeito, poderia ser pior para mim do que para ele.
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(des)encontros
FanficTalay é um jovem tailandês que está completamente fechado para o amor, desde que teve seu coração partido. Ele acaba de entrar na faculdade de medicina e vai morar em um prédio próximo da universidade. Lá ele conhece o extrovertido Yoon, estudante d...