2- Fotos

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BLANCHE POLLETO P.O.V

Bocejei assim que vi que mesmo durante a madrugada o hospital tinha o mesmo movimento, arrumei meu jaleco e caminhei em direção a doutora Cook, estávamos iniciando mais um capítulo da nossa história médica, não é algo revelador mais sim uma felicidade que nos internos.

-Como combinado vocês terão o primeiro plantão de vocês com duração de 48 horas, espero que aproveitem cada minuto-falou a doutora enquanto andávamos atrás dela pelo extenso corredor do hospital.

- Também espero, contar para uma família que uma pessoa que eles amam morreram não foi fácil e eles descobrirem sobre a doação de órgãos foi menos ainda, foi difícil colocar um nome e uma idade para alguém que era desconhecido para gente-falou Ruth e eu concordei, era mais fácil saber a identidade da pessoa assim que ela passa pela porta, foi muito difícil está ao lado de Ruth e todos os sentimentos dela, precisávamos tentar separar a paciente do pessoal, não por ser insensível, mas sim para não trazer um choro e prejudicar a notícia para os familiares, eles que deveriam ter a oportunidade de sofrer e não pessoas que apenas o viram morrer e dar uma notícia prejudicial para eles.

-Realmente não foi fácil-falei chamando sua atenção para mim e a mesma concordou.

-Mas seus sentimentos tem que ficar para fora desse hospital, sua religião tem que ficar para fora desse hospital,dentro desse hospital tem que ficar nossas casca é tudo que você aprendeu em uma faculdade, não digo para esquecer o sentimento, mas ontem Ruth você quase chorou em frente as pessoas que receber a notícia, isso não pode acontecer, temos que guarde esse sentimento e sofrer quando não tiver nenhum paciente ou acompanhante ao nosso lado-falei para Ruth que revirou os olhos e arrumei meu estetoscópio no pescoço e olhei para alguns pacientes que passavam ao nosso lado.

-Para você pode ser fácil Blanche, mas não comigo-falou.

-Por isso que eu falo um conselho, te conheço a pouco tempo e espero que não esqueça seus sentimentos mais consiga controlar isso, vamos ser excelentes médicas-disse esperançosa.

- Peguem seus prontuários,pagers para receber informações através das enfermeiras, nesse plantão irão fazer exames e pedidos e não reclamem, vocês estão aprendendo-falou Cook e nós concordamos a seguindo e logo a mesma parou na lateral do corredor com sua planilha distribuindo todos para suas alas.

-Blanche hoje você ficará com a doutora Ambrosio na pediatria-falou a Cook e sorri em animação concordando indo até o elevador e indo até o andar da pediatria, mas fechei meus olhos sabendo o que poderia encontrar ali, imaginar crianças doentes a beira da morte mexia com meu coração, coloquei a mão sobre o peito me concentrado na minha respiração antes de escutar o meu andar sendo dito e as portas do elevador ser aberto e olhei na recepção vendo a doutora que seria meu guia hoje com um prontuário em mãos.

- Bom dia doutora, serei sua interna hoje, Blanche Polleto-falei correndo até a mesma que estava com um prontuário na mão e a mesma sorriu para mim e antes que a mesma falasse qualquer coisa escutamos um grito.

-EU NÃO QUERO-falou a voz infantil e corremos até o quarto onde tinha um pequeno menino.

-O que ouve Mike?-perguntou a doutora Ambrosio o olhando.

-Eu não quero um coração, passa para outro e me deixa ir pra casa-falou e a doutora olhou para mim e depois para a mãe de Mike.

-Ele está dizendo a todo momento que não quer um novo coração-falou ela olhando para a doutora Ambrosio e a mesma me entregou seu prontuário.

-Por que você não quer um coração?-perguntou a médica.

-Eu tenho dez anos e já é meu terceiro coração, meu corpo não que mais um  coração e eu tiro a chance de outros pessoas, eu vou destruir esse coração também, passa para outro-falou a olhando e seu semblante era de cansaço.

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