Depois de muitos pedidos e choradeiras por parte das minhas lindas Fodonas do grupo no Facebook, resolvi acatar suas ordens. Então antecipei o capítulo de segunda-feira para hoje. Sou mesmo uma boa menina.
Jamie
Corri desesperado com Tati em meus braços a vendo gritar de dor e curvando-se sem aguentar. Meu Deus o que fiz com ela. Gritei com os seguranças para que fossem mais rápido.
— Vai ficar tudo bem. Já estamos chegando no hospital. — Tirei uma mexa do seu cabelo que grudou em sua testa suada. Tita não abria os olhos mas eu sabia que ela estava consciente.
— Está doente demais. — murmurou quando a segurei com mais força.
— Eu vou dar um jeito querida e vai ficar tudo bem. O médico vai consertar o que eu quebrei e depois vamos voltar pra casa. Para a nossa casa. Nossa casa. — O carro mal estacionou na frente do hospital e corri com ela até colocarem em uma maca. Tita segurou minha mão e mesmo quando tentaram me impedir de acompanha-la não permitir. Estaria ao seu lado custe o que custar.
— Você é o marido? Pode nos dizer o que aconteceu? — O médico começou a colocar as luvas e olhei para a Tita que mantinha os seus olhos vidrados no teto. — Quando começou o sangramento?
— É minha culpa. Fizemos sexo... ela sangrou... mas ela não está falando. Amor diz alguma coisa. Diz alguma coisa por favor.
— A paciente está em estado de choque e sofrendo um aborto. Tragam o aparelho de ultrassonografia. Mas antes vamos fazer um exame físico.
— Ela não está grávida. — Minha voz saiu desesperado — Ela tomou uma injeção e não tem como estar grávida. — A enfermeira posicionou as pernas da Tita na mesa ginecológica e ela piscou olhando pra mim. Logo eles fizeram uma ultrassonografia e tudo estava fora de controle em minha cabeça.
— Sua esposa teve um aborto espontâneo. Sinto muito. Vamos aguardar por mais algumas horar para confirmar se houve a expulsão dos restos placentários. Caso isso não ocorra vamos leva-la para uma curetagem, que é quando fazemos a retirada dos restos placentários. Por agora é aguardar. Vou falar com a psiquiatra para fazer uma verificação. — Eu apenas concordei. Deram algum remédio que a fez dormir. Segurei sua mão e lembrei da sua vontade em ter um filho. Filho... Eu matei o nosso filho. Eu a levei ao limite e provoquei o aborto do meu filho.
Andei pelo quarto quanto a certeza do que fiz cobrou seu preço em minha consciência. Olhei a camisa com sangue dela e do meu filho. Ele sentiu? Quanto tempo ele tinha? Tinha dedos, pernas e coração? Comecei a sentir falta de ar e precisava saber. Por que não parei? Porque me deixei levar pelo ciúme? Não era a minha intenção machuca–la, não fiz racionalmente. Deveria ter ido embora quando a vi no bar. Deveria ter avisado aos seus amigos onde estava e ter ido embora. Encostei minhas costas na parede fria e terrivelmente branca e deslizei até sentir o chão. Enterrei minha cabeça entre os joelhos e tentei manter um pouco de controle. Tita vai precisar de mim. Tita acordou aos gritos e tentando arrancar o soro do braço.
— AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH — Ela gritou quando a puxei para mim e segurei seu braço.
— Eu estou aqui. Estou aqui com você.
— O meu bebê. Eu perdi o meu bebê.
— Eu sei. Eu sei. Eu sei. — Segurei o meu próprio choro. Precisava ser forte. — Vamos ter outro filho. Vamos ter outros.
— Eu não quero outro. Eu quero esse. Eu quero o que estava na minha barriga. Por favor Jamie... Por favor... — As enfermeiras injetaram mais algum remédio e ela apagou em meus braços. Chorando e pedindo que eu devolvesse o filho que tirei dela. Durante a madrugada voltava a acordar por alguns segundos e parecia chorar no sono. A ultima vez parecia mais calma quando abriu os olhos e olhou pra mim ao seu lado. Segurou minha mão e beijei seus dedos.
– Não quero ficar maluca – Deitei com ela na cama e a puxei para o meu peito. Tita chorou enquanto a segurei mais forte. Dava para ouvir seu coração batendo pesado enquanto acariciava seus cabelos.
– Não vai ficar maluca porque não vou deixar.
– Não quero ficar sozinha. Todos vão embora... – Fechou os olhos e seu corpo amoleceu em meus braços. – Quando acordar estarei aqui – Ela dormiu profundamente.
– Senhor Carter. — Uma enfermeira me acordou. — O médico logo estará aqui para a avaliação e não pode permanecer na cama com a paciente. — Tentei me afastar devagar para não incomodar a Tita. — Talvez fosse bom pedir que trouxessem um roupa limpa. Não vai ser bom para ela ver sua roupa manchada com sangue. Ou como está acabado.— Não posso deixa-la sozinha.
— Pode usar o banheiro do quarto. — Concordei e liguei para o Silveira. Ele estava de folga ontem e não estava comigo. Pedi o que precisava mas deixei claro que não falasse nada a Lúcia. E quando sair para pegar a mala fui avisado que Tita tinha acordado e o médico estaria falando com ela.
Tita
Quando o médico terminou de explicar o que aconteceu tentei chorar. Tentei sentir mas nenhuma lágrima surgiu. E apenas observei o Jamie amedrontado.
— Como expliquei a seu marido vamos precisar fazer a curetagem. Não teve a expulsão... — Eu não queria mais ouvir nada.
— Tudo bem doutor. Vamos fazer o que tiver que fazer. — O medico saiu e Jamie continuou afastado. — Sabe o que é mais me conforta? É que não vou sujeitar uma criança a você. Que não tenho nenhum vinculo que me deixe presa a você.
— Eu daria a minha vida para que não precisasse...
— Eu não precisava da sua vida. O que eu te pedia era tão pouco. Eu só queria o seu amor e a sua confiança. — ele caminhou até a minha cama — Ele nunca teria chance de ser normal, não é? Mas eu o queria mesmo depois de saber que não o tinha. Queria ter a sensação de um bebê crescendo dentro de mim — Toquei minha barriga. — Nos o matamos. Eu o matei. Eu deveria ter sentido que tinha um bebê crescendo mas estava tão focada em você e nos seus problemas de confiança, seu egoísmo e dramas que esqueci do meu corpo. Dos sinais que ele me dava. Eu deixei que me arrastasse para a merda da sua vida e teve a bebida, a angustia e toda a tristeza que me causou.
— Me perdoa. Tita eu vou dar um jeito de compensar...
– Não quero você aqui. Quero que vá embora e nunca mais me procure. Hoje você morreu pra mim.
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Louca Obsessão
ChickLitAté onde um homem pode chegar para ter aquilo que deseja? - Os outros não sei. Mas eu, estou disposto a tudo para tê-la em minha cama. Quanto uma mulher consegue resistir aquilo deseja? - Pode me comprar, humilhar, usar meu corpo mas meu coração...