Ministério Étrom

Onze

POV CAUÃ

Gustavo e Cauã: NÃOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!

Corremos e chegamos até a ponta da sacada que Danilo havia se jogado há poucos instantes. Olhamos para o chão e a única coisa que podíamos ver era a poça enorme de sangue e vísceras que Danilo deixou ao cair daquela altura. Gustavo viu aquilo e vomitou, em mim, inclusive. Nós estávamos atônitos, sem reação. Porra, acabamos de ver nosso amigo cometendo suidicio! Nós estávamos sem o que fazer, já que nossa única função era proteger Danilo, que agora está espatifado ali no asfalto quente de Fortaleza.

Gustavo: E agora???? E AGORA MERDAAAAAAA

Cauã: Ele salvou a gente, o Danilo, talvez ele estivesse lutando pelo controle do corpo junto com aquela coisa que a Menina deixou dentro dele.

Gustavo: A gente tem que vingar o Danilo, temos que encontrar a menina e destruí-la.

Cauã: A gente tem que descer lá e contar o que aconteceu, dessa vez não tem como esconder. Uma pessoa literalmente se jogou do prédio, não dá pra esconder. Além de ser nosso amigo, ele precisa de todo nosso respeito.

Gustavo: Ta bom, vamo descer, desculpa pelo vomito.

Saímos do quarto de hotel sem olhar pra trás, sem nossos pertences, apenas estávamos indo de elevador até o térreo reconhecer o corpo de Danilo que estava destruído no chão. Nós não trocamos uma palavra sequer no caminho, ainda estávamos digerindo aquele fato horrível.

Quando chegamos no térreo, a recepcionista nos olhou como se nós fossemos o centro das atenções, como se não houvesse um corpo sem vida na frente do prédio deles. Pera aí, tem alguém sentado num dos bancos da recepção, nem fudendo, é o...

Cauã: DANILO?!?!?!?!?!?

Gustavo: QUE?????

Danilo: Oi, pessoal, tava esperando vocês aqui...

Recepcionista: Esse moço disse que estava esperando vocês dois.

Danilo: Vamos entrar gente, o que estão esperando?

Danilo se levanta e vem até nós, que ainda estamos completamente sem reação, a única coisa que nos restava fazer era levar o "Danilo". Naquele momento eu comecei a realmente questionar a minha sanidade... Será que ele realmente morreu? O Gustavo também viu aquilo, não foi só a minha cabeça que pirou na batatinha. Eu não quis perguntar nada sobre, não quero que ele ache que eu vi aquilo, afinal, era literalmente um suicídio... Além disso, tinha um detalhe que deixava aquilo ainda mais estranho... A roupa que o Danilo estava usando era completamente diferente da que eu vi antes dele "pular" de 10 andares, se é que ele pulou mesmo... Danilo está com uma jaqueta quadriculada nas cores preto e vermelho, com uma camisa preta por baixo. Sua calça era uma preta, seus tênis eram brancos que pareciam nunca ter pisado no chão antes. Danilo havia nascido de novo, reencarnado, ele estava completamente diferente e eu estava com medo e sem energias pra questionar esse fato.

Estávamos no elevador do prédio, subindo até o nosso andar, quando Danilo resolve quebrar o gelo:

Danilo: Por que vocês tão calados? Aconteceu alguma coisa que eu não to sabendo?

Eu já não aguentava mais aquilo, se era pegadinha ou era só delírio meu... eu só queria algum tipo de esclarecimento da parte dele, meu semblante era de desespero. Eu penso assim por mim mesmo, mas Gustavo não estava muito diferente, só que ele já estava farto, depois da nossa acalorada conversa no banheiro, ele já estava cansado de segurar o que ele tinha pra falar.

Gustavo: Mas e aí, Danilo? Não vai contar onde você estava? Que eu me lembro, você estava no quarto de hotel com a gente... Como você saiu de lá e magicamente mudou de roupa? Primeiro eu quero que você se esclareça, depois eu posso te contar alguma coisa.