Café

31 5 1
                                    

POV CAUÃ

Saullo, Camille e Júlio acabaram de sair do hotel. Agora estava só eu, Gustavo e Danilo, esse último que poderia acordar a qualquer momento. Estou deitado no sofá, quase dormindo, afinal, aquele macaco ali no quarto interrompeu meu sono pra tentar matar a cachorra da Camille. Gustavo tava na cozinha fazendo alguma coisa irrelevante, acho que era café. Como aquele garoto não tava com sono? Justo ele que é todo paranoico com essas coisas de sono... Enfim, vou dar uma cochilada aqui, o Gustavo ta de olho no Danilo mesmo...

Quando estou quase pregando os olhos, eu escuto:

Gustavo: Acorda, porra, tem que prestar atenção no Danilo. Precisamos dos seus músculos flácidos pra segurar aquele garoto.

Cauã: Porra, Gustavo. Me diz uma coisa: como tu ainda ta acordado? Não ta com sono nem nada não?

Gustavo: Por incrível que pareça, não. Meu relógio biológico ta regulado desde que eu me entendo por gente. Nem o capeta me faz dormir quando tá claro. Mas quando eu for dormir na próxima noite, o sono acumulado me faz dormir por mais tempo.

Cauã: Viadagem, viu. Nem parece que é gente.

Gustavo: Eu em me mama, desgraçado. Vai, levanta e toma esse café, não da pra segurar o Danilo estando dessa forma deplorável ai.

Cauã: Oxe, me respeite garoto. Vai, me dá essa porra ai.

Eu levanto e me ajeito no sofá, dessa vez eu estava sentado. Ainda meio sonolento, eu esfrego meus olhos, quando eu recupero minha visão, vejo que Gustavo estava do lado, também sentado olhando o Twitter e bebendo seu café.

Quando eu provo o café que o Gustavo havia feito, eu estranho na hora. Aquilo era diferente de tudo que eu já havia bebido antes, nunca bebi um café tão bom na minha vida.

Cauã: ISSO TA MUITO BOM

Gustavo: Sério? Sempre fiz esse café em casa.

Cauã: Não, Gustavo, tu não ta entendendo... Isso ta muito bom!!! O que tu usou pra deixar esse café assim?

Gustavo: Porra seca.

Cauã: Porra, moleque, fala sério.

Gustavo: Ué? Eu usei o pó normal. Primeiro eu fervi a água e depois eu coloquei o pó, aí quando ferveu, eu coei.

Cauã: Coou? Mas aqui tem cafeteira, porra.

Gustavo: Fodasse, eu prefiro fazer à moda antiga.

Cauã: Ata, por um momento eu esqueci suas origens.

Gustavo: Meu deus eu te odeio.

A conversa esfriou um pouco depois daquilo, ficamos uns 2 minutos apenas tomando aquele café e sem dar um pio. Talvez ele estivesse reunindo as palavras para o que ele iria falar logo em seguida. Depois de um tempinho, ele quebra aquele silencio.

Gustavo: Cauã, papo sério agora.

Cauã: Hm, fala.

Gustavo: Acho que você é a pessoa certa pra eu falar sobre isso. Acho que nós somos parecidos.

Cauã: Em que sentido?

Gustavo: Personalidade. Pelo menos é o que as pessoas dizem sobre.

Cauã: Deus me livre parecer contigo em personalidade. Eu em, vá direto ao ponto, por favor.

Gustavo: Basicamente as pessoas dizem que nós somos tóxicos. E em relação a isso eu vou te perguntar: o que você acha de mim? Como você me enxerga? Tipo, na real mesmo, sem gracinhas. Depois eu vou dizer o que eu acho de ti.

Ministério ÉtromOnde histórias criam vida. Descubra agora