6. Choque de Realidade

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Talvez você esteja se perguntando qual é a minha individualidade.

Bakugo também estava. Ele não conseguia compreender como que, ao mesmo tempo que ele estava paralisado no lugar sem conseguir se mover, ele via a massa de energia branca e incandescente crepitar em volta de mim. A estática fazia cada pelo no seu corpo se arrepiar.

— UOUU! IRADO! Ela também tem uma individualidade elétrica!!! — comemorou Kaminari da plateia.

É, Kaminari... Eu tenho uma individualidade elétrica, mas não é assim tão simples de explicar.

— Por que o Bakugou não está se movendo? VAI, BAKUGOU! — gritava Kirishima.

Bakugou não pode se mexer, Kirishima.

Eu estava no cérebro dele.

O sr. Aizawa, que percebeu o que eu estava fazendo, reprendeu:

— Você queria lutar ou imobilizar o inimigo? Solta ele, senhorita. Quero uma luta justa.

Eu afrouxei meu comando sobre os movimentos deles. Assim que ele os recuperou, ele voou para cima de mim.

Digo, literalmente voou. Impulsionou seu corpo com suas explosões e veio direto em minha direção.

Ele ia me derrubar. Antes que ele pudesse aterrissar, rodei um chute aéreo bem em sua barriga.

Caímos juntos, eu com meu joelho por cima dele. Ele logo passou os braços em volta de mim, e aquelas manoplas enormes e idiotas que ele usava não me deixavam sair. Foi quando vi que ele preparava uma explosão, pois as faíscas queimaram minha pele. Eu tinha que sair dali.

Então fiz uma coisa que a tempos não fazia. Com outra onda de energia, fui até seu cérebro, e cessei sua visão.

Aaah, eu havia me esquecido de como era divertido manipular a visão de alguém...

— Mas que porr... — começou Bakugou, cego, e no segundo que ele afrouxou seus braços, eu o empurrei e rolei para o lado, me levantando logo depois.

Ele continuou no chão, atordoado, esfregando os olhos. Cessei meu controle sob ele, que automaticamente voltou a enxergar. Ele se levantou, furioso, preparando massivas explosões.

— MAS QUE MERDA FOI AQUELA?!

— Achei que você era o melhor da classe, Bakugou... Isso é o melhor que você tem? — Impliquei, e atirei um raio de eletricidade nele. Baixa voltagem, apenas um pequeno choque, mas serviu para deixá-lo bem irritado.

— Sua... — Bakugo preparou suas explosões atirou, bem onde eu estava.
Saltei por pouco, mas o calor queimou a minha pele e os pelos da minha sobrancelha. Minhas bochechas estavam coradas por causa da temperatura de mil sóis.

Ele estava vindo com tudo.

— Eu vou acabar com você, estrangeirazinha de merda!!!

Eu não ia deixar. Ele não chegaria nem perto.

Ainda no chão, decidi que eu podia brincar um pouco com ele antes de dar golpe final. Afinal, ele merecia. Essa luta não ia acabar tão cedo.

Por isso, entrei novamente no controle do seu cérebro. E manipulei sua visão.

Dessa vez, deixei que ele enxergasse tudo normalmente. O ringue, a plateia, o professor. Ele via todas as coisas normalmente.

Bem, menos eu.

Eu havia manipulado sua visão para que, ao processar a imagem no seu cérebro, ele não pudesse me ver. Eu estava "invisível", mas apenas para ele.

Como eu disse, manipular a visão de alguém podia ser bem divertido...

Bakugou rodava como uma barata tonta no ringue de luta, olhando para os lados, procurando onde eu estava.

— Onde você está??? Agora temos outra garota invisível, é?! Que merda, novata, apareça e lute!!!

Obviamente, os outros alunos não faziam ideia do que acontecia.

— Ué, Bakugou endoidou??? A S/N está bem na frente dele... — disse Toru Hagakure que, sem querer, acabava de estragar meu plano denunciando minha posição.

Droga, Hagakure!!!

Bakugou, sem perder um único segundo, lançou uma explosão gigantesca para frente.

Dessa vez, eu não tive tempo de desviar. Fui arremessada para o outro lado do ringue de luta.

Quando caí, deixei meu controle sob ele vacilar, e ele voltou a me ver. Energia crepitou em torno de seus cabelos, e ele pareceu entender o que eu havia feito.

— Brincando com meu cérebro, sua bruxa? Porquê? Não sabe lutar? — provocou ele.

Me levantei rapidamente, apesar do corpo doído da queda. Prometi a mim mesma que não o deixaria ganhar essa.

— Cada um luta com as armas que tem... — respondi, fazendo energia envolver meus punhos e ficando em posição de ataque. — Prefere que eu pegue leve?

— Há! Até parece! Não tenho medo dos seus truques! Já percebi que são meras ilusões... — ele riu com escárnio — Pode vir com tudo que tem.

— Ok. Mas não se esqueça que foi você que pediu. — respondi. Ele ia ver só.

Tomei novamente o controle de suas sinapses neurais. Manipulei sua visão, de forma que ele não pudesse me ver.

— De novo esse truque barato... — sussurrou ele, enquanto olhava para todos os lados.

"Venha me pegar, Bakugou..."

 HÃN?! MAS O QUE... — Bakugou segurou sua cabeça e fechou os olhos.

Eu havia projetado minha voz dentro de sua cabeça, invadindo seus próprios pensamentos.

"Psiu... Já desistiu? Olha pra cá.", eu dizia, minha voz acariciando sua mente. Todos os presentes não entendiam o que estava acontecendo.

Provoquei nele outra ilusão visual: enquanto me apoiava nas cordas do ringue para me concentrar, fiz com que ele me enxergasse parada do outro lado de onde eu estava. Ele foi com tudo para a direção da ilusão.

— Sai. Da minha. Cabeça! — pontuava ele, enquanto disparava suas explosões.

A plateia estava dividida entre interjeições de surpresa e risos.

Eu obviamente era daqueles que ria.

"Ops... Você errou.", sussurrei em seu cérebro, e desfiz a ilusão. Foi quando ele viu que eu estava na verdade do lado oposto da luta.

— Sai da minha cabeça!!!

"Você não queria que eu fosse com tudo?"

— DROGA SAI DA MINHA CABEÇA!!! — Ele berrou, bestialmente, e voou novamente em minha direção.

— Ok. — respondi, em voz alta.

Daria a Bakugou a luta que ele queria. Enquanto ele vinha, decidi que não ia desviar.

Eu ia atacar.

Preparei minha eletricidade. Não queria apenas dar um choque nele. Ia acabar com aquela brincadeira aqui e agora.

Ele disparou suas explosões, tão perto que senti que minhas bochechas queimavam. Meu lábio tinha rachado com o calor.

Fui pra cima dele, o que vi que ele não esperava. Eu podia aguentar algumas queimaduras, mas não suportaria que ele ganhasse. Segurei seu pulso e o torci, e a dor que produzi nele fez com que cessassem as explosões.

Ele dobrou os joelhos tentando escapar, e foi quando que, com minha outra mão, segurei o pescoço dele e derrubei-o no chão.

Tinha que ser rápida. Bakugou era forte, então eu não conseguiria segurá-lo muito tempo. Com toda força que me restava, produzi a eletricidade que seria suficiente para acabar com aquela luta.

E disparei.

Sentimentos Explosivos - UA de BNHAOnde histórias criam vida. Descubra agora