Verdade ou consequência. Eu conhecia o jogo, mas nunca tinha jogado de fato. Sempre achei uma besteira infantil.
Bem, em poucos minutos, eu precisaria esquecer tudo o que eu achava que sabia sobre. Aqueles alunos realmente levavam as coisas a outro nível...
Depois que Kirishima nos chamou para jogar, Bakugou me ajudou a sair do lago. Eu ainda não acreditava que ele tinha me empurrado lá. Também ainda não acreditava que eu tinha nadado.
— Ei, idiota, me passa logo a minha prótese que eu não quero ficar pulando igual ao saci-pererê. — disse para Katsuki.
O garoto explosivo me olhou com expressão confusa enquanto buscava a minha prótese metálica na beira do lago.
— Que merda é um saci-pererê? — ele perguntou.
Eu ri. As vezes eu esquecia que estava falando com pessoas nascidas e criadas no Japão.
— Esquece. É uma lenda da cultura brasileira... — respondi, enquanto me apoiava em Bakugou para prender a prótese.
Ele riu em deboche. Eu percebia como Bakugou sempre agia com superioridade quando eu citava a minha cultura, como se o fato de ser estrangeira me fizesse inferior a ele.
Nossa, ele me dava raiva.
Andamos em direção aos adolescentes que se juntavam em uma roda perto da pista improvisada de dança. Quando nos sentamos, Ochaco comentou conosco:
— Que bom que vocês dois estão se entendendo. A turma fica bem mais leve quando vocês não estão, tipo, tentando se matar.
— Não faz nem cinco minutos que ele tentou me matar, Uraraka. — respondi. — Esse idiota me empurrou no lago.
— Empurrei mesmo. Você estava agindo como uma criança medrosa, garota. — ele retrucou ao meu lado.
— Você age como uma criança literalmente o tempo todo, seu imbecil. E eu podia ter morrido! -- eu respondi.
— Nossa, quem me dera. — ele fez graça.
— Idiota.
— Por favor, não comecem vocês dois. — disse Uraraka docemente, que acompanhava aquela troca de farpas. — Acho que a caverna não iria aguentar as explosões.
Como se ele fosse explodir alguma coisa se lutássemos pra valer. Eu acabaria com Bakugou em segundos.
Mas não agora... Agora jogaríamos verdade e consequência. Tem como ganhar isso? Eu quero ganhar.
— Ei, alguém, me arranje uma garrafa, por favor. — Mina pediu, em pé no meio da roda quando todos estavam reunidos.
Shinsou a passou uma garrafa de vodca quase no fim, com dois dedos de bebida no fundo. Mina virou a garrafa na boca, esvaziando seu conteúdo com um gole.
— Pronto, agora sim. — ela disse.
— Uou, Pinky, pega leve na bebida, irmã. — brincou Kirishima. Como se ele soubesse do que estava falando... Ele mesmo estava alegrinho com aquele álcool que eu e Katsuki havíamos trazido.
— Ah, querido... Quem dera eu pudesse ficar bêbada tão facilmente. Substâncias tóxicas pra mim é suco. — ela brincou.
Ela tinha razão. Lembrei que a individualidade da Mina era o ácido. Talvez o corpo dela metabolizasse o álcool de maneira diferente, e usasse isso na composição química das substâncias que ela produzia... Por isso que ela tinha resistência maior a bebida.
Me perguntei quem mais tinha aquela característica por causa das individualidades. Talvez a Momo, mas acho que ela não bebia de qualquer forma.
Com certeza não eu. E que bom que não.
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Sentimentos Explosivos - UA de BNHA
Fanfic* Nesse universo de Boku No Hero Academia, S/N consegue refúgio no Japão após passar por coisas obscuras de seu passado. Ela recebe uma bolsa de estudos na U.A., onde faz novos amigos ao mesmo tempo que precisa esconder as suas origens. S/N não sab...