Espalhei as contas sobre a mesa. A pilha de papel parecia que nunca chegaria ao fim. Precisava de um vinho ou talvez uma cerveja caísse melhor nesse calor. Respirei fundo e fechei meus olhos. Estava a ponto de enlouquecer com tantos problemas. Teria que fazer um sorteio para saber qual conta pagar primeiro, porque se pagasse o IPTU do prédio não pagaria os funcionários próximo mês. Teria que escolher entre o telefone e a água. E os cartões de crédito, meu Deus! Tinha esquecido deles. Supermercado? Vish! Não posso passar nem perto. Vou começar uma dieta nova a base de miojo e biscoito recheado. É a última moda entre as falidas. Enquanto tentava me equilibrar nessa corda bamba senti culpa. Era difícil pensar que essa empresa foi a única coisa que restou depois da morte do meu pai. Foi sem dúvidas seu maior legado. Seu orgulho! Meu pai era um homem gentil e trabalhador. Dedicou todo o seu tempo a esse lugar. Lutou muito para construir um nome. Não éramos ricos mas nunca nos faltou nada. Infelizmente fodi com tudo e hoje a empresa está embargada, nas portas da falência, com dívidas altíssimas e sem nenhum capital. Precisei hipotecar o prédio e a casa da minha família pra pagar alguns credores. Mas o que realmente pesa em meu bolso é manter minha mãe em uma clínica psiquiátrica. Nunca imaginei que algo assim fosse tão caro. Chega a ser exorbitante. Já pensei em vender o que me resta e começar do zero mas não posso deixar tudo que meu pai construiu para trás. Seria como trair sua memória. Jesus! sou um ímã de problemas. Como vou resolver tudo isso? Respirei fundo novamente e tentei ficar calma. Não posso entrar em desespero e cultivar pensamentos negativos. Tenho que agradecer por aparecer esse freelance, na empresa do Felipe. Foi meu primeiro trabalho em uma corporação desse porte. Quase caí da cama quando meu amigo ligou chamando com urgência. Felipe parecia a ponto de enfartar e quase morreu quando comentei que precisava tomar um banho e trocar de roupa. Sorri relembrando a cena. Precisei sair correndo do jeito que estava. O pior aconteceu quando meu amigo me viu. Ele estava puto da vida. Só deixei passar porque precisava do dinheiro. Mas quando entrei na sala e fui recebida por aquele homem enorme, loiro, olhos verdes e com músculo até na raiz do cabelo, esqueci tudo a minha volta. O cara é lindo! Muito arrogante tenho que admitir. Mas um tesão. Claro que coloquei ele pra comer bonitinho na minha mão. Esse tipo de homem não tem vez comigo. Parecia um pervertido que não pode ver mulher. Ficou lá, com cara de bocó me analisando da cabeça aos pés e com certeza deu um confere na minha bunda. Conheço muito bem o tipinho dele, acostumado a ter tudo de mão beijada. Está sempre em capas das revistas de negócios e algumas de fofoca também. Todas as vezes acompanhado por uma mulher diferente. Felipe me contou que ele nunca passa mais de uma noite com uma mulher. Nem mesmo dorme a noite inteira com elas na mesma cama. Um doente completamente fodido. E beija mal pra caralho. Tem pegada, devo admitir. Mas na hora do beijo, meu Jesus! Parecia ser o primeiro beijo de um garoto virgem. Relaxei meu corpo na cadeira e sorri. Sou mesmo uma maluca! O cara nunca mais vai me chamar para trabalhar. É foda completa! Lembrei do meu trabalho na faculdade sobre ele. Acho que ainda tenho em algum arquivo. Entrei no meu drive e pesquisei os trabahos do segundo período. Estava tudo em uma pasta.
— Jamie Carter! — o todo poderoso das telecomunicações e dono de uma das maiores fabricantes de jogos eletrônicos. Parei de ler porque tinha uma extensa explicação de como funcionava o aplicativo. Na época gostava muito de testar minhas habilidades hackers e cheguei a pensar em invadir o sistema da empresa e marcar uma entrevista em sua agenda. Meu professor idiota e machista teria ficado com a cara no chão. Sorte que desisti. A Tita daquela época teria mijado nas calças de medo. Nunca poderia com o Jamie. Não que muita coisa tenha mudado. Que loucura, meu pai! O beijo horrível foi compensado pelo que senti sob minha barriga. Caramba! O pau era bastante proporcional à altura. Parecia uma tora enorme e pesada. Pensar sobre paus ontem a noite me deixou maluca e cheia de tesão. Precisei castigar meu vibrador pra conseguir dormir tranquila. Triste! Por melhor que seja o orgasmo, e realmente é, nada pode se equiparar quando se tem alguém pra abraçar, beijar e falar palavras excitantes. Sentir a pele quente e o cheiro de sexo. Amo me aconchegar e dormir de conchinha. Tá valendo até acordar com bafo pela manhã. Noite passada depois que relaxei com meu vibrador foi inevitável não recordar do Daniel. Ele é o amor da minha vida. O homem para qual entreguei meu coração desde que me entendo por gente. Foi minha paixão infantil, meu namorado na adolescência, meu noivo no início da vida adulta e meu amor para vida inteira. Ele é o homem mais bonito que conheci. Até mesmo o Jamie não chega aos seus pés. Viciado em adrenalina, adora motos e tatuagens. Tem o corpo coberto por elas. A primeira tatuagem ele fez logo depois que perdemos a virgindade. Fechei os olhos e viagei anos-luz para o passado. Estávamos deitados em sua cama de solteiro. O ventilador velho rangia todas as vezes que girava de um lado para o outro. Daniel só conseguia dormir com esse barulho. Tinha um pouco de sangue entre minhas coxas e nos lençóis. Parei para olhar.
— Vamos precisar lavar os lençóis antes que todo mundo chegue. — falei deitando a cabeça no seu peito. Depois de tudo que aconteceu minha maior preocupação era os lençóis sujos. Bons tempos!
— Você gostou? — ele perguntou com insegurança. Levantei a cabeça e peguei uma canetinha que usava para desenhar.
— Foi o melhor sexo da minha vida! Claro que vou precisar de experiência para comparar. — enquanto falava escrevia meu nome em seu peito. Peguei na minha bolsa um batom vermelho que roubei da mamãe e beijei bem próximo ao coração. No outro dia ele tatuou. Foi lindo! Ficamos juntos por anos. Hoje ele mora em Madri e sempre que está no Brasil me procura apenas para sexo. A última vez que nos encontramos foi um desastre. Ele tinha chegado e não me procurou. Estava a dois dias na cidade e não falou nada. Só fiquei sabendo porque fui na casa da mãe dele conversar sobre a depressão da mamãe. Foi uma surpresa quando o vi parado na sala.
— Que horas você chegou? — perguntei feliz. Fui até ele e abracei. Tentei beija-lo mas se esquivou. — Senti tanta a sua falta. Preciso tanto de você. — ele se afastou e chorei percebendo que algo tinha mudado. — Você chegou agora?
— Terça feira. — Tia Vera, mãe do Daniel respondeu. — Sua mãe não falou? — neguei com a cabeça. Não tinha voz.
— Porque não falou nada? — perguntei para Daniel.
— Vamos conversar no quarto, por favor. — segui esperando uma explicação. Implorando por mais do que um olhar gélido. — Estou aqui a trabalho. Não parei um minuto e você também passa o dia na rua.
— Você precisa comer, mijar, cagar. Porque não me ligou? Bastava dar dois passos e estaria no meu quintal. — chorei. Detestei me sentir fraca. Estava passando dias terríveis com a minha mãe. Quando vi ele achei que tinha voltado pra mim.
— Sinto muito! — foi a única resposta que deu. Me abraçou, beijou e usou meu corpo. Levantou meu vestido e me comeu contra a parede. Rápido. Sem carinho ou afeto. Sem palavras bonitas. Eu não merecia nada! Quando terminou pegou a mala e se foi. Me deixou sozinha no meio do quarto. Vesti a calcinha e sentei ao lado da cama. Chorei até cair no chão. A dor foi tão grande que pensei que fosse meu fim. Passou 3 meses sem ligar. Também não procurei por ele. Odeio lembrar esse dia. Odeio ainda mais continuar amando esse homem. Queria tanto esquecer tudo. Sou idiota por ter deixado ser usada. Acreditei em suas promesas. Caí na mesma história todas as vezes. Acho que tive medo de ser esquecida. Que se apaixonasse por outra mulher. Prefiria um pouco dele do que nada. As vezes imagino ele batendo em minha porta e dizendo que me ama e que voltou de vez pra mim. Sonhar não custa nada, não? Deixei a fossa para trás e voltei a trabalhar. Distração era do que precisava. Minha rotina foi bastante agitada e isso me ajudou a ficar bem. Quase tive um treco quando entrei no aplicativo do meu banco e pela primeira vez em meses minha conta não estava com saldo devedor. A empresa do Jamie me pagou três vezes mais do que o combinado. E posso adiantar que cobrei bem caro. De início pensei em devolver a diferença, aí lembrei que Jamie é rico pra cacete e essa quantia é troco pra ele. Com o dinheiro paguei os salários dos meus funcionários e uma parcela do IPTU. Agora precisava arrumar dinheiro para energia, água, telefone e cartão de crédito. A clínica da mamãe estava garantida esse mês. Poderia respirar essa semana.
Existe também a questão do reconhecimento. Prestar serviços em uma empresa de grande porte mesmo sendo algo simples, pode abrir muitas portas. Quem sabe o Felipe pode me arrumar uma carta de recomendação e talvez comece a fazer trabalhos grandes. Estou cansada de consertar computadores. Voltei minha energia para o balanço do mês e minhas dívidas com o banco. Não aguentava mais receber ligações do meu gerente pedidndo que fosse renegociar o empréstimo. Agora me diz como? Vender a casa da minha mãe estava fora de cogitação. Três meses atrás vendi meu carro e agora andava na kombi velha que foi do meu pai. Não tinha para onde correr.
— Tita Menezes Cavalcante. — Escutei a porta fechar e mantive meus olhos no computador. Puta merda uma cobrança.
— É o nome escrito na porta, então sou eu. — fingi digitar para ganhar tempo até inventar uma boa desculpa. Nem me preocupei em olhar para o sujeito parado no meio da minha sala. — O que deseja?
— Você! — reconheci a voz grossa e parei o que fingia fazer para olha-lo.
— Jamie Carter. Senhor Carter. Hummm qual o motivo de ter a sua ilustre figura em meu pobre trabalho. — brinquei mas ele não gostou. — Recebeu o meu relatório? Passei a noite escrevendo. — passou a mão nos cabelos e analisou minha sala com despreso. — Está precisando dos meus serviços? porque tenho que admitir, adorei receber o pagamento. — o que diabos esse homem faz aqui? Não fala nada e me olha como se quisesse arrancar minha cabeça.
— Tita Menezes Cavalcante. — repetiu meu nome devagar. — Hoje a noite vamos jantar. Depois pode mostrar algumas das suas habilidades. Garanto que será bem recompensada.
— Não sou uma prostituta. Acho o trabalho delas desafiador mas não faço sexo por dinheiro. — não me senti ofendida. Ele achou que poderia jogar comigo. Se deu mal.
— Meu motorista virá busca-la. Esteja apresentável. — debruçou sobre a minha mesa exibindo os braços enormes. — Use vestido e salto alto. — Que merda! Conferir minha roupa quase como reflexo. Estava casual com uma calça jeans preta, camiseta verde e um tênis vermelho. Muito fashion.
— O que tem demais com minha roupa? Pelo menos não fico cozinhando nesse terno horrível e terrivelmente escuro. — puxou o punho do terno e arrumou as abotuaduras. É por isso que não saiu com executivos engravatados. Não conheci um que não seja arrogante, irritante e chato.
— Jamie... — usei seu primeiro nome porque sei que o deixa irritado. — poderia ter ligado para me convidar. Mandar flores ainda está na moda. Quem sabe chocolates. Adoro uns bombons da chocopologie knipschildt. Provei apenas um na verdade. Uma amiga trouxe pra mim e minha nossa que delícia. — ele olhou para a minha boca com desejo. Parecia faminto. — Não precisava ter saído da sua torre. — voltei minha atenção ao computador. Precisava me recompor. Ele mexe comigo de alguma forma. Não sei como explicar.
— Sete! Esteja pronta.
— Não concordei em sair com você. E na verdade, tenho um compromisso com uma amiga.
— Desmarque! — Não gostei do tom de voz. Passou a mão pelos cabelos e desabotoou um botão da camisa.
— Não posso! — precisava acabar com os joguinhos.
— Não! — rosnou com raiva.
— Não é uma desculpa, Jamie. Se deseja tanto sair comigo podemos marcar alguma coisa na próxima semana. — pensei em empurrar com a barriga. Em algum momento vai acabar desistindo.
— Você não entendeu? odeio ter que repetir. — contornou rapido a minha mesa e precisei segurar a ar quando agarrou meu punho e me puxou com força. Encostou nossos corpos e por incrível que fosse não senti medo. Era como se tivesse a certeza de ser protegida.
— Você será minha hoje. — cruzou meus braços em minhas costas fazendo meus seios saltarem em sua direção. — Vai entrar no maldito carro e vamos jantar onde eu escolher. Entendeu? — Jamie não era o primeiro homem a tentar me intimidar. Minha vida inteira sempre precisei lidar com diferentes tipos de homens. Principalmente no meu trabalho, onde o sexo masculino é predominante. Apesar disso nunca deixei que me dominassem. Não sou uma mulher submissa e passiva como aparento. Sempre fiz o quis sem me importar com o que os outros achavam. Não abaixo minha cabeça para ninguém e não começarei agora.
— Quem não entendeu foi você. Não vou jantar hoje, nem amanhã e muito menos na semana que vem. Agora retire-se da minha sala. — largou meus braços e segurou firme minha nuca e cintura. Me beijou como um deseperado. Fechei a boca e não retribui.
— Abre a boca! — rosnou em meus lábios. Neguei. — Abre!
— Não! — segurou minhas bochechas fazendo com que minha boca formasse um biquinho. Não o afastei. Deixei que ficasse maluco e me divertir com a situação estranha. Nunca imaginei que meu beijo seria tão bom a ponto de ver um homem como esse lutando para consegui-lo. Voltou a encostar os lábios nos meus e parecia mais um selinho do que um beijo. Perdi a paciência. Consegui empurra-lo e sentou em minha cadeira. Os olhos arregalaram quando subi em seu colo. Segurei seu rosto e pela primeira vez notei o quanto seu olhar era escuro. Opaco e sem vida. Olhos verdes lindos. Mas faltava brilho.
— Vou ensina-lo como se beija de verdade. — ele continuou a me encarar. Passei a língua por seus lábios carnudos, sugando no final. Era a primeira vez que seus olhos brilharam. Segurei sua nuca e infiltrei meus dedos em seus cabelos macios. Apertou minha bunda com força e gemi. Estava excitada e minha boceta começou a empapar. Voltei a invadir sua boca. Deixei que nossas línguas se tocassem e foi o bastante para enlouquece-lo. Gemeu. Rebolei em sua ereção querendo mais atrito. Preciso aprender a controlar minha impulsividade. Ainda estávamos com os olhos abertos o que deixava tudo mais quente. Jamie levantou comigo ainda em seu colo e como um animal selvagem, desceu sua boca por minha garganta. Mordeu com tanta força que me deixou transtornada. Gemi alto e cravei as unhas em suas costas. Queria sentir sua pele. — Jamie... Não podemos... — tentei parar e ser racional. — Oh! Isso é muito bom. Jamie... — não tinha controle sobre meu corpo. Fechei meus olhos completamente entregue ao prazer. Ele me colocou sobre a mesa e arrancou minha blusa. Logo depois meu sutiã estava fora também.
— Como imaginei. — segurei seus cabelos e empurrei o rosto contra meus seios. Jamie chupou um mamilo com tanta fome que quase gozei com a sensação. Estavamos desesperados e buscando qualquer tipo contato.
— Tita, posso entrar? — ouvi alguem chamando.
— Porra! — Jamie rosnou irritado.
— Espere um pouco. Tem alguém me chamando. — ele abriu o botão da minha calça e lambeu, chupou, mordeu dos mamilos até a barriga.
— Trancou a porta porque? Você está bem? — reconhecia a voz do Vicente.
— Mande esse filho da puta embora. — Jamie puxou minha calça até o joelho. Me debruçou sobre a mesa e cravou o pau em minha bunda.
— Não vou conseguir. — tentei novamente me afastar. Ele mordeu minha orelha e passou a mão na minha boceta.
— Rogério, a Tita está aqui? — Vicente perguntou ao técnico de informática que trabalha aqui.
— Está sim! — os dedos do Jamie passearam pelo clitóris me torturando.
— Tita, estou ficando preocupado. Você está bem? — saí da nuvem de excitação e consegui me afastar. Jamie apertou o pau e tentou me agarrar de novo.
— É o Vicente! Se não abrir a porta agora ele vai pegar a chave reserva. Não posso ser pega fazendo sexo. — tentei ordenar meus pensamentos. Vicente bateu na porta de novo. — Espere um pouco. Vou abrir a porta em um minuto. — gritei para o meu amigo.
— Hoje você não vai escapar. — Jamie sussurrou em meu ouvido e minha pele arrepiou. — Mesmo que o mundo acabe não vou parar de meter meu pau nessa sua boceta quente. — mordeu meu lábio inferior e tremi. Jamie vestiu minha calça devagar. Pegou minha blusa no chão e passou por meus braços. Nunca pensei que poderia ser delicado. — Abre! — virei as costas e bateu em minha bunda.
— Comporte-se! — falei para o Jamie. Abri a porta e Vicente me olhou da cabeça aos pés.
— O que aconteceu com você? Porque está vermelha e ofegante? Está de ressaca? — entrou na sala e estancou quando viu o Jamie sentado em minha cadeira. Ele estava impecável como sempre. Mas eu, tenho certeza que estava uma bagunça.
— Estava em uma reunião com o Jam... quer dizer, senhor Carter. Muito bom a nossa reunião. Espero trabalhar novamente com você. — Vicente sorriu sabendo que tipo de reunião estava tendo.
— O senhor Carter está de saída, não. — mostrei a porta mas ele não se moveu.
— Acho que não resolvemos tudo. Posso perder mais cinco minutos explicando o que quero. — realmente está debochando de mim. Jamie pegou o sutiã no chão e colocou sobre a mesa. Deus que vergonha.
— Resolvemos sim! — falei querendo que fosse logo embora. Ele ignorou e pegou alguns papéis. Franziu o cenho, lendo. — É particular. Não seja curioso. — puxei a cobrança do banco de suas mãos.
— Amor, passei aqui rapidinho só para te dar um beijo. — Felipe não viu o Jamie e beijou o Vicente. Quando se deu conta quem estava observando, Felipe ficou pálido.
— O que faz por aqui? — Jamie não sabia que o Felipe era gay. Uma bobagem porque sua orientação sexual não influí em nada sua capacidade de trabalho.
— Não acho que devo satisfações a você. — Jamie foi grosseiro. Levantou da minha cadeira e abotoou o paletó. — Ao contrário, é você quem me deve explicações.
— Jamie... — não deixaria que ele humilhasse meus amigos.
— Está em horário de trabalho, senhor Santos. — respirei aliviada e o Felipe também.
— Sim, senhor. — Felipe saiu e Vicente foi junto. Olhei para o Jamie apavorada.
— Você vai demitir o Felipe? — não sou idiota. Tenho muitos amigos gays para saber como é difícil chegar em um cargo alto sendo LGBT. E no mundo corporativo os homens ainda são maioria. É um ambiente machista e cheio de homens tóxicos.
— Sou extremamente rigoroso em relação a horários mas não acho que o senhor Santos deva ser afastado do seu cargo. — ele é muito formal com as palavras quando não tem sexo envolvido. Achei muito fofo.
— Obrigada!
— Porque está agradecendo?
— Você sabe porque.
— A minha vida pessoal não diz respeito a nenhum funcionário. Assim como as vidas pessoais deles não interessa. — Não sei o que me deu mas o abracei. Ele parecia incomodado e não retribuiu o abraço. Me afastei e saí. Felipe estava na calçada e me olhou preocupado.
— Não se mete com ele. Você não sabe lidar com esse homem. — Felipe susurrou quando percebeu o Jamie um pouco afastado.
— Pare de se preocupar. Estou muito bem. — arrumei a gravata torta e dei um selinho de despedida. Felipe entrou no carro e se foi. Um carro parou próximo e imaginei que fosse do Jamie. Como um fantasma ele apareceu ao meu lado.
— Você beija todo mundo. — falou como se estivesse com ciúmes. Segurou meu rosto e passou a mão em meus lábios, como se os limpasse. Sorri quando levou meu cabelo até o rosto e cheirou. Lembrei do filme das Panteras detonando, onde um assassino estranho tinha fascínio pelos cabelos de Drew Barrymore.
— Se quiser posso te dar uma mecha. — ele não falou nada. Virou entrou no carro e foi embora.
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Louca Obsessão
ChickLitAté onde um homem pode chegar para ter aquilo que deseja? - Os outros não sei. Mas eu, estou disposto a tudo para tê-la em minha cama. Quanto uma mulher consegue resistir aquilo deseja? - Pode me comprar, humilhar, usar meu corpo mas meu coração...