Capitulo Seis
Jamie
Passei a madrugada vagando pela casa. Ansioso. Com um maldito aperto no peito. Fui a academia e malhei por quase duas horas. Precisava levar meu
corpo a exaustão. Estava enlouquecendo sem a Tita ao meu lado. E lembrar seu olhar traído quando mostrei o vídeo quase acabou comigo. Mas precisava pensar que logo estaria com ela em minha cama, sob minhas vistas e cuidados. Tentei novamente dormir mesmo que fosse por uma hora mas não consegui. Pensava na Tita em diferentes maneiras. As vezes com raiva, outras vezes com afeto mais sempre com muito desejo. Precisava dos beijos. Da pele macia e cheiro doce. Tita era meu veneno e sabia que os riscos de estar tão próximo de alguém com tanto poder de manipulação assim. Amanheceu e mesmo exausto precisava trabalhar. Meus problemas pessoais jamais afetaria minha empresa.
– Beba um pouco de café. Parece cansado. Conseguiu dormir? – Lúcia entregou-me uma xícara com café. Bebi sem pressa. Peguei meu celular e mandei Silveira tirar o carro da garagem. Lúcia bebeu seu café em pé encostada na pia. O braço enrolado na cintura e o outro apoiado segurando a xícara. Os pensamentos voando longe. – Vem almoçar em casa?
– Não.
– Acho que vou no supermercado. Talvez depois eu vá à igreja. Tem tanto tempo que não vou.
– Seria bom voltar com a terapia. Você sempre gostou das sessões com a psicóloga.
– É... é sim. Vou marcar uma sessão essa semana. Doutora Camila é muito gentil e sempre me faz sentir a vontade. – minha loucura pela Tita estava afetando a Lúcia. Não era essa a minha intenção. Lúcia absorve muito dos meus problemas e com Tita não seria diferente. Pelo menos ela voltaria para terapia e teria com quem desabafar.O caminho para empresa está lento e nebuloso. Um reflexo do que estava dentro de mim. Ver a Tita com o Daniel foi uma merda. O jeito que ela olha pra ele... ela só dedica aquele olhar pra ele. É um amor real. Não posso fingir que não sei. Os dois se amam mas eu a quero. E não me importo em destruir isso para tê-la comigo. O Daniel não merece o amor da Tita. Toda aquela dedicação e o filho da puta não valoriza. Se ele me olhasse daquele jeito... foda-se! Eu travaria uma guerra com o mundo de ela quisesse.
– Chegamos senhor Carter. – Silveira abriu a porta do carro e quando coloquei o pé na calçada senti algo bater contra a minha cabeça. Foi tão rápido que não percebi de onde veio aquilo. Era um maldito sapato preto e velho.
– Que porra é essa? – Rosnei furioso pegando o objeto. Silveira ficou a minha frente. Eu sabia que ele estava armado.
– Me... me solte. – Ouvi a voz arrastada da Tita. Um dos seguranças do prédio segurou-a forte. No mesmo instante quis acabar com ele. Seu rosto contorceu de dor e medo.
– Largue a minha mulher, porra! – Tita cambaleou caindo na calçada. – Nunca mais volte a tocar na minha mulher. – Droga! Ela estava completamente bêbada. Não a ajudei a levantar. — Deveria deixa-la caída. - Rosnei furioso. Ela tentou ficar de pé sozinha mais seu estado era deplorável. Segurei sua cintura e a ergui. Onde ela bebeu e com quem? Deve ter sido com o tal do Vicente. Os dois tem a mesma irresponsabilidade.
– Não preciso da sua ajuda. – Ficou com a cabeça baixa. Cambaleou de novo e a segurei.
– Passou a noite bebendo, não foi? Porra! Você é uma irresponsável. Como diabos chegou até aqui?
Tita porra! – Seu olhar foi para os pés.
– Onde está o meu outro sapato? O sapato nem é meu. A Leandra me emprestou. É caro e não posso pagar. O sapato da Leandra, você viu? – as pessoas que passavam começou a parar para olhar.
– Silveira, dispersa essa gente que não tem o que fazer e demite aquela bosta. O filho da puta quase quebra o braço da Tita. – Coloquei a Tita encostada no carro e peguei o maldito sapato. – Tentou me matar com isso? – apontei para o sapato e ela sorriu lindamente. – Tem uma mira do caralho para uma bêbada.
– Não estou bêbada. Queria rachar um pouquinho da sua cabeça.
— Quem trouxe você aqui? — Perguntei procurando por sua bolsa. Nem mesmo o seu celular eu vi. — Tita, estou fazendo uma pergunta.
Acho que vou vomitar. – Segurei seu cabelo e ela vomitou na calçada. Tinha que tirá-la daqui.
– O que você bebeu? – Silveira trouxe uma caixa de lenço e limpei-a.
– Des - urgh- Desgraçado. É isso o que você é. Um homem mal - Urgh - muuuuito mal e - urgh- já falei desgraçado?
– Trouxe água para ajudar no soluço. – Silveira entregou-me a garrafa e Tita bebeu um pouco.
– Vou vomitar de novo. – e vomitou em meus pés. Não tinha mais nada no estômago a não ser a água que tinha acabado de beber.
— Como chegou aqui?
— Carro de aplicativo. Acha que eu sou irresponsável para vir dirigindo?
— Deixou sua bolsa no carro? — ela não respondeu.
– Venha comigo. Vou cuidar da sua bebedeira de novo. – Peguei sua mão puxando-a com força suficiente para seu corpo levantar e ficar próximo ao meu. Tita fedia a bebida barata e vômito.
– Demitiram o Daniel. – não chorou como imaginei.
— Que se foda ele. — Falei a colocando no carro.
– Ele ficou puto e nem sabe que foi você. Quando ele souber que deixei você brincar lá embaixoooo, na minha vagina, vai nos matar. Matar mesmo. – ela jogou a cabeça para trás e descansou em meu peito. – Quero ir pra minha casa. Não a casa do Daniel. A minha casa. A casa do meu pai. – ela bateu no peito. Não falei nada. Apenas a segurei para não machucar-se. – minha casa não é mais minha casa. Não tenho mais casa. – gargalhou
jogando a cabeça para trás. Não estava em condições de fazer nada. Mal se mantinha em pé. – Agora tudo é seu. Somente seu. – peguei-a em meus braços e ela gritou. — Não me toque. Socorro. — Levei minha mão em sua boca impedindo-a que continuasse a gritar.
– Vamos para meu apartamento. – Ela assentiu. Retirei a mão de sua boca. — Silveira o meu apartamento.
– Não vou com você. Isso é sequestro. – tentou abrir a porta mas estava travada. — Abre isso agora.
– Acalme-se. – pedi. Tita parecia cansada e sonolenta . O carro começou a andar e ela gemeu.
– Jamie... minha cabeça está girando. Tá tudo rodando.
– Venha aqui. – puxei-a para meu colo e a fiz deitar a cabeça em meu peito. – Feche os olhos e relaxe.
– Quero vomitar... hummmm – alisei suas costas devagar. Durante a viagem ela foi perdendo a briga com o sono. — Tá tudo girando. Pode parar um pouco? Eu não estou bem.
— Eu estou aqui e vai ficar tudo bem. Tente respirar fundo. — Ela cochilava e acordava passando mal. Suas mãos estavam geladas e seu rosto pálido.
– Silveira, quando chegarmos quero que providencie uma comida leve. De preferência algo que não precise mastigar.
– Talvez fosse bom chamar um médico. A senhora Carter pode estar desidratada e o risco de um coma alcoólico é grande. — Senhora Carter. Isso é bom. É minha. Terá meu nome alinhado ao seu. Tita Carter.
— Chame o médico. — Ela acordou e disse que estava com fome. Beijou meu pescoço e voltou a dormir.
Carreguei a Tita até o apartamento. Ela oscilava entre dormindo e acordada. Retirei meus sapatos sujos e as roupas dela.
– Vamos para o banheiro. – sentei-a na banheira e retirei minhas roupas antes de entrar. Tita abriu os olhos quando lavei seu cabelo.
– Jamie... — Respirou fundo. — Tudo está girando.
– Eu sei mas vai passar. – ela veio em minha direção e deitou de costas em meu peito. A pesar de tudo que fiz Tita sempre entregava-me sua confiança. Sei que a bebida não a deu escolha e a deixa totalmente vulnerável. Mesmo assim ela não relutava aos meus cuidados. A expor-se a mim, no estado em que encontra-se, onde posso simplesmente fazer o que quiser. Usá-la de diversas maneiras ruins. Alisei seus braços e entrelacei nossas mãos. Ela não estava com o anel que aquele imbecil entregou-a. Dispersei a lembrança daquele dia em minha mente. A raiva não é um bom companheiro. A água esfriou e a tirei da banheira.
– Quero vomitar... quero vomitar... – gemeu agoniada. Forçou o vômito mas estava sem nada no estômago.
– Precisa comer alguma coisa primeiro pra depois colocar pra fora.
– Hummmm está doendo. – Coloquei-a sobre minha cama e arrumei os travesseiros para que ficasse quase sentada.
– Onde dói? – os cabelos molhados caiam sobre seus olhos. – onde dói? Mostre-me! – Tita abraçou a cintura e imaginei que fosse o estômago. – Vamos ver se depois de comer você melhora. O médico está chegando – Fiquei apreensivo. Pelo jeito em que estava, provavelmente passou a noite bebendo e sem alimentar-se. Peguei uma toalha e sequei um pouco do seu cabelo. Em seguida a vesti com uma das minhas camisas e cueca. Ela gemeu novamente. Silveira chegou em seguida com uma médica. Eu não sabia que era ela mas confiava no Silveira.
— O que ela bebeu? — Perguntou enquanto olhava sua pulsação.
— Provavelmente vodka. Ela adora essa merda. — Falei com raiva por não estar lá para fazê-la parar. Porra! Eu a fiz beber desse jeito.
— Não tem muito o que posso fazer. Podemos levá-la ao hospital para tomar soro glicosado mas ela está embriagada e precisa se alimentar. Beber muito líquido e isso pode fazer aqui mesmo.
— Ela sentiu dor no estômago. — Falei sentando ao seu lado. Beijei sua testa.
— Provavelmente por causa do vômito e da falta de alimentação. — Silveira entrou com alguns caldos e bebidas. — Eu pedi que ele providenciasse sucos com açúcar e alguns caldos leves. — A dispensei com a cabeça. Silveira indicou que a mulher saísse.
Devagar coloquei um pouco do caldo em sua boca. Ela acordou de novo e sem retirar os olhos dos meus comeu tudo. Em seguida vomitou. Limpei-a novamente e insisti para que voltasse a comer. Ela não retrucou e obedeceu. Dessa vez não vomitou.
– Ainda sente dor? – negou. Fiquei aliviado. Ela se aconchegou no travesseiro e dormiu. Mandei uma mensagem para o Felipe avisando que não trabalharia hoje e que estava com a Tita. Não esperei outra mensagem dele e desliguei meu celular. Deitei ao seu lado. Ela voltou-se pra mim e jogou suas pernas sobre as minhas e depois fez o mesmo com os braços. Ficamos unidos sentindo a respiração um do outro. Dormi também.
– Hum. – Ouvi um gemido fraquinho. Abri meus olhos e o quarto estava escuro. Liguei meu celular e passava das vinte horas. Tínhamos dormindo o dia inteiro. Tita gemeu novamente e agarrou-se a mim. Seu peso estava todo sobre meu corpo e sorri. Imaginei o escândalo que fará quando acordar. Alisei seus cabelos bagunçados e nunca me senti tão bem em toda a minha vida. Mesmo querendo continuar com ela em meus braços precisávamos comer. Afastei-a devagar e ouvi mais uma fez seu gemidinho. Aquilo realmente era uma tortura. Aninhou-se mais e quase não consigo afastá-la.
– Depois do nosso casamento não vai mais beber nada alcoólico. – Sussurrei em seu ouvido e beijei a lateral do pescoço.
– Prometo. – respondeu ainda dormindo.
– Você vai ser a minha morte. – Deixei que dormisse um pouco mais e fui até a sala. Pedi o nosso jantar por um aplicativo e fui a outra suíte tomar banho. A comida foi entregue e arrumei na mesa da cozinha.
Tita estava sentada na cama com o rosto escondido em suas mãos quando voltei.
– Meu Deus! – gemeu. Ela ainda parecia um pouco embriagada. O rosto estava inchado e cansado.
– Boa noite. – Ela assustou-se e encarou-me com a boca aberta e os olhos arregalados.
– De novo não. – Jogou o corpo para trás caindo sobre os travesseiros. – Nunca mais vou beber. Puta merda. Puta merda.
– Acho uma decisão muito acertada. – permaneci em pé perto da porta.
– Você tirou fotos minhas? – sentou novamente e puxou um travesseiro para junto do corpo. Saber que quebrei sua confiança deixava-me doente. De todas as coisas que ameacei ontem, mostrar os vídeos foi o que a deixou fora de eixo. Tita confia e espera de mais dos outros. Sua índole é boa e seu temperamento é amigável.
– Não! Não fiz nada disso.
–Jura? Porque foi horrível... foi horrível outra pessoa me ver naquela situação. – murmurou envergonhada. – Não faço essas coisas, sabe? Não faço. Eu nunca trair ninguém. Nunca! Quando o Daniel me deixou eu fiquei com uns caras mas nunca gostava dos beijos ou do cheiro. Uma vez até tentei transar com um cara que conheci no tinder mas na hora H sai correndo do carro. – Tita estava novamente confiando em mim. Abrindo as suas vulnerabilidades. – Com você é diferente. Gosto quando me toca. Não sinto repulsa e isso me assusta pra cacete porque sou muito impulsiva e quando achei que o Daniel estava me traindo quis dar o troco. Quis me vingar. Eu tinha esses desejos de passar com outro homem na cara dele quando ele me magoava mas eu não conseguia ficar com ninguém. Você entende o que estou falando? Mas você... você me toca e gosto. Fico excitada e perco meu juízo. É por isso não posso ficar perto de você. Você me enfraquece.
– Você também enfraquece-me. – caminhei até ela é retirei o travesseiro da sua mão. Deslizei minha sobre suas coxas e toquei o cós da cueca.
– Pare! Não quero mais isso pra mim. – afastou minha mão e levantou. – Você me chantageou, seu puto.
– E você tentou matar-me – Ela me olhou chocada.
– Sou péssima assassina. Porque você parece melhor que eu.
– Para minha sorte e a sua. Mas tenho que admitir que sua mira é excelente.
— O que aconteceu? Lembro de porra nenhuma. —
Perguntou sentando novamente na cama.
– Você apareceu bêbada em frente à minha empresa e atirou um sapato em meu rosto. – ele franziu o cenho.
– Passei a noite enchendo a cara com o Vicente. Puta merda! — Eu sabia que tinha sido com ele. — Acho que secamos uma ou duas garrafas de vodka. – Era de uma irresponsabilidade sem tamanho. Duas garrafas de vodka? Ele poderia ter morrido com seu próprio vômito. Que porra. Isso era algo que precisava prestar atenção quando nos casarmos. Tita bebe sem controle e por muitos dias consecutivos. Pior é que usa o álcool como muleta para enfrentar os problemas.
– Depois do nosso casamento você não vai beber mais. E quando beber vai ser sob minha supervisão.
– Tomar no cu com essa merda, Jamie. Não vou casar com você, já falei. – peguei ela desprevenida e beijei aquela boca atrevida. Ela retribuiu com fome e desejo. Suas mãos passaram por meus braços e costas. – Droga! Não... Puta merda, pare... Pare! JAMIE PARE! PARE! – gritou debatendo-se e saiu.
– Você está filmando, não é? Tem câmeras aqui.
– Já disse que não.
– Não confio em você. E mesmo que não tenha não vai acontecer mais nada entre a gente. – olhou em direção a janela, que mesmo com as cortinas fechadas, podia-se ver o breu da noite por uma fresta.
– Daniel chega amanhã, não sei. – parou de falar voltando o seu olhar furioso e lindo. – Você fez ele ser demitido. Que merda Jamie. Como é capaz de armar tanta maldade? Daniel é um excelente profissional...
– Não quero ouvir nada sobre ele.
– Eu vou me casar com ele. Decidimos até tentar ter um filho. Talvez já esteja grávida. – Perdi o controle. Esforço-me para não pensar nos dois transando. É muito difícil deixar minha mente vagar por esses caminhos porque é onde perco-me pela raiva e ciúmes. Pensar na Tita esperando um filho dele foi onde a raiva chegou mais longe.
– Vou ser o mais claro possível. Amanhã você vai acabar com esse relação. Vai dizer para ele que está comigo. – Tita deu um passo para trás.
– Nunca!
– Não tem escolha.
– Você é um mostro. Eu odeio você. – ela veio em minha direção batendo e arranhando meu peito. Segurei suas mãos e a joguei sobre a cama.
– Monstro ou não, é comigo que vai casar. É comigo que vai passar os seus dias e noites. — Nossos rostos ficaram perto o suficiente para ver a confusão em seus olhos. Não controlei meus instintos e a beijei de novo. Não foi um simples beijo. Era a minha necessidade de provar o gosto da mulher que envolveu-me louco. Aos poucos ela também cedia, incendiando-me segurando firme meus ombros, sem forças para empurrar-me. Deitei ela na cama e empurrei a camisa que vestia expondo seus seios lindos. Ela gemeu quando fechei minha boca em seu seio. As mãos passavam por meus braços e levantava o quadril para ter mais de mim. Não demorou muito para estarmos nos esfregando. Tomando algum tipo de prazer. Tita gemia e me puxava com mais força. Meu pau tocando em sua buceta molhada era uma delícia. Eu senti que ela gozou quando seu corpo tremeu de prazer. Nada mais sexy do que os seus barulhos de prazer. Beijei seu pescoço e ela começou a chorar e soluçar como uma criança indefesa.
— Pare de me confundir. — Pediu.
— Não resista ao inevitável. — Ela negou com a cabeça. — Vai ser minha. E, será você a pedi por isso. – afastei-me mesmo meu corpo protestando.
— Porque me trouxe para aqui? — Fungou.
— Não poderia deixar minha futura esposa, jogada em uma calçada. Acho que poderia me agradecer. — Bufou irritada.
— Não vou me casar com você. – ela falava mais para si do que para mim. - Vou para minha... - Suspirou cansada. Limpou o rosto e respirou fundo. - Não volte a me beijar. - Sorri.
- Bastaria um sim e tudo voltaria a ser seu. Aquele idiota teria seu emprego de volta e você não precisaria ficar preocupada com o tratamento de sua mãe, porque durante o nosso casamento, custearei tudo do bom e do melhor para ela e mesmo após o divórcio, você levaria uma quantia razoável, que dará para viver tranquilamente por muito tempo. - Me olhou triste.
- Não sou uma prostituta.
- O que estou propondo não é que seja minha prostituta, quero que seja minha esposa por três meses. Depois estará livre e com dinheiro para recomeçar.
- E, sem o amor do homem que amo. - Precisei respirar fundo para não gritar e assusta-la.
- Você o esperou por mais tempo e mesmo assim não deixou de ama-lo. Ele fará o mesmo.
- Essa conversa é surreal. - Murmurou. - Você quer esse matrimonio apenas para confirmar seu poder e aumentar seu ego. Não vou fazer parte disso, não quero ser mais uma em sua cama.
- Você sabe que não vou parar e amanhã sua mãe estará fora da clínica. - Tita voltou a chorar baixinho e precisei focar no que tanto queria. É um meio para chegar-se aos fins.
- Ela não merece isso. Por favor, não faça nada com minha mãe, não suportaria viver sem ela. - Vacilei por alguns segundos, entendendo muito bem sua dor.
- Está sendo dramática. - Ficou quieta. - Pedi o jantar, acho melhor colocar alguma coisa no estômago antes de leva-la para casa.
- Sou leal aos meus sentimentos. - Sussurrou.
- Lealdade é mais importante que a fidelidade. - Segurei sua mão. - Vamos. - Ela puxou a mão repelindo meu toque. - Tome um banho, vou espera-la na sala. - Deixei-a sozinha com seus pensamentos conflitantes. Sei que ela me quer. Provou isso muitas vezes. Esperei por ela e quando apareceu, usava uma das minhas calças enormes de moletom e uma camiseta velha, onde mostrava a curva dos seus seios. Porra! Isso é uma tortura dos infernos.
- Pode chamar um táxi? - Tita estava descalça e com os cabelos úmidos, o que fazia com que gotículas de água passeassem por sua pele.
- Você está sem dinheiro. - Ela suspirou.
- Pode pagar um táxi para mim?
- Vou levá-la mas antes quero que coma alguma coisa. - Indiquei a sala de jantar e caminhei em sua frente. Sentou em uma cadeira distante de mim e tomou apenas um suco. - Prove do macarrão.
- Não consigo ingerir nada. - Olhou o ambiente. - Onde está a minha bolsa e o celular?
- Você não tinha nada, quando a encontrei.
- Então como paguei o taxi e cheguei ao seu escritório? - Tentei não mostrar aborrecimento mas minha cabeça começava a fazer conjecturas dela em um carro, com um homem estranho. - Não acredito. - Levou a mão ao pescoço.
- O que houve? - Fiquei preocupado com o seu semblante triste.
- Acho que entreguei a correntinha de Nossa Senhora. - Falou chorosa.
- Compro outra. - Ela negou com a cabeça.
- Foi um presente do meu pai quando fiz quinze anos. - Suspirou cansada. - Jamie, por favor me leve embora. - Seu esgotamento me preocupou e resolvi não sufoca-la.
- Vamos. - O caminho que fizemos foi em silêncio e quando parei em frente ao seu apartamento, ela desceu tão rápida que não consegui me despedir. Observei ela parar em frente à porta e levar as mãos na cabeça desesperada. Desci para ver o que estava acontecendo.
- Não tenho as chaves. - Sentou na calçada.
- Não entendo como consegue sentar nesse chão imundo. - Peguei meu celular. - Vou chamar um chaveiro. - Ela não me olhou e não falou mais nada. O chaveiro chegou e conseguiu arrombar a fechadura e ela entrou em casa, fechando a porta em seguida, sem dignar um único olhar em minha direção.
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Louca Obsessão
ChickLitAté onde um homem pode chegar para ter aquilo que deseja? - Os outros não sei. Mas eu, estou disposto a tudo para tê-la em minha cama. Quanto uma mulher consegue resistir aquilo deseja? - Pode me comprar, humilhar, usar meu corpo mas meu coração...