Vida

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POV SAULLO

Naquele corredor do prédio da Camille estava eu e a dita cuja tentando abrir aquela maldita porta que não movia um centímetro pro lado. Tipo, os pais da Camille acabaram de ser presos la dentro junto com a Menina e a Marília Mendonça? Nada mais me impressionaria daqui pra frente, o roteirista desse rolê tá de parabens, viu, ele só não pode esquecer de fazer o Machinima rs.

Júlio estava na chamada com quem eu acho ser o Matheus, ja que ele disse que ligaria caso achasse necessário. Júlio tava em silêncio enquanto Matheus falava por minutos, parecia ser bastante coisa.
Camille já tinha parado de chutar a porta e estava sentada no canto da porta respirando de maneira ofegante, acho que está recarregando as energias pra tentar abrir a merda da porta.

Bom, se dependesse de mim, a polícia ja estaria aqui pra arrombar essa porta, mas a dona Camille aqui acha que é desnecessário... Desnecessária são seus pais presos dentro de um apartamento junto com uma esquizofrênica e a Marília Mendonça! Enfim, eu também resolvo sentar no chão do corredor do lado da Camille, naquele frio e rígido chão...

Saullo: Camille, agora olha pelo lado bom-

Camille: Não tem lado bom, Saullo. E eu não vou chamar a polícia.

Saullo: Olha pelo lado bom: agora você não vai precisar se justificar pros seus pais!

Camille solta uma risadinha bem singela, mas logo depois volta a respirar ofegante, ela realmente não queria se acalmar. Que? Se acalmar, isso não ta nosso vocabulário no momento e nem deveria estar, a gente tem que surtar mesmo, surtar juntos.

Camille: Saullo, você já parou pra pensar que há algumas horas a gente estava jogando verdade ou desafio la dentro e agora a gente ta aqui tentando salvar meus pais da Marília Mendonça?

Saullo: Pra ser sincero, estou pensando nisso desde que a gente saiu do prédio do Júlio. Falando em Júlio, aquela call com o Matheus ta rendendo ali, hein...

Camille: Espero que seja algo que ajude meus pais e o meu Levizinho.

Saullo: Meu Deus, Camille, deixa o Levi pra depois. Vamos focar nos seus pais!

Após eu dizer aquilo, Camille se levanta com um olhar de nojo e volta a tentar empurrar a porta.

Saullo: Ah, tá bom então ne man. Deixa eu te ajud-

Minha fala é interrompida pelo meu telefone que vibra no meu bolso, era uma chamada. Quando eu tiro o aparelho do bolso pra ver se era uma ligação importante ou spam de alguém com DDD 011, eu me espanto. Era ela, a minha mãe, a que eu e todos chamam carinhosamente de Neuza. Mas... por que? Ah, espera, é a minha mãe, é bem compreensível ela me ligar enquanto eu estou em outro estado. O problema era que as circunstâncias que eu e os meninos estavamos inseridos não era muito amigável e passível de ligação de mãe. Bom, eu tenho que atender né.

LIGAÇÃO ON - NEUZA

Neuza: Oi, meu bebê, como você tá? A gente ta com saudade aqui sem meu garotão na casa...

Saullo: Oi, mãe, eu também to com saudades. Vocês estão bem ai?

Neuza: Ah, ta meio difícil as coisas aqui no comércio, mas nada que eu não possa aguentar, né. Eu liguei porque queria perguntar se você ta bem ai no Ceará, ouvi dizer que todo dia tem sequestro de criança ai, mandaram aqui no grupo da família.

Saullo: Hmm, por enquanto eu ainda não fui sequestrado, mas eu aviso quando for!

Neuza: Credo, não fala essas coisas... Que Deus o livre e guarde você ai na sua viagem. Mas e ai, já ta namorando? Aquela menina lá a Camila, tu gosta dela né?

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